Força de paz liderada pela Rússia conclui retirada do Kazaquistão

As Forças de paz da CSTO, o bloco militar regional liderado pela Rússia, concluiram sua retirada do Cazaquistão após cumprir a missão de apoio ao governo do Kazaquistão e ajudar na pavificação do país depois de violentos distúrbios que aconteceram neste mês, anunciou o Ministério da Defesa da Rússia na quarta- feira.

O contingente de forças de paz russos, bielorrussos, armênios, tadjiques e quirguizes foi enviado ao Cazaquistão em 6 de janeiro a pedido de seu presidente, enquanto os protestos contra o aumento do preço da energia no Ano Novo se transformaram em distúrbios que poderiam ter evoluído para uma tentativa de golpe de estado ou até mesmo uma “revolução colorida”, que deixou mais de 200 mortos.

A implantação da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) na república da Ásia Central, rica em energia, marcou a primeira grande ação conjunta do bloco desde sua fundação em 1999.

Cerca de 2.000 soldados da CSTO começaram a retornar às suas bases na quinta-feira passada, antes do prazo da aliança de 22 de janeiro para completar a retirada empregando as mesmas aeronaves de transporte militar Il-76 e An-124 do Ministério da Defesa da Rússia, que realizaram mais de 100 voos do Cazaquistão.

A aeronave retornou tropas para a região de Moscou e as cidades de Ivanovo e Ulyanovsk na Rússia, bem como a capital bielorrussa de Minsk, a capital armênia Yerevan e a capital tadjique Dushanbe, acrescentou.

As últimas unidades de manutenção da paz partiram do Cazaquistão na quarta-feira com seu comando chefiado pelo coronel-general Andrei Serdyukov, comandante das tropas aerotransportadas da Rússia.

Imagens divulgadas pelo ministério mostraram Serdyukov embarcando em uma das quatro aeronaves de transporte militar russas que decolaram dos aeroportos de Nur-Sultan e Almaty.

Autoridades ocidentais questionaram a decisão do presidente cazaque Kassym-Jomart Tokayev de pedir ajuda militar russa para reprimir a violência.

Pelo menos 164 pessoas foram mortas nos distúrbios, incluindo 103 na maior cidade de Almaty, que viu alguns dos confrontos mais violentos entre manifestantes e policiais.

Os novos números marcam um aumento drástico no número de mortos, já que as autoridades disseram anteriormente que 26 “criminosos armados” foram mortos e 16 agentes de segurança morreram.

No total, 5.800 pessoas foram detidas para interrogatório, disse a presidência em comunicado no domingo, depois que o presidente Kassym-Jomart Tokayev realizou uma reunião de crise.

Os números incluem “um número substancial de estrangeiros”, disse sem dar detalhes, porém é de conhecimento público que um grande número de turcos, azebaijanos e até mesmo de afegãos foram detidos participando e/ou liderando gangues que efetuaram diversos ataques contra unidades militares e ao aeroporto.

“A situação se estabilizou em todas as regiões do país”, mesmo que as forças de segurança continuem as operações de “limpeza”, acrescentou o comunicado.

O Ministério do Interior, citado no domingo pela mídia local, estimou os danos materiais em cerca de 175 milhões de euros (199 milhões de dólares).

Mais de 100 empresas e bancos foram atacados e saqueados e mais de 400 veículos destruídos, segundo o ministério.

Uma relativa calma parecia ter retornado a Almaty, com a polícia às vezes atirando para o ar para impedir que as pessoas se aproximassem da praça central da cidade, disse um correspondente da AFP.

Os supermercados reabriram no domingo, informou a mídia, em meio a temores de escassez de alimentos.

O Cazaquistão divulgou atravéz da agência de inteligência doméstica, o Comitê de Segurança Nacional (KNB) no sábado; que seu ex-chefe de segurança nacional foi preso por suspeita de traição, enquanto a Rússia reagiu às críticas dos EUA ao envio de tropas para o país atingido pela crise.

A notícia da detenção de Karim Masimov, ex-primeiro-ministro e aliado de longa data do ex-líder do Cazaquistão Nursultan Nazarbayev, veio em meio a especulações de uma luta pelo poder na nação ex-soviética.

Masimov, de 56 anos, foi demitido no auge da agitação na quarta-feira, quando Tokayev também assumiu o lugar de Nazarbayev como chefe do poderoso conselho de segurança.

O porta-voz de Nazarbayev, Aidos Ukibay, negou no domingo novamente os rumores de que o ex-presidente havia deixado o país e disse que apoiava o presidente.

Ukibay acrescentou que Nazarbayev cedeu voluntariamente o controle do conselho de segurança.

A finalização e retirada das tropas da CSTO do Kazaquistão ocorreu conforme foi previsto dentro do planejamento inicial:

  • Com informações Russian Federation Ministry of Defense, RUPLTY, RT France, The Moscou Times e France Inter, via redação Orbis Defense Europe/Genebra.
Patrocinado por Google

Deixe uma resposta

Área Militar
Área Militarhttp://areamilitarof.com
Análises, documentários e geopolíticas destinados à educação e proliferação de informações de alta qualidade.
ARTIGOS RELACIONADOS

Descubra mais sobre Área Militar

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading