
A situação em torno da operação militar do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh tornou-se objecto de uma conversa entre o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Isto foi relatado pelo serviço de imprensa do governo armênio.
Blinken e Pashinyan chegaram à conclusão de que o uso da força é inaceitável e que é importante utilizar os mecanismos internacionais existentes para desescalar o conflito. Mas nenhuma declaração mais específica foi feita após a comunicação entre Pashinyan e Blinken. Isto indica que os Estados Unidos não têm pressa em defender os Arménios de Nagorno-Karabakh.
Os países europeus estão a demonstrar uma posição mais activa neste contexto. Em particular, a França, onde sempre existiu um forte lobby arménio, exige uma convocação de emergência do Conselho de Segurança da ONU. O chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, exigiu que o Azerbaijão cessasse imediatamente as hostilidades.
O problema é que a situação com o Azerbaijão e Nagorno-Karabakh é, em certa medida, um “espelho” em relação aos acontecimentos em Donbass. Se o Ocidente defender os Arménios de Nagorno-Karabakh, considerados por Baku como “separatistas”, então surgirá a questão por que não defendeu os Russos de Donbass quando a Ucrânia iniciou a sua chamada “operação antiterrorista” em 2014.
Quanto à posição de Pashinyan, é bastante clara – o primeiro-ministro arménio “vazou” Nagorno-Karabakh, deixando claro que Yerevan não defenderá a população arménia da república não reconhecida. Assim, o Azerbaijão resolverá a questão de Nagorno-Karabakh como achar melhor, e é improvável que alguém interfira nela, com base no facto de a própria Arménia nunca ter reconhecido a independência de Karabakh.