Um dos comandantes de nível médio do Grupo Wagner entrou em contato com a redação da “Nova Gazeta”. Antes da morte de Yevgeny Prigozhin, ele não concordou em revelar informações sobre sua participação nas atividades do exército privado. Tudo mudou com a queda do avião de Prigozhin, bem como com as tentativas de recrutar wagneristas para o exército da Federação Russa.
Atualmente frequenta um dos campos de treinamento do Grupo Wagner e mantém contato com muitos de seus colegas. Abaixo ele fala sobre a situação dos wagneristas e como realmente são as perspectivas no front.
Por que o Grupo Wagner?
Na verdade, vivi toda a minha vida em “músicos” (nome que os wagneritas dão a si mesmos – nota do editor). Anteriormente, logo após terminar o décimo primeiro ano em Stierlibashev (Bashkortostan), servi em uma empresa de reparos de infantaria.
Ofereceram-nos para assinar contratos na Síria e eu concordei. Pude escolher entre um salário de PLN 43.000 ou PLN 120.000. rublos. Escolhi o contrato de PLN 120.000. Em 2017, era uma grana absurda (o equivalente a 5,5 mil PLN na época). Eu não tinha ideia de onde iria parar e que era um exército privado, não as forças armadas. Não li nenhum documento ou contrato, só me preocupava com o salário e me deram um aumento. Sonhei em conhecer o mundo e escapar da pobreza.
Minha mãe chorou, ela fica me pedindo para voltar, mas eu não quero voltar para esse inferno de aldeia.
Continuação do material abaixo do vídeo
“Todos nós carregamos 200”
(O slogan nos remendos dos uniformes dos soldados Wagner. Carga 200, em russo “Gruz 200” é o nome oficial dos soldados mortos transportados em sacos).