Entrar para a Aliança do Atlântico Norte não é tarefa fácil e rápida, isso fora visto com a Finlândia e Suécia que ainda estão em processo de adesão desde a oficialização do convite pelos chefes de estado e de governo da Organização em 29 de junho.
No caso da Ucrânia, a situação é muito ruim e sensível. As decisões de convidar novos membros devem levar em conta o processo de ratificação exigido nos Estados membros. No caso dos Estados Unidos, as decisões são tomadas em consulta com o Congresso.
O principal determinante para qualquer convite a novos membros é se a sua admissão na OTAN fortalecerá a aliança e promoverá o objetivo básico do alargamento da OTAN, que é aumentar a segurança e a estabilidade em toda a Europa.
Outro ponto está na instabilidade militar da nação, uma das exigências para ingressar na Aliança é não estar em guerra, e a Ucrânia, desde 2014, trava uma longa batalha no Leste do País intensificado após 24 de fevereiro deste ano.
A Rússia advertiu sem rodeios na quinta-feira, 13 de outubro, que uma maior intromissão das potências ocidentais na Ucrânia desencadearia a Terceira Guerra Mundial, desta vez uma nuclear que “será catastrófica para toda a humanidade”.
A Rússia e os Estados Unidos são de longe as maiores potências nucleares: controlam cerca de 90% das ogivas nucleares do mundo.
Um alto funcionário do Kremlin ameaçou especificamente uma carnificina mundial se a Otan aprovar a tentativa da Ucrânia de se juntar à sua aliança.
“Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial”, disse o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, à agência de notícias estatal TASS.
O alerta veio um dia depois que um alto funcionário da Otan disse que um ataque nuclear russo quase certamente desencadearia uma “resposta física” dos aliados da Ucrânia – e o secretário de Defesa Lloyd Austin disse que os EUA estavam “comprometidos em defender cada centímetro do território da Otan”.
No entanto, Venediktov entendeu que isso significava que as potências ocidentais e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy estavam planejando ataques preventivos.
Moscou esperava que o líder turco Recep Tayyip Erdogan, em reunião em Astana com o presidente russo, Vladimir Putin, apresentasse formalmente propostas de formatos para possíveis negociações entre a Federação Russa e o Ocidente, mas até o momento não há avanço.
Ainda ontem, o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, alertou Moscou que suas forças seriam “aniquiladas” pela resposta militar do Ocidente se o presidente Vladimir Putin usar armas nucleares contra a Ucrânia, aumentando a possibilidade de ataques preventivos planejados pela OTAN contra a Rússia.
“Putin está dizendo que não está blefando. Bem, ele não pode se dar ao luxo de blefar, e tem que ficar claro que as pessoas que apoiam a Ucrânia, a União Europeia e os Estados-membros, e os Estados Unidos e a OTAN também não estão blefando”, disse o chefe de política externa europeia na abertura de uma Academia Diplomática em Bruxelas.
Ainda segundo o conselheiro de Segurança da Rússia, Venediktov, “as palavras de Zelensky são não apenas algum tipo de observação, mas um apelo aberto para a Terceira Guerra Mundial em que não pode haver vencedores”.
Apesar de seu próprio presidente, Vladimir Putin, ameaçar repetidamente o uso de armas nucleares – alertando que ele “não está blefando” – Venediktov insistiu sem evidências de que apenas o Ocidente estava fazendo tais ameaças.
Muito provavelmente Venediktov se refere às constantes mobilizações militares do ocidente para a Ucrânia e as constantes falas de ataque de membros europeus contra o Exército Russo.
“Oficiais russos nunca fizeram ameaças de usar armas de destruição em massa”, afirmou, isso porque Venediktov destaca que Putin emitiu alertas de conflitos nucleares caso a situação na vizinha se expande para os territórios russos.
O conselheiro russo afirmou que “há dúvidas muito sérias sobre a adequação de Zelenskyy”, sugerindo que o presidente ucraniano é um fantoche cujas “ações e palavras” são “ditadas” por outros.
“Portanto, seria bom para o Ocidente perceber que seu protegido pode assumir tanto que Washington e Bruxelas terão que pensar em como lidar com as consequências.”
Venediktov sugeriu que comentários “perigosos” só estavam sendo feitos porque “no Ocidente, cada vez menos pessoas se lembram do que é a guerra”.
“Por alguma razão, muitos acreditam que uma guerra nuclear pode ser travada localmente”, disse Venediktov, acrescentando “devemos lembrar: um conflito nuclear afetará absolutamente todo o mundo – e não apenas a Rússia e o Ocidente coletivo, mas em geral qualquer país deste planeta”.
Venediktov salientou as consequências do uso de armas nucleares em possível Terceira Guerra Mundial catastróficas para toda a humanidade, o alerta soou dias depois que o presidente Joe Biden admitiu temores de um Armagedom iminente.
A entrada da Ucrânia na Aliança foi uma estratégia. Poucas horas depois que o presidente russo Vladimir Putin proclamou formalmente a anexação de até 18 por cento da Ucrânia em 30 de setembro, o presidente Volodymyr Zelenskyy anunciou uma oferta surpresa de adesão rápida à OTAN.
A adesão plena à OTAN para a Ucrânia está longe porque todos os 30 membros da aliança teriam que dar seu consentimento, principalmente a Turquia que é avessa a muitos dos planos atuais de Zelenskyy e possui relações muito íntimas com a Rússia em vários setores, como bélico e energético, seria um entrave à adesão ucraniana.
De fato, se a Ucrânia for admitida na aliança militar da Otan liderada pelos EUA, então o conflito na Ucrânia terá com toda a certeza uma escalada aguda para atritos de natureza global evidentemente pelo artigo 5º de defesa mútua entre estado da OTAN, ocasionando a Terceira Guerra Mundial.