O ucraniano Volodymyr Zelenskiy apresentou seu pedido de apoio contra a invasão da Rússia para uma cúpula do Grupo dos Sete (G7) no sábado no Japão, onde os líderes concordaram em endurecer as sanções contra Moscou e reduzir a exposição à China.
A presença do presidente ucraniano na cúpula do G7 em Hiroshima, a primeira cidade a sofrer um ataque nuclear, colocou em grande relevo as preocupações ocidentais sobre a ameaça nuclear representada pela Rússia.
Os líderes do G7 – EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá – estão enfrentando os desafios impostos pela invasão russa da Ucrânia e as tensões com a China, principalmente sobre a segurança econômica e Taiwan, a ilha autogovernada que Pequim reivindica como próprio.
Preocupado com o papel descomunal que a China agora desempenha nas cadeias de suprimentos de tudo, desde semicondutores a minerais críticos, o G7 emitiu um comunicado que estabeleceu uma estratégia comum para negociações futuras com a segunda maior economia do mundo.
“Pedimos à China que pressione a Rússia para que pare sua agressão militar e retire imediatamente, completa e incondicionalmente suas tropas da Ucrânia”, disseram os líderes em um comunicado.
Eles alertaram que os países que tentarem usar o comércio como uma arma enfrentariam “consequências”, enviando um forte sinal a Pequim sobre as práticas que, segundo Washington, equivalem a intimidação econômica.
“Não estamos dissociando ou nos voltando para dentro. Ao mesmo tempo, reconhecemos que a resiliência econômica requer redução de riscos e diversificação”, afirmaram. “Uma China em crescimento que segue as regras internacionais seria de interesse global.”
‘REUNIÕES COM AMIGOS’
O comunicado foi emitido logo após Zelenskiy pousar em uma aeronave do governo francês.
Imagens da emissora pública japonesa NHK mostraram o presidente ucraniano, vestindo seu habitual uniforme verde-oliva, descendo para a pista e movendo-se rapidamente para um carro que o esperava.
Momentos depois, ele twittou: “Japão. G7. Reuniões importantes com parceiros e amigos da Ucrânia.”
Zelenskiy estava programado para encontrar os líderes do G7 individualmente durante a noite de sábado. Ele começou com o primeiro-ministro italiano Giorgia Meloni, seguido pelo britânico Rishi Sunak, a quem ele abraçou ao cumprimentá-lo.
Autoridades francesas e outras europeias disseram que era crucial que Zelenskiy viesse pessoalmente primeiro à Liga Árabe, que ele discursou na sexta-feira, e agora ao G7, também com a presença de membros do Sul Global, um termo para alguns países de baixa e baixa renda. países de renda média, incluindo a Índia.
Zelenskiy poderia descrever a visão da Ucrânia como vítima de um ataque da Rússia e como ele vê um acordo de paz no futuro para os grupos díspares, disseram as autoridades.
“Temos que usar todos os meios para vincular os Estados não alinhados à causa da defesa da soberania e integridade territorial da Ucrânia”, disse um funcionário presidencial francês a repórteres.
Além dos encontros bilaterais com os líderes do G7, Zelenskiy também terá encontros com os líderes da Índia e do Brasil, dois países que não se distanciaram de Moscou. Com Rússia e China formam o grupo BRIC.
Zelenskiy deve realizar uma sessão no domingo com o G7 antes de uma sessão mais ampla com os participantes do Sul Global.
FONTE: REUTERS