EUA e Reino Unido teriam “autorizado” ataque de Israel contra Irã após ataque a petroleiro

O Irã rejeitou o envolvimento no ataque contra o petroleiro Mercer Street no mar Arábico que ocorreu na quinta-feira (29), condenando as acusações lançadas pelo governo israelense.

Tel Aviv teria recebido “luz verde” de Washington e Londres para retaliar o Irã após o incidente no mar Arábico, atribuído pelos três países à República Islâmica, revelou no domingo (1º) o portal israelense Kan.

De acordo com a mídia, as autoridades israelenses estão discutindo como e quando responder, tendo entre possíveis alvos um porto iraniano ou um navio militar.
Israel também planeja compartilhar informações de inteligência adicionais com outros países da região para “condenar” o Irã.

O portal assinala entretanto que Tel Aviv acredita que as mortes de dois tripulantes do navio no ataque não foram intencionais.

O governo israelense disse anteriormente que possuía evidências do envolvimento iraniano no ataque. Tel Aviv recebeu apoio dos EUA e Reino Unido, com o secretário de Estado dos EUA Antony Blinken prometendo uma “resposta apropriada”. Segundo ele, o Irã supostamente usou um “VANT explosivo descartável” para atacar o navio.

Teerã rejeitou as alegações de seu suposto envolvimento, condenando as acusações. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, afirmou neste domingo (1º) que Israel está criando um ambiente de insegurança, terror e violência.

Duas pessoas morreram no incidente. Segundo informações, teriam sido o capitão, um cidadão romeno, e um segurança britânico.

Autoridades de Israel forneceram informações de inteligência aos EUA e Reino Unido para facilitar condução da investigação em relação ao petroleiro Mercer Street, recentemente atacado no mar Arábico.

De acordo com o jornal The Times of Israel, as informações providenciadas contêm provas de que o Irã é o responsável pelo ataque, e assim Tel Aviv busca aumentar a pressão internacional sobre a República Islâmica.

Yair Lapid, ministro das Relações Exteriores de Israel, disse no sábado (31) que conversou com Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, sobre uma possível resposta conjunta ao ataque.

“Conversei nesta noite com o secretário de Estado Blinken sobre o ataque ao navio no golfo de Omã. Estamos trabalhando em conjunto contra o terrorismo iraniano, que representa uma ameaça para todos nós, formulando uma resposta internacional real e eficaz”, escreveu Lapid em sua página no Twitter.

Teerã rejeita acusações sobre seu envolvimento no ataque ao petroleiro Mercer Street

Por sua vez, a chancelaria iraniana rejeitou as acusações de Israel, salientando que o país não está ligado ao ataque contra o petroleiro no mar Arábico.

“[Israel] criou insegurança, terror e violência […] essas acusações sobre o envolvimento do Irã são rejeitadas por Teerã”, disse neste domingo (1º) Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
O ataque ocorreu na noite de quinta-feira (29), enquanto o navio navegava no mar Arábico ao largo da costa de Omã. Dois membros da tripulação, um cidadão da Romênia e um do Reino Unido, morreram na sequência da explosão.

Alega-se que o Mercer Street – um petroleiro que navega sob bandeira da Libéria – é propriedade de uma empresa japonesa e operado pela empresa Zodiac Maritime, com sede em Londres, que supostamente pertence ao bilionário israelense Eyal Ofer.

Teria sido iniciada uma investigação que conta com a ajuda de autoridades britânicas e dos EUA. Washington observou que não sabe quem estaria por trás do sucedido, mas o Comando Central dos EUA informou no sábado que o ataque provavelmente teria sido realizado por um veículo aéreo não tripulado.

Diplomatas israelenses e britânicos disseram a Axios que o próximo passo será tentar convocar uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas

“Estamos trabalhando com nossos parceiros para considerar nossos próximos passos e consultar os governos dentro e fora da região sobre uma resposta apropriada, que estará disponível em breve”, disse Blinken.

O suposto ataque marcou o primeiro grande confronto com o Irã para Bennett, que assumiu o cargo de primeiro-ministro em junho depois que um acordo de coalizão destituiu o antigo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Netanyahu é suspeito de lançar uma série de ataques contra o Irã, incluindo explosões no principal local de enriquecimento do país e a morte de um proeminente cientista nuclear militar.

No entanto, Bennett também fez comentários agressivos no passado sobre a necessidade de atacar “a cabeça do polvo” em Teerã, em oposição às milícias regionais do Irã, como o Hezbollah no Líbano. O ataque à Mercer Street marca o primeiro durante seu tempo como primeiro-ministro e analistas sugerem que ele poderia buscar um grande ataque em retaliação.

“Israel pode desejar desferir um golpe retumbante; esse é o espírito dos comentários de fontes políticas em Jerusalém ”, escreveu Amos Harel, analista militar de longa data do jornal israelense Haaretz. “Este golpe terá como objetivo acabar com as coisas sem um olho por olho que possa aumentar. Mas, como de costume, os eventos também dependem do outro lado. ”

Um relatório recente da TV iraniana al-Alam revelou que o ataque à Mercer Street foi uma resposta das “forças de resistência”, um termo usado para se referir aos aliados do Irã no Oriente Médio, aos ataques israelenses de 21 de julho na Síria. Dois “combatentes da resistência” foram mortos nos ataques.

  • Com informações Israel I24, France Inter, AFP, BBC, STF Analysis & Intelligence via redação Orbis Defense Europe

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