O Exército dos EUA aprovou recentemente uma rápida experimentação e “prototipagem” para desenvolver uma nova Camada Espacial Tática ou Camada de Espaço Tático que permitirá ao serviço usar imagens aéreas de satélite para alvos além da linha de visão.
A Equipe Funcional de Posicionamento, Navegação e Tempo/Espaço Garantidos (APNTS CFT) está liderando os esforços do Exército para desenvolver uma nova capacidade de inteligência geoespacial tática, aproveitando imagens de satélite comercial para ver mais longe, estender o campo de batalha e alvejar ameaças além da linha de visão.
Na teoria parece fácil, mas na prática é um problema enorme a ser solucionado. Willie Nelson, diretor da Equipe APNT CFT, estava tentando resolver esta questão há tempos.
Nelson passou a integrar os esforços do Exército Americano para localizar ameaças além da linha de visão e fornecer dados precisos de alvos para sistemas de armas em tempo hábil.

Para isso, sua equipe detalhou um projeto aproveitando sensores baseados no espaço, inteligência artificial e um novo sistema terrestre escalonável que pode se conectar a todos os sistemas de armas do Exército.
“O que é empolgante sobre onde estamos hoje é que estamos encontrando maneiras de usar vários sensores em várias altitudes e sermos capazes de fundir esses dados de uma forma positiva que, novamente, amplia os bons atributos desses sensores e, em seguida, funde esses dados muito rapidamente”, destacou Willie Nelson.
O Exército mostrou os avanços que fez nessa área durante o Projeto Convergência 2020, uma demonstração que ocorreu em setembro passado no Campo de Provas de Yuma, Arizona.
Usando inteligência artificial, o serviço foi capaz de fundir dados de satélites de imagens comerciais para criar dados de alvos e, em seguida, transportá-los para o campo de batalha por meio de satélites de comunicação onde os soldados foram capazes de atirar contra a ameaça.

Após essa demonstração, os líderes do Exército se gabaram de que foram capazes de reduzir a linha de tempo do sensor para o atirador – o tempo que leva da coleta de dados do satélite até a entrega dos dados de alvos a um sistema de armas – de 20 minutos para 20 segundos, através do uso do Prometheus, do TITAN, dos sensores em órbita e do SATCOM.
O “Prometheus” é uma capacidade de aprendizado de máquina projetada para reconhecer ameaças potenciais e fornecer coordenadas de alvos por meio da análise rápida de informações de inteligência.
Já o TITAN alavanca dados, produtos e serviços de domínios terrestres, aéreos, marítimos, espaciais e cibernéticos, por sua vez fornece ao Exército uma estação terrestre expedicionária e tática escalável que integra o Departamento de Defesa, a comunidade de inteligência e dados comerciais, produtos e serviços, uma revolução.
Por fim o SATCOM, o sistema de comunicação por satélite, que se faz presente em constelações, responsável pela transmissão de todos os dados que vão do TITAN para o campo de batalha.
A assinatura do Documento de Desenvolvimento de Capacidade Reduzida de Camada de Espaço Tático, anunciado em 21 de abril, coloca o progresso teórico no caminho ao desenvolvimento prático, sincronizando atividades relacionadas e informando os requisitos para aquisição e campo.
“O que o documento de capacidade faz é ajudar a codificar nossos requisitos iniciais e, em seguida, orientar os esforços de experimentação e prototipagem nas comunicações, PNT e ISR para nos ajudar a avançar no caminho em direção a um programa de registro ou programa de registros”, disse Nelson, ou seja, um passo importante para operacionalizar o integração de todo o sistema.
Isso não significa que o Exército esteja planejando construir e lançar sua própria constelação de satélites.
Em vez disso, o documento guiará os esforços do Exército para usar constelações comerciais existentes ou futuras, bem como satélites pertencentes a outras forças e a comunidade de inteligência, como empresas especializadas em mapeamento e reconhecimento analítico, e para integrá-los com plataformas e sistemas do Exército.
A equipe APNT trabalhou com várias outras organizações do Exército para desenvolver o documento de Capacidade, incluindo o CFT de Tiros de Precisão de Longo Alcance; Comando de Defesa Espacial e Mísseis do Exército; o Escritório Executivo do Programa de Inteligência, Guerra Eletrônica e Sensores; o Gerente de Projeto de Posicionamento, Navegação e Tempo; o Centro de Excelência de Inteligência; o Centro de Excelência de Tiros; e o Exército G-2.
Com a aprovação do Exército Americano sobre o Documento de Capacidade torna viável a continuidade da Equipe APNT CFT em avaliar várias tecnologias que tornarão os sistemas mais resistentes e seguros, garantindo que as futuras gerações de soldados americanos recebam o que precisam, quando precisam, e continuem a ser a força terrestre mais letal e eficaz do mundo.
APNT CFT Public Affairs, US Army, C4isrnet, via Redação Área Militar