O comandante russo de uma milícia que realizou uma incursão em uma região fronteiriça russa nesta semana disse na quarta-feira que seu grupo lançará em breve mais incursões em território russo.
Denis Kapustin, que se descreveu como o comandante do Corpo Voluntário Russo (RVC), falou a repórteres no lado ucraniano da fronteira com a Rússia um dia depois de Moscou dizer que havia repelido o ataque à região de Belgorod.
Kiev disse que o ataque foi realizado por cidadãos russos, classificando-o como um conflito interno da Rússia. Dois grupos que operam na Ucrânia – o Corpo Voluntário Russo (RVC) e a Legião da Liberdade da Rússia – assumiram a responsabilidade.
Os militares russos disseram que derrotaram os militantes, que realizaram o ataque usando veículos blindados, e empurraram os sobreviventes de volta para a Ucrânia.
Kapustin disse que dois de seus combatentes foram “levemente feridos” e que as perdas totais de seu lado na operação foram de dois mortos e 10 feridos. Moscou afirmou ter matado mais de 70 ‘nacionalistas ucranianos’.
Kapustin também disse que os combatentes levaram um veículo blindado russo e uma arma anti-drone como troféus.
“Acho que vocês nos verão novamente daquele lado”, disse Kapustin, que se apresentou por seu indicativo de chamada White Rex. “Não posso revelar essas coisas que estão por vir, não posso nem revelar a direção. A… fronteira é bem longa. Mais uma vez, haverá um ponto onde as coisas vão esquentar.
Ele foi questionado repetidamente sobre relatos da mídia ocidental de que sua milícia havia usado equipamento militar dos EUA que pretendia ajudar a Ucrânia a se defender contra a invasão da Rússia, mas se recusou a responder diretamente.
“Eu sei exatamente de onde consegui minhas armas. Infelizmente não dos parceiros ocidentais”, disse.
Ele também sugeriu que o equipamento militar ocidental havia sido capturado pela Rússia na batalha por Bakhmut, no leste da Ucrânia, e que esse equipamento poderia ser comprado no mercado negro.
“Acho que expliquei que a ajuda militar ocidental infelizmente vai e volta, sendo invadida. Em Bakhmut, por exemplo, sei que muitos veículos blindados, veículos blindados americanos, foram invadidos pelas forças russas”, disse ele.
Kapustin disse que a Ucrânia só apoiou o RVC com informações, gasolina, comida e remédios.
“E, claro, os militares ucranianos levaram nossos feridos. Mas qualquer coisa além disso tornaria as coisas difíceis.
“Cada decisão que tomamos … além da fronteira do estado é nossa própria decisão. Obviamente, podemos pedir aos nossos camaradas e amigos (ucranianos) sua ajuda no planejamento”, disse ele.
O RVC diz que é formado por russos lutando pela Ucrânia e contra o presidente russo, Vladimir Putin.
“Nossos planos futuros são novos territórios da Federação Russa, nos quais definitivamente entraremos… Você deve ser um pouco paciente e esperar apenas alguns dias”, disse Kapustin.
A Liga Antidifamação, com sede nos Estados Unidos, descreveu Kapustin como “um neonazista russo que viveu na Alemanha por muitos anos”.
Kapustin disse que seu grupo era de direita e, quando questionado se se importava em ser rotulado de nazista, disse que não “achava isso um insulto”.
Mas ele acrescentou: “Eu tenho meu ponto de vista, é um conjunto de pontos de vista patriótico, é um conjunto de pontos de vista tradicionalista, é um conjunto de pontos de vista de direita. Você sabe, você nunca vai me encontrar agitando uma bandeira com uma suástica, você nunca vai me encontrar levantando minha mão em um sinal de Hitler. Então, por que você me chamaria assim?
Fonte: Reuters
