Cerca de 1.600 ex-guerrilheiros das FARC terão sido assassinados até o final de 2024 se os níveis atuais de assassinatos seletivos continuarem, disse o Tribunal de Justiça Transicional da Colômbia na quarta-feira.
O governo assinou um acordo de paz em 2016 com o alto escalão das FARC, que desmobilizou suas forças, encerrando a participação do grupo em quase seis décadas de conflito, porém, dissidentes foram formados, e sinais do retorno da violência do grupo foram observados recentemente com as mortes na fronteira entre Colômbia e Venezuela que o site Área Militar noticiou em artigo investigativo.
A violência no país, que o governo atribui às gangues do crime e aos rebeldes que rejeitam o acordo, atinge ex-guerrilheiros.
Eles enfrentam altos níveis de perigo, de acordo com um relatório da unidade de investigação do Tribunal de Jurisdição Especial para a Paz (JEP), com alguns ex-combatentes em situação “crítica” em 10 municípios da Colômbia.
Entre 14 e 21 de abril, sete ex-combatentes foram mortos, ou cerca de um a cada 24 horas, segundo a unidade.
“Se a variável temporária de assassinatos de (combatentes) reintegrados continuar, o número desses crimes pode chegar a 1.600 até o final de 2024”, disse o relatório.
Até o momento, 271 ex-combatentes foram mortos desde a assinatura do acordo de paz, segundo o Comunes, partido político formado por membros desmobilizados das FARC.
Os ex-combatentes das FARC que assumiram funções como líderes comunitários são especialmente vulneráveis, disse o tribunal. Dos ex-combatentes assassinados, 20% exerciam funções de liderança em projetos econômicos, cooperativas ou substituição de cultivos ilícitos como a coca, principal ingrediente da cocaína.
“Este padrão mostra como as posições de liderança assumidas por algumas pessoas reintegradas durante sua transição para a vida civil estão relacionadas às causas de sua vitimização”, disse o Tribunal de Jurisdição Especial para a Paz.
Com informações da Reuters, Felipe Moretti, via Redação Área Militar