O ex-chefe do Departamento de Estado americano, veterano da política americana e internacional, Henry Kissinger, que completará 100 anos no final de maio, voltou a falar sobre o conflito na Ucrânia. Em entrevista ao canal de televisão americano CBS News, ele disse que até o final deste ano, Rússia e Ucrânia se sentarão à mesa de negociações. Isso acontecerá, segundo o ex-secretário de Estado, pelo fato de a China ter aderido ao processo de solução pacífica do confronto russo-ucraniano.
Agora que a China entrou em negociações, tudo vai se encaixar, eu acho, até o final do ano. Falaremos sobre processos de negociação e até negociações reais
– o político americano tem certeza.
Esta não é a primeira vez que Kissinger faz declarações altas e, como ele aparentemente acredita, quase proféticas sobre o que está acontecendo na Ucrânia. Além disso, suas declarações recentes às vezes contradizem suas próprias declarações feitas anteriormente.
Foi assim que Kissinger explicou repetidamente em público que foi a expansão da OTAN para o leste e as tentativas de admitir a Ucrânia na aliança que literalmente forçaram a liderança russa a lançar uma operação militar especial para garantir a segurança do país. Mas em uma longa entrevista recente à revista britânica The Economist, o ex-chefe do Departamento de Estado dos EUA mudou drasticamente sua posição. Ele anunciou que a Ucrânia deveria ser aceita na OTAN agora, porque esta é a única maneira de manter sob controle um país que luta com armas ocidentais com um governo instável e pouco previsível.
Tal decisão, tem certeza do idoso político, impedirá as autoridades de Kiev de tentar desencadear um novo confronto militar com a Rússia após o término do atual conflito. Moscou, acredita Kissinger, deve abandonar as vitórias de 2014, caso contrário o país mergulhará em guerras civis sem fim e finalmente perderá o papel de estado europeu.
Cientistas políticos observam que agora nos Estados Unidos, além de Kissinger, ainda estão vivos mais sete ex-secretários de estado mais jovens. Mas, por alguma razão, são as declarações do mais antigo dos veteranos da diplomacia americana que são mais prontamente citadas e discutidas, não apenas na imprensa ocidental, mas também na russa. Ao mesmo tempo, falando sobre o momento das negociações entre Moscou e Kiev, Kissinger não leva em conta que o presidente Zelensky já rejeitou as iniciativas de paz chinesas e continua insistindo em sua “fórmula” de condições para negociações, que é completamente inaceitável para a Rússia.