França evacua 500 pessoas em três dias depois de negociações com o Talebãn

Milhares de pessoas continuam sendo evacuadas desde a captura de Cabul pelo Talibã. De acordo com o Quai d’Orsay, 500 pessoas entre franceses, afegãos e nacionais de outros países foram repatriados. A quantidade de pessoas evacuadas é considerada pequena em comparação com outros países, e a situação é agravada por boatos que especulam sobre o paradeiro desconhecido de pelo menos mil cidadãos franceses que trabalhavam para organizações governamentais e não governamentais.

Um terceiro avião francês pousou em Roissy Charles de Gaulle na quinta-feira, pouco depois das 21h, com cerca de 200 pessoas a bordo trazidas de Cabul via Emirados Árabes Unidos, como parte da ponte aérea instalada desde que o Taleban assumiu o poder no Afeganistão.

Este voo transportava “mais de 200 pessoas, incluindo franceses e uma grande maioria de afegãos”, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério do Interior, que acrescenta que lhes foi oferecido “apoio médico-psicológico e material”.

De acordo com informações da OFFI (Oficce français de l’imigration et intégration), para cada voo com 200 pessoas, pelo menos 180 são afegãos. Não foi divumgado o número exato de cidadãos franceses repatriados.

Foram implementados procedimentos acelerados para a emissão de vistos a nacionais de países terceiros. Os primeiros afegãos levados em segurança pela França após a queda de seu país para o Taleban chegaram na quarta-feira.

Esses exfiltradores foram escoltados no final de uma delicada operação liderada por forças francesas da embaixada francesa em Cabul até o aeroporto, onde embarcaram em um avião A400M para chegar a uma base militar francesa nos Emirados. A operação, batizada de Apagan, mobiliza dois aviões da Força Aérea no trecho Emirados-Cabul e outros dois para voos entre os Emirados e a França.

Apesar de vários questionamentos da imprensa internacional sobre o perfil dos refugiados, nada foi comentado em maiores detalhes sobre uma maioria de homens jovens em detrimento de mulheres e crianças, ou de critérios para avaliar com segurança quem são os cidadãos afegãos que foram evacuados.

Os questionamentos existem devido a denúncias de afegãos usando papéis falsificados para se passar como ex-colaboradores das forças da OTAN para conseguir embarcar nos voos de evacuação.

“Várias centenas de franceses e afegãos com laços com a França, já foram abrigados no início de maio e julho”, disse a mensagem.

O presidente Macron postou uma foto em sua conta no Twitter na noite desta quinta-feira, representando uma militar francesa carregando uma criança afegã nos braços.

Um terceiro avião francês pousou em Roissy Charles de Gaulle na quinta-feira, pouco depois das 21h, com cerca de 200 pessoas a bordo trazidas de Cabul via Emirados Árabes Unidos, como parte da ponte aérea instalada desde que o Taleban assumiu o poder no Afeganistão, também com uma grande maioria de afegãos e poucos franceses.

Negociação com o Talebãn

O controlador-geral da unidade de intervenção policial nacional de elite, Jean-Baptiste Dulion, disse que “não havia outra escolha” a não ser “negociar” com o Taleban para exfiltrar refugiados franceses e afegãos na embaixada francesa em Cabul.

Não foram divulgados maiores detalhes dessas negociações e se foram envolvidos pagamentos em dinheiro ( o que certamente aconteceu) ou concessão de materiais militares franceses que foram deixados no Afeganistão.

Jean-Baptiste Dulion , o controlador geral do Raid, seguiu as operações de Bièvres (Essonne). Em uma entrevista à RTL , ele disse que a exfiltração de funcionários da Embaixada da França e das pessoas que são refugiadas foi negociada com o Talibã .

“Não poderíamos fazer nada sem o Talebã”
“Houve dois níveis de negociação: ao mais alto nível, através do Embaixador da França , e nós no terreno” , afirmou o Comissário. Depois foi preciso a ajuda de um gerente para ajudar na operação. Um membro da autoridade talebã teria cooperado para editar a rota entre a embaixada e o aeroporto e tomar as medidas necessárias para “proteger nosso comboio”. O Sr. Dulion acredita que a França “não poderia fazer nada sem o Taleban “.

  • Com informações France Diplomatie, Ministére des Armées, Le Point e Anvitta via redação Orbis Defense Europe/Genebra.
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