EUA e aliados no Afeganistão desocupam completamente a Base de Bagram

Nesse dia 02 de julho, os militares dos EUA desocuparam completamente a base aérea de Bagram (Bagram Airbase) para o exército afegão depois de utilizá-lo por quase 20 anos.

O campo de aviação foi entregue à Força Nacional de Segurança e Defesa Afegã em sua totalidade, disseram fontes militares dos EUA e do Afeganistão da AP em condição de anonimato.

Uma das autoridades também disse que o principal comandante dos EUA no Afeganistão, general Austin S. Miller, “ainda mantém todas as capacidades e autoridades para proteger as forças”.

A retirada de Bagram Airfield é a indicação mais clara de que o último dos 2,500/3,500 militares norte-americanos deixaram o Afeganistão ou estão se aproximando de uma partida, meses antes da promessa do presidente Joe Biden que teria ido por 11 de setembro.

Ficou claro logo após o anúncio de meados de abril de que os EUA estavam encerrando sua “guerra para sempre”, que a partida dos soldados norte-americanos e de seus estimados 7.000 aliados da OTAN seria mais perto de 4 de julho, quando os Estados Unidos comemoram o Dia da Independência.

Os EUA se recusaram a dizer quando o último soldado americano deixaria o Afeganistão, alegando preocupações com a segurança, mas também a proteção do Aeroporto Internacional Hamid Karzai de Cabul ainda está sendo negociada.


O Aeródromo de Bragram também conhecido como Base Aérea de Bagram (IATA: OAI, ICAO: OAIX) é uma grande base militar dos Estados Unidos no Afeganistão. Está localizado próximo da antiga cidade de Bagram, 11 km (6,84 mi) de Charikar na província de Parwan. O aeródromo possuí duas pistas de 3600m, capazes de receber qualquer aeronave militar, incluindo o Lockheed C-5 Galaxy e o Antonov An-225. Imagem via Google Maps.

 

Militares turcos (âmbito da OTAN) e americanos estão protegendo o aeroporto. Essa proteção está atualmente coberta pela Missão de Apoio Resoluto, que é a missão militar em extinção.

A Base Aérea de Bagram era a base fixa mais significativa dos Estados Unidos no Afeganistão e de tão grande tinha até diversas linhas de ônibus em seu interior para facilitar o deslocamento dos militares e civis contratados. O entorno da base era considerado um “distrito autônomo” sob administração conjunta do governo afegão e dos EUA, mas que na prática os EUA que controlavam tudo.

A base de Bagram e o seu distrito autônomo eram considerados o local mais seguro e de melhor qualidade de vida para os civis e militares afegãos selecionados que trabalhavam nas empresas civis que prestavam serviços para a missão das Forças Armadas dos EUA e da OTAN na base e seus arredores, sendo considerado um grande privilégio para quem tinha a oportunidade de trabalhar nos comércios e serviços do interior da base e do distrito fechado aos demais nacionais afegãos.

De acordo com imagens divulgadas pela TV France 24 e France Inter, as forças da OTAN levaram apenas o material militar, abandonando toneladas de material civil que foi inutlizado em sua grande maioria, e que agora está sendo disputado pelos recicladores afegãos. De outro lado, a economia afegã perderá muito devido ao desemprego que já atinge a população civil que trabalhava para os serviços de apoio das tropas dos EUA e da OTAN.

Quando os EUA e a OTAN herdaram Bagram em 2001, eles a encontraram em ruínas, uma coleção de prédios destruìdos, perfurados por foguetes e projéteis, a maior parte de sua cerca de perímetro destruída desde a 1a Guerra do Afeganistão com apoio da União Soviética nos anos 80.

A enorme base tem duas pistas. A mais recente, com 12.000 pés de comprimento, foi construído em 2006 a um custo de US $ 96 milhões. São 110 pátios, que são basicamente vagas de estacionamento de aeronaves, protegidas por paredes anti-explosão.

A Base de Bagram inclui três grandes hangares, uma torre de controle e vários edifícios de apoio. A base possui um hospital com 50 leitos, uma sala de trauma, três salas de cirurgia e uma moderna clínica odontológica. Outra seção abriga uma prisão, famosa e temida entre os afegãos.

Um porta-voz do Taleban disse: ” que é bem  provável que o Taleban tente atacar e ocupar a base, mas ainda não agora, pois sabem que os militares americanos destruíram tudo que não puderam levar de volta aos Estados Unidos. Ainda assim, eles consideram isso uma vitória significativa o abandono da base e isso será propagandeado como “conquista em combate do Taleban”.

Abaixo, dois vídeos interessantes, um de 12 anos atrás mostrando os esforços da construção de novos alojamentos e instalações para as tropas, e outro, mostrando o abandono e os materiais destruídos deixados depois do abandono da base:

  • Com informações NATO/OTAN, Associated Press, NBC News, AFP, France Inter via redação Orbis Defense Europe.
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