A Finlândia já entrou na Aliança do Atlântico Norte? Não! Explicaremos o porquê!

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Na manhã de 18 de maio de 2022, Finlândia e Suécia entregaram simultaneamente suas cartas oficiais de solicitação de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

As cartas foram transmitidas pelo Embaixador da Finlândia na OTAN, Klaus Korhonen e, respetivamente, pelo Embaixador da Suécia na OTAN, Axel Wernhoff, ao Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, na sede da Aliança em Bruxelas.

Os Chefes de Estado e de Governo da OTAN convidaram a Finlândia e a Suécia a aderirem à Aliança na Cimeira de Madrid em 29 de junho de 2022. Os protocolos de adesão para ambos os países foram assinados em 5 de julho de 2022 após a conclusão das negociações de adesão.

Meses se passaram, muitas discussões ocorreram a partir de reuniões entre Estados-Membros. A Turquia se tornou o membro com maior resistência na entrada das duas nações, isso envolveu questões diplomáticas, políticas e fatores de terrorismo, principalmente sobre a Suécia.

No entanto, em 31 de março, o secretário Stoltenberg anunciou que a Finlândia será formalmente recebida na Otan “dentro de alguns dias” após a ratificação pela Turquia da adesão do país nórdico à aliança de defesa ocidental.

Segundo ele, “todos os 30 aliados da Otan já ratificaram o protocolo de adesão, e a Finlândia se juntará formalmente à nossa aliança nos próximos dias”. A medida põe fim a décadas de neutralidade finlandesa sobre a Otan e foi motivada pela preocupação com a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Finlândia faz fronteira direta com a Rússia na porção norte do Mar Báltico e nas porções do Mar de Barents.

Em uma declaração após a votação turca, o governo finlandês disse que aderir à aliança fortaleceria a segurança do país e melhoraria a estabilidade e a segurança na região.

A adesão iminente da Finlândia à Otan veio quando a Rússia disse na sexta-feira que um cessar-fogo na Ucrânia não permitiria atingir os objetivos de sua “operação militar especial” no momento. O Kremlin estava reagindo depois que o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, o aliado mais próximo da Rússia, pediu um cessar-fogo imediato sem pré-condições e que Moscou e Kiev iniciassem negociações para um acordo de paz duradouro.

Os comentários da Bielorrússia sobre um cessar-fogo ocorreram quando Minsk se preparava para permitir a implantação russa de armas nucleares táticas em seu solo. Lukashenko disse na sexta-feira que não teme a possibilidade de novas sanções ocidentais contra seu país devido ao destacamento.

Em um discurso televisionado de uma hora para a nação, Lukashenko disse que Minsk estava preparado para defender sua soberania por todos os meios necessários, incluindo o nuclear. Ele também disse que a Bielorrússia enviou um contingente de forças especiais para sua fronteira sul com a Ucrânia “para evitar provocações”.

A adesão da Finlândia representa o primeiro alargamento desde que a Macedónia do Norte se juntou à aliança em 2020.

Apesar de a Turquia inicialmente ter adiado a candidatura da Finlândia para ingressar na aliança de defesa ocidental, a velocidade das negociações e do processo de adesão da Finlândia foi impressionante e ocorre quando Moscou se prepara para assumir a presidência do conselho de segurança da ONU.

Com qualquer expansão da Otan exigindo o apoio de todos os seus membros, Ancara atrasou uma adesão ainda mais rápida da Finlândia, citando preocupações sobre o apoio do país a grupos curdos e sobre exportações de armas.

Recep Tayyip Erdoğan, o presidente turco, disse este mês que a Finlândia satisfez as objeções de Ancara depois de tomar medidas para reprimir grupos vistos por Ancara como “terroristas” e liberar as exportações de defesa.

Esta semana, autoridades turcas disseram que a Finlândia cumpriu suas obrigações sob um memorando assinado no ano passado, no qual os dois países se comprometeram a abordar as preocupações de segurança da Turquia.

A Suécia, no entanto, que se inscreveu para ingressar na Otan na mesma época em maio passado, ainda está sendo bloqueada por Ancara devido a reclamações semelhantes. A Finlândia, que tem uma fronteira de 832 milhas, algo em torno de 1.338 Km, com a Rússia, deve se tornar o sétimo país da Otan no Mar Báltico, isolando ainda mais o acesso costeiro da Rússia em São Petersburgo e em seu pequeno enclave de Kaliningrado.

A fronteira de 1.338 Km do Mar Báltico ao Ártico, em grande parte deserto congelado e escassamente povoado.

Marcadores coloridos colocados em ambos os lados de um pequeno rio, azul e branco para a Finlândia, vermelho e verde para a Rússia, são tudo o que separa os dois países nos campos varridos pelo vento da região da Carélia do Sul.

Concluído o processo de ratificação, a Turquia e a Hungria precisam enviar seus documentos de aprovação a Washington, que é o depositário da Otan sob o tratado fundador da aliança. Stoltenberg então convidará formalmente a Finlândia a ingressar na Otan.

A decisão da Finlândia de ingressar na Otan marca uma reviravolta impressionante na opinião pública do país. Antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, apenas um terço dos finlandeses apoiava a adesão à Otan. A guerra da Rússia contra a Ucrânia levou quase da noite para o dia o apoio à adesão, tornando-se uma maioria esmagadora.

A decisão da Finlândia e da Suécia de se juntar à Otan, condenada por Moscou como impulsionada pela histeria russofóbica, é um duro golpe para o Kremlin, que justificou sua guerra contra a Ucrânia citando a expansão da Otan em suas fronteiras.

Apesar da aprovação de Ancara à adesão da Finlândia, as negociações entre a Suécia e a Turquia tiveram pouco progresso, com o Departamento de Estado dos EUA encorajando a Turquia a ratificar rapidamente a adesão da Suécia também.

Como passo final, a Finlândia entregará seu “instrumento de adesão”, um documento assinado por seu ministro das Relações Exteriores. A adesão finlandesa significa que ela ficará sob o guarda-chuva de defesa mútua da organização, que trata um ataque a qualquer país membro individual como um ataque à Otan que exige uma resposta coletiva.

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