Ataque aéreo de Israel usou cobertura de aeronaves civis comerciais voando sobre a Síria

De acordo com informações levantadas por cruzamentos de imagens de radar, interceptação de comunicações e testemunho de observadores internacionais em campo na região, foi confirmado que caças israelenses usaram o tráfego de aviões de passageiros de companhias aéreas estrangeiras como cobertura, enquanto realizavam ataques aéreos na Palmyra da Síria.

Na postagem abaixo, feita na página da Força Aérea de Israel no domingo, dia 10 de outubro, estes desejavam à todos um bom início de semana com a foto bem sugestiva de um caça F-15 equipado com bombas para ataque ao solo e mísseis AIM-7 Sparrow que eventualmente podem ser configurados para ataque contra radares e outros equipamentos. Isso foi interpretado por muitos especialistas como uma “sugestão preditiva” do que poderia acontecer na semana… E aconteceu!

Mais tarde no dia seguinte ao ataque, a IDF publicaria outra imagem sugestiva, mas com a alusão ao exercìcio multinacional “Blue Flag”, mas dessa vez com outra aeronave F-15 “limpa” de armamentos:

Após a confirmação da incursão com intenção óbvia de ataque  quando as aeronaves israelenses foram detectadas, as defesas aéreas da Síria não efetuaram uma reação mais efetiva contra os caças da IAF que realizaram os ataques aéreos de 13 de outubro nos arredores da antiga cidade síria de Palmyra porque estes estavam usando dois aviões civis como cobertura, declarou o Almirante Raro Vadim Kulit, vice-chefe da Reconciliação Russa Centro na Síria, em 14 de outubro.

O oficial russo disse que os ataques aéreos foram realizados por quatro caças F-16 que penetraram no espaço aéreo da Síria sobre a área ocupada pelos Estados Unidos no sudeste de al-Tanf.

“O comando militar sírio decidiu não engajar os sistemas de defesa aérea, porque duas aeronaves civis, em rota de Dubai a Beirute e de Bagdá a Damasco, estavam presentes na área de efeito da defesa aérea”, disse o Almirante Kulit, de acordo com a agência de notícias TASS .

Fonte: https://tass.com/world/1349887

De acordo com a informação de muitos especialistas russos em campo, uma tragédia maior foi evitada quando as defesas aéreas sírias e russas decidiram rapidamente não derrubar as aeronaves israelenses, pois com a presença de duas aeronaves civis sobrevoando a região onde o ataque ocorria, com algumas contramedidas eletrônicas de uso conhecido da Força Aérea de Israel, facilmente os mísseis da defesa aérea síria poderiam ser “enganados” por sinais eletrônicos e seguir para os aviões civis sobre o espaço aéreo do local onde tudo acontecia.

Esta não foi a primeira vez que a Força Aérea Israelense usou essa tática. Em 17 de setembro de 2018, caças israelenses em missão para atacar alvos na costa síria usaram um avião da inteligência russa Il-20 como cobertura para enganar as defesas aéreas da Síria. O avião russo finalmente foi abatido por fogo amigo. Naquela época, 15 militares russos foram mortos.

Os ataques aéreos de 13 de outubro mataram um militar sírio e de três combatentes sírios aparentemente ligados ao Irã. Muitos outros ficaram feridos mas não existem ainda informações detalhadas da quantidade de vítimas.

Abaixo, uma publicação em rede social de um observador internacional que estava presente em campo:

De acordo com o Almirante Raro Vadim Kulit e com informações de imagens de satélite publicadas no Aurora Intel, os ataques aéreos danificaram uma fábrica de processamento de minério de fosfato e destruíram uma torre de comunicação perto de Palmyra. O dano era visível em novas imagens de satélite.

A Sala de Operações dos Aliados da Síria, que comanda as forças apoiadas pelo Irã na Síria, ameaçou Israel com uma “resposta muito dura” aos ataques aéreos.

Israel espera que seus repetidos ataques à Síria forcem o Irã a sair do país. No entanto, esses ataques estão apenas levando a mais escalada. A ameaça que representa para Israel está até crescendo como resultado desses ataques não provocados.

Uma fonte militar anônima disse à Syrian Arab News Agency que o ataque aéreo foi lançado da área sudeste de al-Tanf, que é ocupada pela coalizão liderada pelos EUA e seus representantes.

De acordo com essas fontes anônimas militares sírias, o ataque aconteceu por volta das 23:34 do dia 13, quando a Força Aérea de Israel efetuou um ataque vindo da direção da área de al-Tanf em direção à área de Palmira, visando uma torre de comunicações e alguns postos ao seu redor.

A fonte anônima reconheceu que um militar sírio foi morto e três outros ficaram feridos como resultado dos ataques aéreos israelenses. Também foi confirmado que forças apoiadas pelo Irã estão presentes nos arredores de Palmyra. Eles não relataram nenhuma perda material ou humana, ainda.

As defesas aéreas da Síria dispararam apenas contra os mísseis israelenses quando esses foram disparados das aeronaves plataformas e estavam em direção aos alvos no solo. No entanto, não está claro se algum dos mísseis foi de fato interceptado.

Este foi o segundo ataque israelense ao centro da Síria em menos de uma semana

Em 8 de outubro, uma série de ataques aéreos atingiu a maior base aérea do país, conhecida como T-4, no interior de Homs. Os ataques aéreos, que atingiram um alvo não identificado perto da pista principal da base e vários sistemas de radar e de defesa aérea, também foram lançados do espaço aéreo de al-Tanf.

Os repetidos ataques de Israel à Síria visam, supostamente, evitar o entrincheiramento do Irã no país dilacerado pela guerra. No entanto, a maioria dos ataques recentes teve como alvo equipamentos do Exército Árabe Sírio, e não as forças apoiadas pelo Irã.

Em um comunicado à Agência de Notícias Árabe Síria (SANA), uma fonte militar síria revelou que os ataques foram lançados a partir da área de al-Tanf, no sudeste da Síria, que está ocupada pela coalizão liderada pelos EUA desde 2016. A coalizão mantém uma guarnição com cerca de 200 soldados na área.

Esse ataque aconteceu por volta das 21h33, com uma incursão aérea vinda da direção da área militar de Al-Tanf com disparos de mísseis contra a base aérea T-4 na região central.

As defesas aéreas da Síria dispararam contra os mísseis israelenses que se aproximavam. Vários mísseis foram supostamente interceptados. Mesmo assim, a base aérea foi atingida.

De acordo com a fonte militar do SANA Syria e do SOHRW e outros observadores internacionais em campo, seis militares ficaram feridos nos ataques israelenses. A base aérea T-4 também sofreu danos materiais.

Este foi o primeiro ataque israelense à base aérea T-4, que está localizada no coração da Síria, neste ano. Em 2 de setembro do ano passado, uma série de ataques israelenses danificou a pista principal da base e destruiu uma estação de radar.

Existem informações que as forças apoiadas pelo Irã estão estacionadas na base aérea T4. Em 2019, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica transferiu seu principal centro de fornecimento de armas na Síria do Aeroporto Internacional de Damasco para a base. No mesmo ano, começaram as obras de ampliação da base.

O novo ataque ao T-4 foi provavelmente uma parte da campanha militar “Guerra Entre-Guerras” de Israel. O objetivo da campanha é empurrar o Irã e seus aliados para fora da Síria, bem como impedi-los de desenvolver suas capacidades ofensivas. Nenhum desses objetivos foi alcançado, ainda.

  • Com informações TASS, Aurora Intel, SOHR, SANA Syria e STFH Analysis & Intelligence via redação Orbis Defense Europe/Genebra.
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