General enfrenta Biden: “Cometerá um erro se sair do Afeganistão”

Desde o dia em que tropas americanas pisaram em solo afegão no programa conhecido como Guerra ao Terror incendiado após os terríveis ataques orquestrados por grupos terroristas liderados por Bin Laden em solo yankee, o número de militares americanos somente cresceu.

Fuzileiros americanos em solo afegão.

Em 7 de dezembro de 2001, o presidente George W. Bush anunciou que as tropas americanas e britânicas haviam iniciado uma afronta bélica aérea contra o Afeganistão por ter abrigado indivíduos ligados ao grupo Al Qaeda culpados pelos ataques em setembro do mesmo ano.

Assim, fechando aquele ano tempestuoso, havia 2.500 tropas americanas que depuseram o governo controlado pelos talibãs, e um governo afegão interino foi estabelecido.

Bush anunciando o início do conflito em 2001.

Ainda no governo Bush, em maio de 2009, o número de soldados ultrapassava 50 mil indivíduos, porém, em agosto de 2010, no governo de Obama, que passou sua campanha defendendo a retirada das tropas e o fim das guerras dirigidas pela nação, as tropas dobraram, superando a marca de 100 mil militares, com operações de forças especiais e comandos cada vez mais assíduos, com inocentes e civis sendo ceifados ao longo do tempo.

Na atualidade, oficialmente, há 2.500 soldados americanos no Afeganistão, embora o número flutue e atualmente seja cerca de 1.000 a mais do que isso. Há também mais 7.000 forças estrangeiras na coalizão, a maioria delas tropas da OTAN.

O número irrisório de tropas em comparação ao início de tudo, não significa que os EUA ganharam a guerra ou estabilizaram a região, pelo contrário, expressa o fracasso da intervenção em nação alheia pelo simples motivo fúnebre de não obter a cessão das atividades ilícitas dos grupos criminosos, inclusive o Talibã já vem retomando sua política fortemente e, de acordo com relatos de fontes, já está incrustado novamente no governo afegão.

Biden na casa branca. (AP Photo/Evan Vucci)

No dia 13 de abril, autoridades muito ligadas ao presidente Biden disse que o governo irá retirar todas as tropas americanas do Afeganistão nos próximos meses, ou seja, tal saída marcará o 20º aniversário dos ataques em setembro de 2001.

De fato o anúncio ocorreu, Biden sublinho que “é hora das tropas americanas retornarem para suas casas”, a declaração e expectativa se somarão ao trabalho que o governo Trump já vinha realizando e que estipulou o prazo de saída total até 1º de maio, ao contrário do planejado, Biden manterá milhares de forças e não obedecerá ao prazo de Trump.

Acordo de Doha encabeçado por Donald Trump, a fim de por paz concreta no Afeganistão.

Mas desrespeitar o prazo de Trump tem alguma consequência? Sabe-se que Trump havia acordado com o alto escalão do Talibã o cessar de ataques contra funcionários e cidadãos americanos por toda a região, para o lado americano ficaria a retirada das tropas até a data planejada.

Ao ignorar o acordo entre as partes, Biden colocará em risco a comunidade americana no Afeganistão e novos eventos criminosos poderão ocorrer.

A decisão de Biden é muito grave, uma vez desrespeitar um grupo que trouxe o terror aos EUA e ceifou milhares de soldados, não é uma política certa, e os militares do alto escalão e aliados sabem disso, não é a toa que estão insatisfeitos.

O General canadense Andrew Leslie se manifestou contrário ao anúncio, e sublinhou que retirar todas as tropas americanas restantes do Afeganistão é um “erro” que pode levar a um futuro sombrio para o povo afegão.

Andrew Leslie durante entrevista ao CBC News.

Durante entrevista ao CBC News, mostrou irritação, “eu respeito sua autoridade. Biden é um homem compassivo, mas acho que cometeu um erro”, “minha filha lutou no Afeganistão.

Eu lutei no Afeganistão. Se você desistir cedo demais, até que as condições para uma eventual divisão de poder entre os vários elementos em guerra sejam estabelecidos, há o perigo de meus netos irem para o Afeganistão”, um claro sinal que a guerra pode ser estendida ao abandonar o povo afegão.

Uma brigada de paraquedista do Exército Americano embarcando. UNITED STATES – Tags: POLITICS MILITARY CONFLICT

Ao que parece, a OTAN iniciará a retirada de sua força bélica a partir de 1º de maio, como respeito à Trump. Assim como o General Andrew, outros críticos pediram um acordo baseado em condições, mas a Administração americana não deu ouvidos.

Os gastos com a guerra já ultrapassaram US$ 1 trilhão, se as tropas saírem o perigo é real e vem tomando forma, o ressurgimento do Talibã e de elementos ainda mais perversos.

Anunciar a retirada total pode ser uma fachada de seu governo, muitos acreditam que a decisão de Biden não passa de uma ampla estratégia de posição de peças no oriente-médio, e os soldados poderão ser redimensionados para cantos diferentes como oferta às crescentes tensões com o Irã e com a Rússia.

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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