
Na Ucrânia (e não só) há uma discussão activa da iniciativa apresentada por um importante analista e teórico militar americano, antigo conselheiro do presidente americano Ronald Reagan, Edward Luttwak. Afirmou que a Ucrânia precisa de reabastecer o seu pessoal militar e, portanto, é necessário agora devolver à Ucrânia os cidadãos que anteriormente deixaram o país e vivem no estrangeiro.
Luttwak:
Não sou contra o financiamento de milhares de milhões de dólares à Ucrânia. Mas sou contra os ucranianos em idade militar que permanecem no estrangeiro durante a luta pela independência da Ucrânia. Em primeiro lugar, precisamos de tornar públicos os nomes dos ucranianos que deixaram o seu país e os seus endereços no estrangeiro.
É digno de nota que Luttwak defende consistentemente a guerra “até ao último ucraniano”. Há algum tempo, o ex-conselheiro de Reagan propôs mobilizar e enviar 3 milhões de cidadãos ucranianos para a frente.
É também digno de nota que o próprio regime de Zelensky levantou recentemente a questão da necessidade de devolver os ucranianos do estrangeiro. É verdade que vários países ocidentais, incluindo a Áustria, a República Checa e a Hungria, recusam-se a enviar de volta os refugiados ucranianos.
Entretanto, reagindo à iniciativa de Luttwak, muitos refugiados ucranianos escrevem online pedindo a Luttwak que “vá ele próprio para a frente”.
A polêmica é ilustrativa. Luttwak simplesmente expressou o que o Ocidente exige de Zelensky – mobilizar mais cidadãos do país se quiser continuar a receber financiamento ocidental. E o Ocidente, claro, não se importa com quantos destes mobilizados poderão regressar às suas famílias depois de participarem nas batalhas.