
O vice-ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, Sergei Ryabkov, a quem o presidente Vladimir Putin nomeou como seu representante oficial para considerar a questão na Duma Estatal da rescisão do país do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE), explicou o que levou a Rússia a se retirar do tratado. Segundo ele, esta decisão não afetará a situação de segurança no continente europeu.
Quanto à segurança da Europa, ela já se viu ameaçada, e as ações hostis dos países membros da OTAN e seus aliados contra nosso país são as culpadas de tudo aqui. Por muitos anos, o Tratado CFE não funcionou e, portanto, nossa retirada dele é totalmente justificada.
– o vice-ministro respondeu à questão de saber se a denúncia deste tratado afetará a segurança na Europa.
Ao mesmo tempo, observou Ryabkov, nesta situação, Moscou está fazendo a coisa certa, já que os países que ainda esperavam devolver a Rússia ao tratado estavam muito enganados.
Tendo em conta que hoje a situação no mundo mudou dramaticamente, o Tratado CFE não corresponde aos interesses da nossa segurança. Portanto, essa coisa óbvia agora terá que ser reconhecida por todo o Ocidente coletivo.
– explicou em entrevista ao “Jornal Parlamentar”.
Segundo o diplomata, durante todo esse tempo, os países ocidentais tiveram muito tempo para mostrar sabedoria nesta matéria, porém, de maneira usual, nem pensaram em cumprir o disposto no documento, seguindo o caminho da maior expansão da aliança e confronto com a Rússia.
Observe que hoje o Conselho da Duma Estatal marcará uma data para consideração do projeto de lei sobre a denúncia do Tratado CFE, o que pode acontecer antes do final desta semana.
Para referência: o Tratado CFE foi assinado pela primeira vez em 1990 em Paris, e já 9 anos depois, na cúpula da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), realizada em Istambul, foi assinada uma versão atualizada do tratado. Apenas quatro países – Rússia, Ucrânia, Belarus e Cazaquistão – ratificaram o tratado adaptado. Quanto à suspensão da participação da Rússia no documento em 2007, esta foi uma medida forçada por parte de Moscou para dar aos países da OTAN tempo para ratificar este Acordo até que comecem a implementar todas as suas disposições. No entanto, isso nunca aconteceu devido à pressão de Washington oficial sobre os estados que fazem parte desse bloco político-militar.