WASHINGTON – Um escritório da Força Espacial criado para trabalhar com a indústria espacial comercial está abrindo uma nova instalação em Chantilly, Virgínia.
O coronel Richard Kniseley, chefe do Escritório Espacial Comercial do Comando de Sistemas Espaciais, disse em 11 de maio que o local foi escolhido por sua proximidade com outras agências governamentais que também trabalham com a indústria espacial comercial.
“Queríamos estar próximos da comunidade de inteligência, da NASA e da Agência de Desenvolvimento Espacial”, disse Kniseley em um webcast organizado pela National Security Space Association.
O escritório de serviços comerciais, conhecido como COMSO, supervisionará a aquisição de serviços via satélite do setor privado, como comunicações, imagens e dados meteorológicos. Também absorverá outras organizações que trabalham com a indústria espacial comercial, incluindo SpaceWERX, o mercado de dados Space Domain Awareness, a iniciativa SSC Front Door e um novo programa que está procurando maneiras de a indústria espacial apoiar os militares durante conflitos.
A instalação de Chantilly será um “centro de colaboração comercial”, disse Kniseley. A inauguração está prevista para 7 de junho, quando o escritório sediará um dia da indústria focado em navegação espacial, posicionamento e serviços de cronometragem.
Kniseley disse que há um “enorme apetite” por serviços espaciais comerciais, mas levará algum tempo para superar os obstáculos burocráticos e orçamentários para financiar esses serviços.
A maior parte do financiamento para serviços comerciais hoje é para comunicações baseadas em satélite e dados de conhecimento do domínio espacial. Áreas emergentes de interesse, disse ele, incluem PNT baseado no espaço que não depende de GPS, dados meteorológicos e transporte de dados baseados no espaço.
Os serviços obtêm uma pequena parte do financiamento da Força Espacial
O analista da indústria Mike Tierney, chefe de assuntos legislativos da National Security Space Association, observou que as empresas do setor espacial podem ter expectativas muito altas quando se trata de aquisição de serviços da Força Espacial.
Os gastos com dados de conscientização de domínio espacial comercial, por exemplo, são de cerca de US$ 18 milhões no orçamento de 2024, em comparação com centenas de milhões de dólares orçados para sistemas de propriedade do governo.
Há uma desconexão entre as expectativas da indústria e a realidade orçamentária, disse ele em 9 de maio. “O escritório da COMSO tem a oportunidade de esclarecer” o que planeja comprar de forma realista, disse Tierney. “E se conseguirmos um alinhamento em termos de expectativas, acho que teremos um diálogo muito melhor entre o setor comercial e o governo sobre onde estão as áreas certas.”
Todd Harrison, diretor-gerente da Metrea Strategic Insights, disse que a Força Espacial precisa “nos mostrar seu plano de como vão alavancar totalmente o espaço comercial”.
Falando em 9 de maio em um webinar da NSSA, disse que a indústria ouviu “muita conversa” do governo e agora quer ver mais detalhes.
“Onde a Força Espacial poderia estar alavancando os serviços espaciais comerciais? Há todos os tipos de imagens eletro-ópticas, radar baseado no espaço, detecção de radiofrequência, manutenção de satélites em órbita, você pode ir para a lista”, disse Harrison. “E eu realmente não vejo muito plano. E o mais importante, não vejo isso no pedido de orçamento.”
“Os serviços comerciais não funcionam para tudo”, disse ele. “Mas, quando apropriado, devemos ver isso no orçamento. Devemos ver fluxos de financiamento reais. E, na maioria das vezes, não estamos vendo isso”, disse Harrison. “O escritório do espaço comercial tem muito trabalho a fazer para recuperar o atraso.”
Existe o risco, disse Harrison, de que, se o governo não apoiar alguns desses serviços, as empresas podem não sobreviver e “a Força Espacial pode perder esta oportunidade de alavancar o que muito capital privado já investiu”.
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