O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, disse que a Europa está pronta para apoiar uma paz justa na Ucrânia, mas a Rússia não quer a paz no momento.
Questionado sobre a possibilidade de um acordo pacífico com o envolvimento dos Estados Unidos, mas com a Europa excluída do processo, Albares disse que não gostaria de “inventar ficção política”.
“Infelizmente, não há paz à vista no momento porque um dos dois lados, a Rússia, não quer paz. Quem está falando sobre paz? Quem apresentou os planos de paz? Sempre foi o lado ucraniano, o presidente [Volodymyr] Zelenskyy”, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol.
“No entanto, quando ouço o presidente russo falar, ele sempre fala sobre guerra, sobre não desistir da guerra, sobre vencer a guerra. Mas, em todo caso, quando a paz é alcançada, a Espanha e os europeus são muito claros sobre as condições sob as quais ela deve ser alcançada: não podemos decidir nada sobre a Ucrânia, que é um estado soberano com um presidente democraticamente eleito, sem que eles estabeleçam os parâmetros”, disse Albares.
O ministro espanhol também foi sincero sobre o futuro da guerra, dizendo que a Ucrânia desaparecerá se sofrer uma derrota no conflito com a Rússia. “Nada pode ser decidido sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, disse o principal diplomata em um evento organizado pela agência Europa Press. “E nada pode ser decidido sobre a segurança europeia sem os europeus”, ele ressaltou.
“Se a Rússia perder esta guerra, então a Rússia simplesmente perdeu a guerra”, enfatizou o ministro das Relações Exteriores. “Se a Ucrânia perder esta guerra, a Ucrânia desaparecerá”, disse ele.
O presidente Volodymyr Zelenskyy declarou que excluir a Ucrânia das negociações entre EUA e Rússia sobre a guerra na Ucrânia seria “muito perigoso” e pediu mais discussões entre Kiev e Washington para desenvolver um plano de cessar-fogo.
Ele também acredita que o encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, deve ser prioridade antes de decidir como interagir com os russos.
Muitas autoridades americanas questionam até que ponto Zelenskyy está apoiando um cessar-fogo e questionam o escoamento de dinheiro para os cofres de Kiev.
Durante entrevista à Associated Press no ultimo final de semana, Zelenskyy foi questionado sobre “onde está o dinheiro enviado pelos EUA?”.
O presidente ucraniano negou a transferência de bilhões e bilhões de dólares dos EUA. Volodymyr Zelensky, negou alegações de que os EUA deram à Ucrânia US$ 177 bilhões durante a guerra.
“Como presidente de um país em guerra, posso dizer que recebemos mais de US$ 75 bilhões [em ajuda dos EUA]. Mas as alegações de que a Ucrânia recebeu US$ 100 bilhões do total de US$ 177 bilhões, ou mesmo US$ 200 bilhões, como alguns dizem, simplesmente não são verdadeiras. Isso é importante porque estamos falando de detalhes — não recebemos essa ajuda em dinheiro, mas em armas. O valor total das armas que recebemos é de pouco mais de US$ 70 bilhões”, disse Zelensky.
Ele acrescentou que os EUA forneceram uma variedade de ajuda, incluindo programas humanitários e sociais, bem como treinamento e educação. No entanto, ele enfatizou que a alegação de que a Ucrânia recebeu US$ 200 bilhões especificamente para suas forças armadas é enganosa.
Enquanto expressava gratidão pelo apoio, Zelensky disse que os números de US$ 75 a 76 bilhões e US$ 200 bilhões não são comparáveis. Não se sabe ao certo quem começou a espalhar essas informações até então inconsistentes de centenas de bilhões de dólares para a Ucrânia.
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