Recentemente a CIA fez revelações importantes sobre a alta possibilidade do presidente da China, Xi Jinping, considerar o envio de ajuda letal à Rússia em sua guerra contra a Ucrânia, ou seja, armamentos de alto poder de fogo. Dias atrás diplomatas chineses disseram a comissariados alemães que esta possibilidade é “Desinformação Americana” para interferir nas relações amistosas entre Pequim e Moscou.
Essa escalada é uma mudança dramática em relação às avaliações anteriores do governo Biden. No início de fevereiro, a CIA descreveu que Xi Jinping estava “muito relutante em fornecer o tipo de arma letal para a Rússia, na qual os russos estão muito interessados”.
Mas mesmo Pequim dizendo que são retóricas, há motivos para que esta ajuda aconteça. Três semanas antes de Putin lançar sua guerra na Ucrânia, o presidente russo assinou um pacto com seu aliado Xi Jinping que dizia que “não haveria limites” para a cooperação dos dois países.

No entanto, apesar da inteligência americana estar de olhos, ouvidos e mãos atentas nas atividades portuárias, aéreas e terrestres na China, principalmente nos grandes centros industriais e manipulação de siderúrgicas, os chineses estão utilizando empresas conhecidas como “laranjas” para escoar seus suprimentos tecnológicos adaptados para guerra até o campo de batalha da Rússia na Ucrânia.
Uma empresa laranja é sempre criada com o intuito de ocultar sua real propriedade pelo fato dessa ser provida de uma origem ilícita, incerta, indevida, no caso analisado neste vídeo, a China está utilizando uma empresa do Emirados Árabes Unidos e outra em determinada região do Golfo para transportar equipamentos do centro industrial chinês e redistribuí-los, em nível de estoque a pronta entrega, para o governo de Moscou e empresas ligadas ao setor de defesa russa sem intermédio chinês.
Mas como isso está sendo possível com tantas sanções e olhos na China e Rússia? O que a China tem a dizer sobre isso? Sabe-se que a indústria civil-militar chinesa são centralizadas no poder do Estado, então tudo que se desenvolve no setor civil tem mãos ou olhos do governo chinês.
Alguns dos drones comerciais chineses estão chegando na linha de frente de distribuidores russos fornecidos pela chinesa Da-Jiang Innovations Science & Technology Corp., com sede em Shenzhen, na China, conhecida como DJI, a maior fabricante de drones comerciais do mundo em participação de mercado, de acordo com registros alfandegários, enquanto outros são transportados por empresas laranjas dos Emirados Árabes Unidos.
A implantação contínua de drones chineses pela Rússia no campo de batalha ucraniano mostra como seus militares conseguiram retirar itens críticos para suas forças armadas do exterior, apesar de uma ampla campanha de pressão ocidental destinada a restringir a capacidade de Moscou de continuar a guerra.
O Pentágono teme que esses drones não estejam apenas alimentando o esforço de guerra da Rússia, mas também permitindo que a China reúna inteligência crucial no campo de batalha que pode aumentar a prontidão de guerra de Pequim, isso se deve a experiência que a guerra na Ucrânia está oferecendo e os softwares chineses sendo entregues aos russos.
A empresa Da-Jiang Innovations Science programou os drones comerciais usados em combates para coletar dados geoespacial, tático e procedimentos que a Defesa chinesa ainda não possui da guerra em curso. Mas como são transferidos? Não há outra hipótese a não ser a colaboração de militares russos.
Vale destacar que muitos destes mesmos equipamentos também estão chegam nas mãos dos ucranianos, como o Mavic 2.

Existem alguns drones que suportam munições de até 2 Kg, outros mais sofisticados, como quadricópteros chineses sofisticados com quatro rotores, muitos usados na agricultura, podem ser adaptados para suportar carga útil de 15 a 20 Kg ou mais, ideal para transportar cerca de 7 a 8 granadas propelidas por foguetes de até 2 Kg.

Analisando dados públicos disponíveis da empresa comercial ImportGenius foi possível observar que os EUA comercializaram mais de 49 toneladas de produtos de diferentes tipos há pelo menos 10 anos com a empresa chinesa Da-Jiang Innovations, com principais portos de acesso na Califórnia.

Não é possível determinar quais produtos foram comercializados entre si e qual o peso atual dos EUA sobre a empresa.

Em abril do ano passado, no ápice da guerra na Ucrânia, a Da-Jian comunicou a suspensão temporária de todas as operações comerciais na Rússia e na Ucrânia e enfatizou que se opõe a qualquer uso militar de seus produtos.
Grande parte dos produtos usados na guerra foram de estoques pré-estabelecidos antes do conflito, e posteriormente se ampliou no curso da guerra através de fornecedores, em sua maioria laranjas.
No entanto, como eletrônicos de consumo, os produtos da empresa podem ser adquiridos em lojas de comércio eletrônico e lojas em muitos países, como destacado, há estoques disponíveis em nações do Golfo Pérsico que fornecem aos russos drones modificados para serem usados na guerra, e isso envolvem empresas laranjas chinesas dentro dessas nações.
Apesar disso, não há qualquer indício no momento da associação entre a Da-Jiang e tais empresas laranjas intermediárias dos produtos, o que se reconhece é que em parte são operadas por organizações chinesas. De acordo com nota emitida pela Da-Jiang e divulgada pelo Wall Street Journal, a empresa não pode impedir que usuários ou organizações comprem em países ou regiões que não sejam a Rússia e a Ucrânia e, em seguida, transportem para a Rússia e a Ucrânia.
De acordo com Konstantin Kuznetsov, um negociante de armas em Orenburg, na Rússia, que fornece equipamentos ao exército russo, os drones da Da-Jiang normalmente são comprados nos Emirados por 500.000 rublos russos, o equivalente a cerca de US$ 6.800, acima do preço de mercado, porém não há intermédio direto da empresa produtora chinesa, bandeira chinesa, e os produtos estão disponíveis em estoque, não é preciso tempo de produção.
São artimanhas de mercado que facilitam o comércio negro de produtos de alta tecnologia para a guerra na Ucrânia em favor dos russos, escapando de sanções, registros alfandegários e enriquecimento de empresas ilícitas nos negócios comerciais globais.