Promotores búlgaros relacionaram seis cidadãos russos a uma série de explosões em fábricas de munições e armas em seu território, informou a mídia do sudeste europeu nesta quarta-feira, 28 de abril.
A porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Siika Mileva, disse que os quatro incidentes ocorridos há uma década podem estar relacionados à tentativa de envenenamento do traficante de armas búlgaro Emilian Gebrev em 2015.
Três cidadãos russos suspeitos de trabalhar para a agência de inteligência militar GRU são procurados em conexão com o envenenamento de Gebrev, disse Mileva em uma entrevista coletiva. Três outras pessoas teriam estado na Bulgária na época da tentativa de envenenamento e das explosões – uma das quais ocorreu em 2011, duas em 2015 e uma no ano passado.
As armas e munições em todas as quatro explosões foram destinadas à exportação para a Ucrânia ou a Geórgia, informou a Agência de Notícias Búlgara, citando promotores búlgaros.
“As evidências coletadas levam à conclusão de que o objetivo das ações dos cidadãos russos era interceptar o fornecimento de produtos militares para a Geórgia e a Ucrânia”, disse a agência de notícias.
A promotoria búlgara disse que tem trabalhado com as autoridades tchecas para estabelecer uma ligação entre os quatro atentados e a explosão mortal no depósito de armas de 2014 em território tcheco, que levou a uma grande precipitação entre Praga e Moscou.
Praga acusou os serviços especiais russos de envolvimento nas explosões, desencadeando uma série de expulsões diplomáticas envolvendo outros membros da UE e da OTAN no leste e centro da Europa que continuaram na quarta-feira.
O Kremlin negou as acusações como absurdas, com o ministro das Relações Exteriores da Rússia sendo o último a ridicularizá-las – e a disputa doméstica do governo tcheco entre seu presidente pró-Rússia e o governo pró-UE – como “esquizofrenia”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na quarta-feira, também zombou das acusações da Bulgária, dizendo que Sofia “evidentemente quer superar os tchecos”.
The Moscow Times, Bellingcat Investigation Team, via Redação Área Militar