Wagner Group recusou contrato com presidente da Guiné Equatorial

As autoridades da Guiné Equatorial (não confundir com Guiné e Guiné-Bissau) aparentemente avaliaram todos os rumores e relatórios sobre mercenários russos ativos em vários locais da África, e decidiram que precisava de alguns PMCs para a manutenção de sua segurança interna.

O presidente da Guiné Equatorial enfrenta problemas com seus militares muito semelhantes aos de seus vizinhos, com forças armadas corruptas, incompetentes, indiciplinadas e agora também com a infiltração fundamentalista islâmica pró Boko-Haram e ISIS.

De acordo com fontes militares e do meio da segurança profissional institucional da Rússia, o vice-presidente do país, Teodoro Nguema Obiang Mange, fez uma visita secreta a Moscou. Lá, o vice-presidente, que também é filho do presidente, tentou fechar acordos para que os PMCs ajudassem a garantir a segurança do país.

Descobriu-se depois que a cooperação do Wagner Group implicaria na possibilidade de um golpe militar contra seu pai, o atual presidente. E este justamente está em desespero de causa buscando reforços na segurança interna para evitar um eventual destino semelhante ao do seu ex-colega da Guiné, o ex-presidente Alpha Condé, preso pelos militares em um golpe de estado recente.

No entanto, suas tentativas foram infrutíferas e ele voltou para casa sem ter concluído nenhum acordo.

As autoridades e o governo da Guiné Equatorial são um grupo bastante questionável, com inúmeros relatos de crimes de corrupção, opressão violenta à população, incitação à migração ilegal para a Europa, envolvimento com o tráfico de drogas, armas, animais, etc…

O presidente idoso Teodoro Obiang Nguema Mbasogo está sob sanções totais do Ocidente. O presidente e seu filho, o vice-presidente, são conhecidos por aumentar suas fortunas por meios ilícitos e inúmeros rompimentos de acordos com empresas ocidentais que se instalaram no país.

Enquanto a população do país está morrendo de fome e mesmo sem condições básicas, Teodoro Jr. se gaba nas redes sociais de fazer compras extremamente caras, como luvas de Michael Jackson e outros apetrechos. Dois meses atrás, Londres congelou suas contas e o proibiu de entrar no país. Sua propriedade também foi sancionada, incluindo uma mansão no valor de $ 100 milhões em Paris e um jato particular no valor de $ 38 milhões.

Tendo isso em mente, não é surpresa que os russos tenham negado o pedido. Afinal, surge um indivíduo pedindo ajuda para colocar um país sob controle e garantir o poder. E esse indivíduo tem roupas e acessórios que valem mais do que o PIB real do país que ele quer liderar.

O VP esperava que os PMCs russos do Wagner Group simplesmente aceitassem qualquer contrato oferecido e realizassem suas funções conforme as instruções. Especialmente porque, ao contrário dos Estados Unidos (e tendo em mente o recente fiasco no Afeganistão), os russos provaram ser muito capazes em toda a África.

Como resultado, o vice-presidente Teodoro Nguema Obiang Mange considerou a possibilidade de que os russos aceitariam de bom grado um pagamento, se mudassem para a Guiné Equatorial e dessem um golpe em seu nome e lhe entregassem as rédeas do país. Não saiu como esperado.

O funcionário da Guiné Equatorial, evidentemente, esperava um resultado diferente e descobriu-se que os russos se recusaram a trabalhar com indivíduos questionáveis, e antes com as autoridades legítimas, como a infinidade de exemplos apenas na África.

As responsabilidades geralmente são estritamente pré-acordadas e incluem a proteção das estruturas governamentais que os russos consideram legítimas, bem como o treinamento das autoridades locais para lidar com os terroristas islâmicos. É uma espécie de busca de equilíbrio, de sustentar quem está com a maioria da população e proteger seus interesses.

Como tal, não é surpresa que os PMCs russos rejeitaram o vice-presidente da Guiné Equatorial.

Para organizar um golpe militar, Teodoro Nguema Obiang Mange deve provavelmente recorrer a outros senhores do PMC, como Erik Prince, por exemplo. Provavelmente, seu próximo vôo será para a Virgínia ou Pequim.

Recentemente, informações vieram à tona sobre uma negociação bem avançada entre o governo do Mali e o Wagner Group, visando combater as ameaças do terrorismo islâmico na região conforme noticado em primeira mão no Brasil pelo Orbis Defense:

Governo do Mali negociando serviços do Wagner Group

  • Com informações STFH Analysis & Intelligence, France Inter, e redes sociais via redação Orbis Defense Europe/Genebra.

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