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A Turquia pressionou os aliados da OTAN para amenizar a crise com o avião da Bielorrússia

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A Turquia pressionou os aliados da OTAN a atenuar uma reação oficial ao pouso forçado de um avião de passageiros pela Bielorrússia e à detenção de um jornalista dissidente no domingo.

Segundo a Reuters, os 30 aliados da OTAN divulgaram um comunicado de dois parágrafos na quarta-feira condenando o pouso forçado de um voo da Ryanair para prender o jornalista Roman Protasevich, mas não incluiu quaisquer medidas punitivas que os aliados do Báltico e a Polônia tanto pressionaram.

A declaração também foi menos estridente do que os comentários públicos do Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg. Ele chamou o incidente de “sequestro de estado” e “ultrajante”.

No domingo, 23 de maio, um avião da companhia aérea irlandesa Ryanair que havia saído de Atenas, na Grécia, com destino à Lituânia, foi forçado a sair de sua rota original e fazer uma parada em Minsk, capital da Bielorrússia (Belarus), sob a alegação de uma ameaça de bomba no voo.

Um caça foi enviado para escoltar a aeronave, que pousou, então, na capital bielorrussa, onde o jornalista e opositor do governo local, Roman Pratasevich, foi preso.

Após o pouso da aeronave, ficou constatado que não havia nenhuma bomba a bordo. Com Pratasevich de 26 anos conduzido sob escolta policial e o avião retomou sua rota original e horas depois pousou em segurança na Lituânia.

Ancara insistiu que qualquer menção de apoio a mais sanções ocidentais à Bielorrússia, e apelos para a libertação de prisioneiros políticos lá, seria deixada de fora do texto, disseram os dois diplomatas.

A linguagem que ameaçava uma suspensão da cooperação da OTAN com a nação também foi removida, acrescentaram.

Os motivos da Turquia não foram imediatamente claros.

Diplomatas disseram que Ancara pode estar tentando preservar os laços com Moscou, o aliado mais próximo da Bielorrússia, e manter relações econômicas com eles através da Turkish Airlines, que tem voos diários para Minsk.

Outra possibilidade pode ser o entusiasmo da Turquia em receber turistas russos neste verão, após a pandemia de COVID-19.

Um aumento nas infecções por coronavírus no mês passado e uma enxurrada de alertas de viagens ao exterior eliminaram muitas reservas antecipadas e aumentaram as perspectivas de outra temporada turística perdida para a Turquia, que depende do fluxo de caixa para financiar sua pesada dívida externa.

Um oficial da OTAN disse: “A declaração do Conselho do Atlântico Norte sobre a Bielorrússia foi acordada por todos os 30 Aliados por consenso. Não entramos nos detalhes das discussões no Conselho, que são confidenciais.”

The Prime Minister of Estonia, Kaja Kallas visits NATO and meets with NATO Secretary General Jens Stoltenberg

Um dos diplomatas disse que Stoltenberg obteve o acordo de todos os aliados, incluindo a Turquia, para o texto final, publicado no site da OTAN, para evitar novas divisões públicas.

Nota da OTAN

A insistência da Turquia em um texto mais aguado incomodou vários aliados, especialmente Polônia, Lituânia e Letônia, que pressionaram por uma formulação mais dura, disseram os diplomatas.

Um terceiro diplomata disse que a reação de Ancara visava principalmente usar uma redação diferente ao da União Europeia (UE), que detalhava as propostas de sanções.

Estas incluíram a proibição do sobrevoo do espaço aéreo da UE por companhias aéreas bielorrussas, impedindo as companhias aéreas de usar aeroportos da UE e apelando às companhias aéreas da UE para evitarem a Bielorrússia.

REUTERS/Francois Lenoir

A Turquia não é membro da UE, embora seja candidata há muitos anos.

“Muitos aliados ficaram muito frustrados com a Turquia. Foi importante para a OTAN responder e não está claro por que Ancara deveria querer defender o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko”, disse um diplomata europeu presente na discussão.

A Turquia se tornou um parceiro mais difícil nos últimos anos para alguns aliados da OTAN, entrando em confronto com a França por causa da política turca na Líbia, com os Estados Unidos na Síria e com a Grécia por direitos de energia no Mediterrâneo.

A Turquia também comprou mísseis de defesa aérea da Rússia, que a Otan diz ser um adversário que tenta desestabilizar o Ocidente.

Os Estados Unidos e a União Europeia criticaram o que consideram uma queda em direção a um governo mais autoritário sob o presidente Tayyip Erdogan, especialmente desde o golpe fracassado de 2016.

Mas a Turquia, que tem o segundo maior exército da OTAN e está em uma localização estratégica entre a Europa e o Oriente-Médio e com costas nos mares Negro e Mediterrâneo, é muito grande e importante para a UE ou os Estados Unidos ignorarem.

Ancara disse repetidamente que apoia a OTAN, mas tem o direito de seguir sua própria política externa soberana, isso revela muito resistente, pelo fato da Turquia ainda não sair das saias da OTAN e do queremismo em adentrar na União Europeia.

Com informações complementares Reuters, OTAN, AP, TMT, via Redação Área Militar

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