Contexto: As entranhas da visita sigilosa do Diretor da CIA no Brasil

Para a Agência Central de Inteligência (CIA), a América Latina ainda é a principal região sujeita a intempereis do rearranjo comunista atual e conflitos sociais que solapam nações em seu sistema mais intrínseco, ao ponto de desestabilizar o continente e reduzir as defesas dos países abrangidos pelo Comando Sul Americano.

Nesta importância, os EUA buscam relações em todos os níveis com os principais governos latinos para retardar ou bloquear qualquer avanço marxista-leninista, visando, é claro, o interesse próprio. No caso do Brasil, a partir de 2018, os americanos estreitaram relações com os brasileiros, formaram parcerias nos setores econômicos, políticos e de defesa.

Contudo, iniciando um primeiro contato oficial de um alto escalão da Administração Biden com o Governo de Bolsonaro, o Brasil recebeu uma visita sigilosa do Diretor da CIA, William Joseph Burns, um ex-embaixador americano de carreira na Rússia e Jordânia, em 2015 foi a principal figura na negociação do Acordo Nuclear JCPOA com o Irã encabeçado pelo então presidente Obama, além de fazer parte do escalão americano à frente do Conselho de Segurança da ONU, por regra, Burns é diplomata, estratégico e gerenciador de conflitos, um homem que o Brasil precisa se relacionar.

Assim, antes de sua desejável visita ao Brasil, e indesejável aos comunistas, Burns esteve em Bogotá, na Colômbia, em 30 de julho, onde tratou de questões sensíveis desde o microrganismo chinês à crise fronteiriça com a Venezuela, que pode resvalar por toda a América, mas essa história é mais para o final deste artigo.

Após a presença na Colômbia, Burns chegou a Brasília na quinta-feira, 1º de julho, segundo relatos de fontes não identificadas, o Diretor foi ao Palácio do Planalto por volta das 16 horas da tarde, junto com o embaixador americano, Todd C. Chapman, do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, General Augusto Heleno, do Ministro da Defesa, Braga Netto, e do Diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem, encontrou-se com o Presidente Jair Bolsonaro.

Deste encontro extra-oficial com o Presidente, duas principais pautas provavelmente foram debatidas, a tecnologia de quinta geração (5G) e Venezuela.

Sobre a quinta geração de comunicação, os americanos buscam ultrapassar os anseios da China pelo setor de infraestrutura no Brasil, que disponibilizará um leilão ainda neste segundo semestre.

Em outubro do ano passado, o governo brasileiro assinou acordos com os Estados Unidos de facilitação de comércio e de investimentos em uma série de áreas, inclusive a rede 5G de internet móvel, a fim de se livrar das amarras chinesas que cometem devastadores ataques cibernéticos em grandes instituições de vários setores pelo mundo.

O documento do ano passado se revela em uma carta de intenções assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes e a presidente do EximBank, o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos, Kimberly Reed, em cerimônia no Palácio do Itamaraty.

A carta de intenções evidencia que os Estados Unidos acenam com US$ 1 bilhão para financiar projetos no Brasil nas áreas estratégicas de energia: nuclear, gás e óleo; infraestrutura; logística e mineração; e, especialmente, para telecomunicações.

Segundo o Observatório Político dos EUA, “nos últimos 20 anos, a trajetória de crescimento da China no cenário mundial foi formidável. Nos setores de ponta, a Huawei Technologies é o exemplo da mudança da inovação de caráter incremental para a modalidade radical”, ocorre que a Huawei é uma empresa chinesa controlado definitivamente pela governo central chinês, na figura do Partido Comunista e Xi Jinping, totalmente oposta às empresas americanas ou europeias que são controladas pelo próprio interesse executivo das próprias empresas, sem amarras estatais.

No início de junho deste ano, ministros brasileiros sob a frente liderada por Fábio Faria, Ministro das Comunicações, esteve nos Estados Unidos e visitou a sede do FBI e da CIA, onde debateram sobre a tecnologia de quinta geração.

Outro possível ponto da presença do Diretor da CIA se refere à situação tensa na fronteira entre Venezuela e Colômbia. Desde abril deste ano, às margens dos Rios Arauca e Apure, os conflitos entre forças militares colombianas e agentes e militantes de Maduro e dissidentes das FARC estão a todo vapor.

De acordo com relatos do Ministério da Defesa Colombiana e mídias locais, veículos blindados e militares de batalhões de cavalaria e infantaria do Exército Colombiano e aeronaves da Força Aérea Colombiana foram enviados para a região de conflito, assim como o lado Venezuelano também fomentou a área com militares.

Diversos bombardeiros terrestres e trocas de tiros permanecem presentes até o momento, inclusive diversas unidades de fuzileiros navais bolivarianos foram massacrados na ocasião. Destes conflitos, milhares de venezuelanos se mobilizaram para longe das margens dos rios.

Os governos de Chavez e Maduro sempre abriram brecha à permanência de grupos militantes na região, como FARCs e ELN, alimentando-os com respaldo bélico e encobrimento de crimes, entretanto, os dissidentes atuais ascenderam o controle do mercado ilícito pela região sem o controle e consentimento dos antigos líderes das FARC, o que preocupou Maduro, o atual controlador do Cartel De Los Soles, que autorizou o combate bélico contra esses agentes.

Posterior ao encontro com Bolsonaro, o Diretor da CIA participou de um jantar direto com General Ramos, Chefe da Casa Civil, e com o General Augusto Heleno, após às 19h30 no setor SUL QI 5, em Brasília.

Como de costume, a oposição não gostou do encontro e do silencio sobre as pautas discutidas, e busca agora saber o que foi discutido na visita de Burns. Assim, na terça-feira, 6 de junho, foi protocolado um requerimento pelo deputado federal Glauber Braga do PSOL que pede informações sobre a reunião, um momento de troca de informações sigilosas e de extrema segurança da nação.

A oposição quer a todo custo trazer à tona informações sigilosas para tentar desestabilizar o país como o STF tentou no ano passado ao divulgar a íntegra da reunião dos Ministros do Governo Federal, mas a tentativa falhou.

Na época da visita, o Diretor da ABIN, Sr. Ramagem, declarou que a “Simbólica visita do Diretor-geral da CIA demonstrando a crescente importância do Brasil no cenário internacional. Identidade histórica e cultural de duas nações ocidentais, conservando valores fundamentais voltados à democracia representativa e ao interesse público”.

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