Mediador africano se concentrará em grãos e fertilizantes nas negociações Rússia-Ucrânia – FT


Um comerciante de commodities francês nascido na Argélia está tentando intermediar uma iniciativa de paz africana entre a Rússia e a Ucrânia, The Financial Times relatado Sexta-feira.

Jean-Yves Ollivier, 78, é conhecido como um intermediário próximo ao presidente de longa data da República do Congo e como alguém que também assessorou o grupo estatal de energia nuclear da Rússia Rosatom.

A Fundação Brazzaville, fundada por Ollivier, apoiará as viagens do próximo mês a Kiev e Moscou pelos chefes de seis nações africanas como parte da iniciativa de paz, de acordo com o FT.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que seus colegas russos e ucranianos concordaram em sediar uma iniciativa de paz africana com o objetivo de resolver a guerra de 15 meses.

Ollivier “escolheu grãos, fertilizantes e trocas de prisioneiros como base para abrir discussões”, informou a publicação.

A República do Congo, Egito, Senegal, África do Sul, Zâmbia e Uganda “têm todo o direito de mediar o conflito, dadas as enormes consequências para sua região”, disse Ollivier.

“Na África, se não houver safra no próximo ano porque não há fertilizantes, milhões de pessoas vão morrer”, disse ele ao FT, que conversou com o negociador esta semana a caminho de Kiev.

Os fertilizantes estão no centro do aparente descontentamento da Rússia com o acordo de grãos apoiado pela ONU e intermediado pela Turquia, que permite à Ucrânia enviar colheitas de seus portos no Mar Negro para os mercados globais.

Moscou tem regularmente ameaçado parar de estender o acordo de grãos se as sanções dos bancos ocidentais prejudicarem as exportações russas de fertilizantes.

O membro do conselho consultivo da Fundação Brazzaville e ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo disse ao FT que estava cético sobre a iniciativa de paz porque faltava apoio da União Africana e sinais dos Estados Unidos e do Reino Unido de que “este não é o momento certo”.

Ollivier disse que não recebeu objeções das capitais ocidentais.

Especialistas citados pelo FT disseram que cada um dos líderes do sexteto africano “tem uma agenda” na intermediação das negociações russo-ucranianas, além de evitar a inflação dos preços dos alimentos e a escassez.

O presidente da Zâmbia está tentando se livrar da percepção de ser muito pró-Ocidente, o governante de longa data da República do Congo seu status de pária e Ramaphosa da África do Sul reconstrói a credibilidade após as alegações dos EUA de remessas secretas de armas para a Rússia, informou o Financial Times.

“O fato de eles já terem aceitado conversar é um progresso em si”, disse Ollivier, segundo o FT.

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