Guerra na Ucrânia – Más notícias para a Ucrânia. A ajuda dos EUA é incerta e a UE está a enviar sinais contraditórios. “Devemos assumir que o objetivo não será alcançado”
A União Europeia não cumpriu a sua promessa e não entregou munições à Ucrânia de acordo com o calendário apresentado no início do ano. Portanto, é hora de o bloco procurar mísseis para Kiev no exterior, disse o presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, ao POLITICO.
Os líderes da UE comprometeram-se a entregar um milhão de munições a Kiev até Março. Este objetivo parecia difícil de alcançar desde o início para o bloco, que se constituiu como um projeto de paz. E assim aconteceu. Desde o início deste ano apenas 300.000 foram enviados para a Ucrânia. peças dos estoques nacionais.
— Devemos assumir que este objetivo de entregar um milhão de mísseis não será alcançado, disse o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, no início da cimeira de ministros da defesa da UE, na terça-feira.
Como resolver este problema? Os diplomatas da UE têm várias opções.
A UE entregará artilharia à Ucrânia na quantidade prometida, mas não no prazo de março, disse Jiri Sedivy, diretor executivo da Agência Europeia de Defesa, ao POLITICO.
O principal desafio
— Há muito que defendemos que, se não houver munições ou equipamento suficientes na UE, compre-os em outro lugar e entregue-os à Ucrânia Edgars Rinkevics disse. O político foi Ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia durante 12 anos. Hoje, como presidente, representa o país no cenário internacional. – Agora é importante que a Ucrânia continue a lutar e receba o que precisa, acrescentou.
A questão de saber se todas as munições deveriam ser produzidas por empresas na UE (e na Noruega) gerou opiniões divergentes desde o início. A França – o país com o maior sector de defesa do bloco – tem pressionado para limitar os envios de munições provenientes de fora da UE. Ao mesmo tempo, outros países – incluindo a Suécia e os países bálticos – estavam mais abertos à compra de cartuchos fora da Europa.
— Nosso principal desafio agora não é tanto os gastos com defesa que estamos aumentando, mas a questão desteonde você pode encontrar o equipamento precisava de reabastecer os fornecimentos para rearmar as suas forças de defesa, disse Edgars Rinkevics, que falou ao POLITICO durante a sua estadia em Bruxelas para reuniões da UE e da NATO.
Sergei Supinsky/AFP
Soldados ucranianos em Chernikhov, 11 de novembro de 2023.
– Dado que todos nós entendemos que a guerra na Ucrânia durará mais do que se poderia prever há um ano e meioe que também precisamos de construir as nossas capacidades de defesa, precisamos de levar a sério o funcionamento da indústria de defesa europeia e a resolução deste problema, disse ele.
Debate nos Estados Unidos
À medida que a guerra continua, a UE tenta encontrar formas de continuar a ajudar a Ucrânia, tanto militar como financeiramente.
O presidente da Letónia disse que também teme que os problemas no bloco possam afectar os Estados Unidos. Aí, a ajuda à Ucrânia também estava em questão.
— Quando converso com os americanos, fico um pouco preocupado. Eles sentem que a Europa não está a dar o suficiente, embora – se combinarmos os programas militares e outros – gastemos realmente mais na Ucrânia do que nos Estados Unidos, explicou Edgars Rinkevics.
— Penso que se ouvirem novamente que a Europa é incapaz de produzir munições suficientes ou de fornecer apoio financeiro adequado, isso também terá um impacto negativo no debate nos Estados Unidos. Haverá um argumento: “olha, se a Europa não está a fazer o suficiente ou se a Europa não se importa, então também não devemos preocupar-nos com isso”, disse o político.
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Mudando caminho e prioridade
O problema com o plano de munições da UE não tem tanto a ver com a produção industrial exportar – disse Josep Borell, Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, na terça-feira, após a reunião dos ministros da Defesa.
— Segundo o comissário Thierry Breton, a indústria europeia é capaz de produzir um milhão de peças de pellets por ano, disse aos jornalistas. — A Europa exporta muito para países terceiros. É por isso que pedimos aos Estados-Membros que mudem o seu caminho, mudem a sua prioridade, que dêem prioridade de produção para a Ucrânia Josep Borell continuou.
Edgars Rinkevics disse que após 12 anos participando de reuniões de ministros das Relações Exteriores, onde o “fim do universo” era frequentemente previsto, ele “nunca mais será pessimista”. Portanto, não rejeitou a ideia de Bruxelas de limitar as exportações e redirecionar mísseis para a Ucrânia.
— Hoje não temos uma resposta muito boa, talvez dentro de algumas semanas Josep Borrell e a Comissão voltem ao assunto, disse.