Caças russos com mísseis e bombas avançam sobre navio de guerra holandês no Mar Negro

Na última quarta-feira, 23 de junho, a Frota do Mar Negro por meio de caças russos Su-24M e um navio patrulha mantido em anonimato colocaram fim a uma violação da fronteira russa pelo contratorpedeiro britânico HMS Defender, um momento tenso ocorrido às 11h52 local que o canal Área Militar e a Orbis Defense relataram com exclusividade.

Segundo as evidências em radares de posição naval, o navio britânico havia cruzado a fronteira com a Federação Russa e entrou em águas territoriais perto do Cabo Fiolent, adentrando a fronteira em três quilômetros de distância.

No evento ocorrido, o ministério da defesa russo havia afirmado que tiros de alerta foram disparados e bombas lançadas no caminho do contratorpedeiro britânico para força-lo mudar sua rota e seguir linhas internacionais.

Contudo, outro fato veio à tona nesta semana, uma nova crise bélica e diplomática. Em uma demonstração de poder, caças russos armados com mísseis e bombas intimidaram o HNLMS Evertsen (F805), fragata da classe De Zeven Provinciën operada pela Marinha Real da Holanda no Mar Negro.

Esse incidente ocorreu um dia depois do evento com o HMS Defender, ou seja, na última quinta-feira, 24 de junho, quando o navio estava a sudeste da Crimeia.

Os aviões sobrevoaram repetidamente o navio de guerra entre as 15h30 e as 20h30, hora local, voaram perigosamente baixo e perto, realizando ataques de finta. Os caças estavam armados com bombas e os chamados mísseis ar-superfície, destinados a disparar contra um alvo em pleno ar.

Após horas de intimidação, interrupções no equipamento eletrônico do Evertsen também ocorreram, disse o Ministério da Defesa da Holanda em um comunicado.

As ações russas violaram o direito ao uso livre do mar. Além disso, vão contra acordos mútuos, conforme estabelecido no tratado da INCSEA.

O INCSEA surgiu após a ocorrência de vários incidentes entre as forças da Marinha dos Estados Unidos e da Marinha Soviética no final da década de 1960. Isso incluía aviões das duas nações passando perto uma da outra, navios chocando-se um com o outro, e ambos os navios e aeronaves fazendo movimentos ameaçadores contra os do outro lado.

Em março de 1968, os Estados Unidos propuseram negociações para evitar que tais incidentes se tornassem mais sérios. A União Soviética aceitou o convite em novembro de 1970, e as negociações foram conduzidas em duas rodadas, 1º de outubro de 1971, em Moscou, e em 17 de maio de 1972, em Washington, DC.

Momento histórico da assinatura

O Acordo foi assinado pelo Secretário da Marinha, John Warner, e pelo Almirante soviético, Sergei Gorshkov, durante a reunião de cúpula de Moscou em 1972.

O acordo deve evitar situações de risco no mar.

O comandante do navio holandês disse em um comunicado que o Eversten estava navegando em águas internacionais, argumenta que não havia razão para as ações russas observadas, que ele chamou de “irresponsáveis e inseguras”.

O navio de guerra holandês faz parte do Carrier Strike Group Britânico liderado pelo porta-aviões britânico HMS Queen Elizabeth e tem conduzido patrulhas no Mar Negro com o contratorpedeiro da Marinha Real Britânica, o HMS Defender, na prática de exercícios estratégicos de intervenção naval pela região e no apoio a portos de escoamento de nações aliadas.

As últimas evidências de conflitos territoriais e diplomáticos no Mar Negro sugerem o real incômodo da Rússia com a presença do Exercício Sea Breeze 21 liderado pelos EUA e Ucrânia. O Sea Breeze 21 é a maior iteração do exercício anual desde que começou há 27 anos e nesta versão envolverá 32 países, 5.000 militares, 32 navios e 40 aeronaves.

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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