Curiosidades – Como eram os funerais na Roma Antiga? – PS

O site PS trouxe mais uma importante matéria sob direção da jornalista Paula Santinati. Acesse: https://psantinati.wordpress.com/

Os funerais na Roma Antiga eram eventos cheios de tradição e rituais, refletindo a estrutura social e as crenças religiosas daquela época.

Desde as cerimônias mais elaboradas dos nobres até os rituais simples para os pobres, os funerais romanos ofereciam uma visão única sobre a vida e a morte na sociedade romana.

O funeral na Roma Antiga

Quando uma pessoa morria, os preparativos para o funeral começavam com a família lavando e perfumando o corpo, que era então vestido com suas melhores roupas.

Se o falecido tivesse ocupado um cargo público ou militar, ele poderia ser vestido com suas vestimentas oficiais e o morto era colocado em um leito funerário na casa da família, onde amigos e parentes podiam prestar suas últimas homenagens.

Para as classes médias e baixas, os funerais eram mais simples e modestos, embora as procissões e rituais fossem seguidos, eram menos elaborados.

Já os escravos e pobres não conseguiam pagar por funerais elaborados e por isso seus corpos geralmente eram enterrados em sepulturas comuns, chamadas de puticuli, onde múltiplos corpos eram colocados em uma única cova.

A Lenda de Charon

Na mitologia greco-romana, Charon (Caronte) era o barqueiro que transportava as almas dos mortos através do rio Estige até o submundo, governado por Hades. A travessia do Estige era necessária para que as almas pudessem alcançar seu destino final na vida após a morte.

Para assegurar a passagem segura das almas, era preciso pagar uma tarifa ao barqueiro Charon, tradicionalmente uma moeda conhecida como o “óbolo de Charon” e sem esse pagamento, as pessoas daquela época acreditavam que a alma do falecido ficaria vagando sem descanso pelas margens do rio.

Por isso, seguindo esta crença mitológica, os romanos adotaram o costume de colocar uma moeda na boca ou nos olhos do falecido durante os funerais.

As moedas usadas variavam dependendo da riqueza e status da família, as mais ricas poderiam usar moedas de maior valor, enquanto as famílias mais pobres usariam moedas simples, mas o valor da moeda não era tão importante quanto o ato simbólico de fornecer o pagamento para a travessia.

Mas esse ato também era uma demonstração de honra e respeito, uma maneira de assegurar que o morto fosse tratado com dignidade na vida após a morte, refletindo o carinho e a consideração da família e dos amigos.

Inclusive, esse costume continuou por muitos séculos, mesmo com a mudança das religiões, muitos aspectos desses rituais antigos permaneceram influentes.

Como o Império Romano descartava corpos?

A cremação era o método mais comum de disposição dos corpos durante a República e o início do Império Romano.

O corpo era colocado em uma pira funerária, e a família acendia o fogo. Após a cremação, as cinzas eram recolhidas e colocadas em uma urna funerária e essas urnas podiam ser guardadas em túmulos familiares ou em columbários, estruturas com nichos para armazenar as urnas.

Embora a cremação fosse mais comum, o enterro também era praticado, especialmente nos períodos posteriores do Império. Os corpos eram enterrados em túmulos subterrâneos ou em sarcófagos de pedra, mas o local do enterro variava de acordo com a classe social do falecido.

Rituais funerários em Roma

O velório era chamado de collocatio e durante esse período, lamentações públicas eram comuns, as mulheres da família muitas vezes expressavam seu luto com choros e gritos.

Já a procissão funerária, ou pompa, era uma parte importante do funeral romano porque o corpo era carregado em um leito funerário ao longo das ruas acompanhado por membros da família, amigos e, às vezes, por músicos e até mesmo pessoas contratadas para lamentar.

A procissão precisava passava por lugares significativos da vida do falecido, terminando no local de cremação ou sepultamento, já os rituais pós-funeral incluíam sacrifícios e ofertas aos deuses e aos espíritos dos mortos. Essas práticas eram realizadas para assegurar que o espírito do falecido encontrasse paz e não perturbasse os vivos.

Outra coisa comum após os funerais eram os banquetes fúnebres, onde todos se reuniam para compartilhar uma refeição em memória do falecido, servindo tanto para honrar o morto quanto para fortalecer os laços sociais entre os sobreviventes.


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