Inscreva-se no grupo de análise e inteligência no Telegram ▶️ https://t.me/areamilitar
Segundo jornalistas britânicos, os drones kamikaze contêm mais de 100 componentes eletrónicos que foram produzidos nos EUA, Suíça, Holanda, Alemanha, Polónia, Canadá e Japão.
A Ucrânia entregou um relatório secreto aos países do G7 sobre os detalhes dos drones iranianos Shahed que a Rússia está a usar para atacar a Ucrânia. Estes drones contêm um número significativo de componentes europeus. Sobre isso em 27 de setembro escreve Jornal britânico The Guardian.
O relatório, intitulado “Tempestade de Mortes: Análise do UAV Shahed-136/131”, foi preparado pelo Instituto Central de Pesquisa de Armamentos e Equipamento Militar das Forças Armadas Ucranianas e pela inteligência ucraniana. Ele fornece uma análise detalhada das mudanças nas táticas usadas por esses drones desde que foram detectados pela primeira vez no campo de batalha em setembro de 2022.
Tal como referido no relatório, desde Agosto de 2023, os ocupantes realizaram mais de 600 ataques a cidades ucranianas, utilizando drones de ataque com tecnologias ocidentais. Descobriu-se que esses drones continham 52 componentes eletrônicos europeus no modelo Shahed-131 e 57 no modelo Shahed-136. Cinco empresas europeias, incluindo a subsidiária polaca da multinacional britânica, foram identificadas como fabricantes originais destes componentes. Entre os fabricantes estão também empresas dos EUA, Suíça, Holanda, Alemanha, Canadá e Japão.
Observa-se que o Irão está a expandir a produção de drones utilizando uma fábrica síria no porto de Novorossiysk e transferindo-a para Alabuga, no Tartaristão. Teerã continua a fornecer peças a Moscou. No entanto, o relatório diz que o governo iraniano está a tentar distanciar-se do fornecimento de armas à Rússia e é incapaz de satisfazer a procura russa e a intensidade da sua utilização na Ucrânia.
O relatório não sugere qualquer irregularidade por parte das empresas ocidentais. Note-se que o Irão utiliza principalmente componentes comerciais, cujo fornecimento é mal controlado. O Irão importa quase todos os componentes da Turquia, Índia, Cazaquistão, Uzbequistão, Vietname e Costa Rica.
A Ucrânia propõe aos seus aliados atacar fábricas de drones no Irão, na Síria e, possivelmente, na Rússia. Kiev também pede aos seus parceiros que forneçam mísseis de longo alcance para estes ataques, se necessário.
O documento afirma ainda o seguinte: “As ações acima podem ser realizadas pelas Forças de Defesa Ucranianas se os parceiros fornecerem os meios de destruição necessários”.
Em Julho, foi noticiado que o próprio Irão começou a produzir componentes para os drones Shahed, que a Federação Russa está a utilizar para atacar a Ucrânia, com a participação da Sarmad Electronics, que não consta de nenhuma lista de sanções.
Anteriormente Foco escreveu como drones kamikaze do Irã estão sendo montados sob o disfarce de uma fábrica para coleta de “drones agrícolas” no Tartaristão.