Aos 91 anos, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev morreu em Moscou, informou a agencia estatal russa TASS com referência ao Hospital Clínico Central do País. De acordo com a agência, “Mikhail Sergeevich Gorbachev morreu esta noite, 30 de agosto, após uma doença grave e prolongada”.
Nos últimos anos, Gorbachev sofria de doença renal. O político será enterrado no cemitério Novodevichy ao lado de sua esposa Raisa. A data da despedida e do funeral ainda não foi determinada.
Imediatamente depois que Vladimir Putin substituiu Boris Yeltsin no cargo máximo do país, Gorbachev tornou-se um crítico ferrenho, mas depois começou a falar positivamente com aprovação das políticas de Putin.
Em particular, Gorbachev aprovou a ocupação da Crimeia e assumiu a possibilidade de um novo Estado da União aparecer dentro das fronteiras da URSS.
O presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas condolências pela morte de Mikhail Gorbachev. O anúncio foi feito pelo secretário de imprensa do presidente Dmitry Peskov. Pela manhã, o presidente enviará um telegrama à família e amigos de Mikhail Gorbachev.
Mikhail Gorbachev nasceu no que hoje é o território de Stavropol. A partir dos 15 anos trabalhou como assistente de operador de colheitadeira. Ele se formou na Faculdade de Direito da Universidade Estadual de Moscou, após o que começou a trabalhar no Komsomol.
Em 1971 foi eleito membro do Comitê Central do PCUS, em 1985 se tornou Secretário Geral do Comitê Central. Como chefe da União Soviética, Gorbachev anunciou um curso de liberalização, que chamou de perestroika, e avançou para a reaproximação com o Ocidente.
Na década de 1980 a situação na URSS foi caracterizada por um aumento na política interna e uma política externa com problemas e dificuldades, incluindo o declínio no crescimento econômico, a falta de planos importantes para a economia, a corrida armamentista cara, incluindo a nuclear e, como resultado, a pressão excessiva do complexo industrial-militar sobre os cidadãos, principalmente os setores do agronegócio.
Outra questão que minou o Estado soviético foi sua participação direta no Afeganistão e indireta na África em conflitos custosos e sangrentos; relações difíceis com praticamente todos os estados mais influentes como EUA, China, Japão e Grã-Bretanha, o que, em particular, dificultou seriamente a introdução das mais recentes tecnologias criadas no Ocidente na URSS.
Perestroika se entende como o nome geral para as reformas e a nova ideologia da liderança do partido soviético, usado para se referir às mudanças na estrutura econômica e política da URSS iniciadas pelo secretário-geral do Comitê Central Mikhail Gorbachev em 1985 a 1991.
Considera-se o início da perestroika em 1987, quando no plenário de janeiro do Comitê Central do PCUS, a perestroika foi anunciada como um novo curso estadual.
Em fevereiro de 1990, Gorbachev foi eleito presidente da URSS, tornando-se a primeira e última pessoa neste cargo. Em agosto de 1991, um grupo de altos líderes soviéticos tentou removê-lo, anunciando a criação do Comitê Estadual para o Estado de Emergência (GKChP), mas o golpe fracassou.
Gorbachev renunciou ao cargo de presidente em dezembro de 1991, depois que os líderes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia assinaram o Pacto Belovezhskaya para liquidar a URSS e criar a CEI. No dia seguinte, a União Soviética deixou de existir.
Depois de deixar a política, ele criou e dirigiu a Fundação Gorbachev, que estuda os problemas da história russa e mundial.
Em 1996, Gorbachev participou das eleições presidenciais na Rússia, ganhando 0,51% dos votos.
Em 15 de outubro de 1990, Mikhail Gorbachev recebeu o Prêmio Nobel da Paz “em reconhecimento ao seu papel de liderança no processo de paz, que caracteriza uma parte integrante importante da vida da comunidade internacional”.
