Vazamento! Usina Chinesa De Taishan Será Uma Chernobyl?

Na semana passada, foi detectado um possível vazamento de gás radioativo na Usina chinesa de Taishan, que despertou o interesse da inteligência americana que passou a investigar a principal empresa administradora da planta nuclear, a China General Nuclear Power Group (CGN), uma joint venture com a empresa Framatome, subsidiária da empresa de energia francesa EDF.

A EDF possui participação minoritária na planta, e a partir da Framatome emitiu um alerta que fora publicado pela mídia CNN, que denunciou um possível aumento de criptônio e xenônio, ambos gases inertes e radioativos, que afetou o circuito primário da Unidade 1 de Taishan na província de Guangdong, no sudeste da China, mas acrescentou que era um “fenômeno conhecido, estudado e previsto nos procedimentos operacionais do reator”.

A Framatome, empresa da EDF, projetou o reator da usina e continua envolvida em suas operações.

O governo chinês, por meio de seu porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, como de costume, disse que a planta estava em total conformidade com todos os requisitos e operando normalmente, e a própria empresa chinesa reguladora salientou que as operações na Usina atendem às regras de segurança.

Os níveis de radiação nas proximidades ainda estavam normais na segunda-feira, 14 de junho, de acordo com dados em tempo real da Administração Nacional de Segurança Nuclear Americana (NNSA).

A empresa de energia francesa está investigando um possível problema relacionado ao acúmulo de gases inertes em sua usina nuclear na província de Guangdong, e a investigação ocorre após a CNN informar que o governo americano estava avaliando um relatório de um vazamento na usina de Taishan.

O mais estranho e contrastando com as falas mansas do governo chinês, a própria Framatome alertou que a usina enfrenta uma “ameaça radiológica iminente”. Vale lembrar que em 25 de abril de 1986, um enorme desastre ocorreu na principal usina nuclear da era soviética, a usina de Chernobyl, localizada na Ucrânia.

A 1 da madrugada, operadores de Chernobyl iniciaram o processo de redução da oferta de energia no reator nº 4 em preparação para um teste de segurança, que os próprios soviéticos programaram para coincidir com um desligamento de rotina para manutenção.

O teste devia determinar que, caso houvesse uma falha de energia, as turbinas ainda permaneceriam girando para produzir eletricidade suficiente para manter as bombas de refrigeração em funcionamento durante o breve intervalo antes que os geradores de emergência entrassem em ação, entretanto, por ironia do destino, o próprio teste de segurança culminou num grave superaquecimento do frágil reator feito de grafite, ocasionando sua total destruição, impondo uma nuvem enorme e colorida de radiação sob a região.

As primeiras medidas de emergência para combater o desastre seriam importantíssimas na redução das consequências, mas os soviéticos omitiram o evento ao mundo para não ser holofote das dúvidas e fracassos do regime, já que o reator era considerado infalível. Pelas omissões e negligências das autoridades, as consequências do desastre foram muito maiores.

Reproduzindo as medidas dos soviéticos, os chineses mais uma vez negaram veementemente qualquer inconformidades na usina de Taishan, talvez o governo de Xi Jinping esteja até mesmo obrigando, com base em retaliações, as autoridades da empresa francesa a não divulgar as causas e o real cenário do possível vazamento radioativo sobre a região de Changdong.

Diante disso tudo, quais os verdadeiros riscos por trás das maquiagens governamentais da China? De acordo com alguns especialistas do setor nuclear, autoridades geralmente minimizam os riscos, inclusive alguns especialistas disseram que os perigos ao público eram atualmente mínimos. Pois bem, um destes especialistas ouvidos foi Li Ning, um cientista nuclear chinês baseado nos EUA, que contra acusou a CNN de fazer uma tempestade com as informações.

Li Ning, como esperado, defendeu seu governo chinês ao dizer que a reguladora chinesa CGN da planta nuclear está desde 2019 na lista negra dos EUA por supostamente fazer esforços para adquirir tecnologia avançada dos americanos de forma ilegal e imoral, bem como desvios de equipamentos para usos militares na China.

Xinhua/Deng Hua

Realmente estas informações do próprio chinês já revelam a face obscura da empresa e o porquê da investigação americana, mais uma vez os vermelhos tentam omitir aquilo que causaram, e quando perdem o controle faz o mundo assumir o problema, como neste atual cenário de crise global de saúde.

O cenário atual não é novo, não que seja semelhante, porém pequenos problemas de segurança têm sido frequentes em Taishan nos últimos meses. Em março, por exemplo, os inspetores verificando um voltímetro com defeito na Unidade 1 causaram acidentalmente um mau funcionamento elétrico que disparou um desligamento automático.

Já em abril, uma explosão de gás radioativo entrou inesperadamente em um tubo do sistema de tratamento de gases residuais da Unidade 1 no momento em que os trabalhadores tentavam vedá-lo.

Eram eventos de gatilhos que conduziam a um alerta importante de que algo não estava indo bem na planta de Taishan, e nada fora feito para contornar esses problemas. Neste momento, a comunidade internacional está em dúvida do real cenário em Shangdong: Os chineses estão omitindo um evento catastrófico sem precedentes? Será que não passa de um pequeno evento de vazamento já atenuado?

Talvez o governo de Xi Jinping reproduzirá os modus operanti dos soviéticos e só tomarão medidas drásticas após as nações adjacentes serem contaminadas pelos produtos.

Com informações complementares Reuters, History, BBC, CNN, Felipe Moretti via Redação Área Militar

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