Governo dos EUA orienta americanos na Rússia a prepararem saída do país sem ajuda do governo

A embaixada alertou os cidadãos americanos sobre possíveis “ataques” em Moscou e São Petersburgo, aconselhando-os a se prepararem para sair sem assistência do governo dos EUA.

A missão diplomática dos EUA na Rússia alertou no domingo sobre possíveis “ataques” a hotéis, estações de metrô e outros alvos nas principais cidades da Rússia. Os EUA atribuíram essas alegações a “fontes de mídia” não especificadas e alertaram os cidadãos americanos para prepararem “planos de evacuação”, mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia questionou o alerta de Washington.

“Segundo fontes da mídia, houve ameaças de ataques contra shopping centers, estações ferroviárias e de metrô e outros locais de encontro público nas principais áreas urbanas, incluindo Moscou e São Petersburgo”, dizia uma mensagem da missão dos EUA na Rússia . Além da suposta ameaça, o alerta alertou os americanos sobre “aumento da tensão ao longo da fronteira russa com a Ucrânia”.

Por quase um mês, os EUA aconselharam os americanos a não viajar para a Rússia e, se estiverem com problemas, a procurar a assistência da embaixada ou consulado dos EUA. No entanto, o novo alerta adiciona uma lista de novas ações a serem tomadas pelos americanos, incluindo instruções para “evitar multidões”, “ficar alerta em locais frequentados por turistas” e “ter planos de evacuação que não dependam da assistência do governo dos EUA”.

A natureza da suposta ameaça não é clara e não é imediatamente óbvio a quais “fontes de mídia” o alerta está se referindo. Em um post no Telegram, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, perguntou se a embaixada notificou as autoridades russas sobre essa suposta ameaça e, se não, “como isso deve ser entendido?”

Da parte do governo russo, nada foi declarado sobre eventuais restrições para a circulação de cidadãos americanos ou de países europeus que estejam cumprindo os requisitos legais de imigração e atividades declaradas as autoridades. A orientação do governo dos EUA é vista como um grande exagero e parte do esforço de terrorismo psicológico para alimentar as tensões sobre os fatos que envolvem a situação atual.

Nem agências de notícias locais, nem internacionais ou grandes veículos publicaram quaisquer relatórios alertando sobre possíveis ataques em Moscou ou São Petersburgo até agora.

O alerta da embaixada chega em um momento crítico para as relações EUA-Rússia. Em meio a um surto de violência entre as forças ucranianas e as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, Washington está alertando, como tem feito há várias semanas, que uma invasão russa da Ucrânia é iminente.

Embora várias datas citadas por Washington como pontos de partida para esta invasão tenham passado sem incidentes, a linha oficial da Casa Branca continua sendo que Moscou ordenará uma ofensiva militar “nos próximos dias”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, acusou as forças pró-Rússia em Donetsk e Lugansk de iniciar hostilidades em uma tentativa de “provocar” Kiev ao conflito, enquanto líderes militares nessas regiões acusaram as forças ucranianas de atirar primeiro.

Ambos os lados, que tecnicamente estão em conflito desde 2014, acusam-se mutuamente de violações dos acordos de cessar-fogo, com bombardeios e sabotagens.

Biden convocou no domingo uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional para discutir a situação na Ucrânia. Enquanto os EUA prometeram seu apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Biden insistiu que os militares dos EUA não intervirão em seu nome em qualquer potencial conflito com a Rússia.

Fonte: https://ru.usembassy.gov/security-alert-u-s-mission-russia-february-20-2022/

https://ru.usembassy.gov/security-alert-u-s-embassy-moscow-russia-february-09-2022/

  • Com informações do Russian MFA, TASS, RT France, France Inter, via redação Orbis Defense Europe/Genebra/Paris.
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