Haiti Solicita Tropas Americanas Urgente Em Resposta Ao Assassinato Do Presidente

Haiti, Porto Príncipe, 7 de julho. Meia-noite e meia, grupos paramilitares concentrados em áreas remotas de fazendas ao sul da capital deslocavam-se rumo à residência privada do presidente haitiano Jovenel Moise.

Cerca de 28 paramilitares adentraram à residência de Moise a 01:00 da madrugada alegando uma operação antidrogas dos EUA, confrontando diretamente com os seguranças locais, rapidamente o grupo chegou nos cômodos onde se localizavam o presidente e sua esposa vulneráveis.

Sem qualquer diálogo, alguns dos integrantes do grupo efetuaram dezenas de tiros de fuzis, e o presidente haitiano foi encontrado morto desconfigurado em decorrência das dezenas de projéteis, sua esposa, Martine Moise, foi encontrada deitada de costas com 12 tiros e um dos olhos aberto.

Os detalhes do ocorrido foi levantado pelo canal Área Militar por meio de fontes no Haiti que também atuam como correspondentes de mídias estrangeiras. Uma mega operação foi orquestrada para a identificação e captura dos envolvidos, sob autorização do chefe da Polícia Nacional, Leon Charles, que confirmou 28 integrantes no ataque, sendo que 26 eram cidadãos colombianos e dois haitiano-americanos.

Até o momento, 17 paramilitares foram detidos, alguns deles estavam nos locais remotos da base de apoio, onde foram surpreendidos pelas forças de elite da nação, até mesmo espancados, e outros 11 adentraram à Embaixada de Taiwan no bairro nobre de Pétion-Ville, não muito longe da residência oficial do presidente haitiano.

A primeira-dama Moise, devido o alto grau de vulnerabilidade e estado crítico de saúde, foi conduzida a um Hospital de Traumas na Flórida, nos EUA, onde segue estável.

A caçada não parou, três integrantes foram ceifados, ou seja, 20 paramilitares a menos, restam ainda oito que seguem desaparecidos, a inteligência acredita que entre eles estão o coordenador do ataque e o indivíduo que distribuiria os passaportes e dinheiro apreendidos pela polícia, apesar de ainda não haver indícios da ligação de organizações narcotráficas, partidos ou governos, a certeza até o momento é a instabilidade civil ainda mais aflorada na nação.

Segundo fontes, um magistrado à frente do caso reportou que os cidadãos americanos estavam atuando como tradutores por conhecer muito bem a nação, e a missão era prender o presidente Jovenel Moise, e não ceifa-lo.

Pela incerteza de quem realmente está no comando, pelas claras erupções civis de medo e descontentamento com o ocorrido, o Haiti solicitou, a princípio, auxílio direto aos EUA por oficias do serviço federal do FBI e do Departamento de Segurança Interno Americano para contribuírem na investigação.

AP Photo/Dieu Nalio Chery

Moise, que tinha 53 anos, governou por decreto por mais de dois anos depois que o país não realizou eleições, o que levou à dissolução do Parlamento. Líderes da oposição o acusaram de buscar aumentar seu poder, incluindo a aprovação de um decreto que limitou os poderes de um tribunal que audita contratos governamentais e outro que criou uma agência de inteligência que responde apenas ao presidente.

O ataque ocorreu em meio a uma onda crescente de violência politicamente ligada no empobrecido país caribenho. Com o Haiti politicamente dividido e enfrentando uma crescente crise humanitária e escassez de alimentos, há temores de uma desordem generalizada.

A história recente do país foi atormentada por golpes de estado, instabilidade política e violência generalizada de gangues.

Observando que o auxílio de agentes federais americanos não seria suficiente para buscar os mandantes e tentar contornar a onda de medo civil, o governo provisório contatou também o Pentágono e as Nações Unidas para enviarem militares a fim de proteger as infraestruturas vitais do país, como o Aeroporto Internacional de Toussaint Louverture.

U.S. Air Force photo/Staff Sgt. Desiree N. Palacios

O ministro das eleições do país, Mathias Pierre, disse que o pedido de tropas dos EUA foi feito após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o presidente americano, Joe Biden, prometerem ajudar o Haiti após o evento que aniquilou a vida do presidente haitiano Moise.

Acredita-se que as hipóteses de ataque a infraestruturas por parte dos mandantes que financiaram o grupo de extermínio são muito grandes, e de acordo com Pierre, “possíveis ataques poderão criar o caos no país, por exemplo, atacar as reservas de gás e o aeroporto internacional”.

A oposição do Haiti exclamava que o mandato de cinco anos de Moïse deveria ter terminado em 7 de fevereiro de 2021, mas houve um atraso de um ano para as eleições após a saída de Martelly, e Moïse insistiu que tinha mais um ano para servir, uma vez que só assumiu o cargo em 7 de fevereiro de 2017.

As eleições parlamentares deveriam ter sido realizadas em outubro de 2019, mas as disputas as atrasaram, o que significa que Moïse realmente estava governando por decreto, o que significa que havia muitos políticos descontentes querendo sua cabeça.

Redação Área Militar

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