Na noite de quarta-feira em Israel, o porta-voz das Forças de Defesa Israelense, General de Brigada Hidai Zilberman, afirmou que um míssil vindo da Síria cruzou a fronteira e atingiu uma aérea próxima ao Centro de Pesquisa Nuclar Shimon Peres em Dimona, região central de Israel.
O míssil terra-ar disparado ainda não teve um grupo específico na Síria que reivindicou o ataque, mas sabe-se que o míssil não tinha a intenção de atacar o reator nuclear israelense, estava na verdade buscando caças da Força Aérea de Israel em operação na fronteira oeste.
Por sua vez, o Exército israelense implantou um sistema de defesa antimísseis, mas não pôde confirmar se o míssil foi realmente foi interceptado.
As sirenes de ataque aéreo soaram em Abu Krinat, uma vila a poucos quilômetros de Dimona, a cidade do deserto de Negev onde está localizado o reator nuclear. Explosões ouvidas em Israel podem ter sido os sistemas de defesa aérea.
O momento do ataque foi registrado:
A video released by Hebrew sources from the moment of the explosion near the Israeli nuclear facility.#Dimona #Natanz #Israel pic.twitter.com/koOVnUVqlo
— IWN (@A7_Mirza) April 21, 2021
Em resposta, a IDF iniciou uma operação que aniquilou a bateria da qual o míssil foi lançado e baterias superfície-ar adicionais na Síria, sublinhou em twitter a organização israelense.
BREAKING: A surface-to-air missile was fired from Syria to Israel’s southern Negev.
In response, we struck the battery from which the missile was launched and additional surface-to-air batteries in Syria.
— Israel Defense Forces (@IDF) April 22, 2021
Os ataques somente agudizam as relações tensas entre Israel e Síria que vem acondicionando elementos terroristas e agentes militares do Irã, o principal desafeto dos judeus.
Sabe-se que os persas já implantaram algumas unidades de artilharia ao redor de alguns pontos da fronteira com Israel, e a Força Quds nunca esteve tão atuante como nos últimos dois anos ao atacar diretamente a IDF, seja por artilharia ou por forças terroristas terrestres.
Certamente Israel tem grandes problemas nas regiões palestinas que abriga membros do Hamas e na porção ao extremo norte com o Líbano e toda a faixa leste com a Síria, ambos aceitam a presença do grupo terrorista Hezbollah.
Segundo ao analista e especialista na Síria, Danny Makki, “o que ocorreu hoje foi um estranho incidente nesta noite, raramente os mísseis sírios chegam tão longe em Israel e Dimona de todos os lugares.
Foguetes geralmente são derrubados rapidamente, mas não hoje”, numa clara referência aos poderosos sistemas de defesa antiaéreos israelenses, como Iron Dome e Patriot, que disparou um MIM-104D PAC-2.
A cidade de Dimona, localizada no deserto de Negev e local do reator nuclear, fica a cerca de 300 quilômetros ao sul de Damasco, um longo alcance para um míssil terra-ar disparado erroneamente.
Alguns correspondentes e analistas direcionaram o ataque ao Hezbollah sírio apoiado pelo Corpo de Guardas Revolucionários do Irã que lançou um míssil, provavelmente um Tashrin ou Fateh-110, do norte da Síria rumo à usina nuclear israelense em Dimona, entretanto, de acordo com relatórios parciais judeus, trata-se de um míssil S-200, também conhecido como SA-5, dispositivo que faz parte da defesa aérea regular do governo sírio, uma arma russa que teve suas origens na União Soviética dos anos 1960.
A noite tensa que poderia ter provocado um desastre ambiental e diplomático mais sério mostrou que qualquer ação pode ocasionar incidentes em grande escala.
O Irã sofreu há algumas semanas um incidente importante na instalação nuclear de Natanz, que a mídia e canais militares atribuíram a Israel, porém o próprio chefe do comitê de investigação havia negado os fatos, e o míssil sírio em terras judias poderia ser uma retaliação.
Pela conformação do ataque que quebrou por alguns minutos a barreira antiaérea judia, o ataque tem sérios elementos coordenados e bem planejados por uma força experiente e de grande financiamento, pode-se citar a Força Quds ou a Guarda Revolucionária do Irã que treinou muito bem seus aliados na região. Pelos relatórios sólidos, mas parciais, o S-200 tinha destino, as aeronaves israelenses e não o centro de pesquisa nuclear Shimon Peres.
Felipe Moretti