“Não deixamos nossos Cães Militares para trás!”, Pentágono

Algumas ongs e indivíduos na internet acusaram militares dos EUA de terem deixado dezenas de cães militares abandonados durante evacuação em Cabul.

Quando George W. Bush autorizou o envio de tropas americanas ao Afeganistão o mundo estava ciente de que seria a melhor escolha e forma de se lidar com os insurgentes no Oriente-médio.

Com o passar do tempo, os bilhões de dólares gastos sem possuir um plano correto para o futuro dos afegãos passaram a incomodar os americanos que sentiram a ausência de seus entes militares queridos numa guerra aparentemente interminável, seja física ou materialmente.

Cumprindo a promessa de campanha de Biden, o tão aguardado DIA DO FRACASSO chegou ao fim em 30 de agosto na intervenção americana no Afeganistão, após os últimos militares saírem por meio da aeronave C-17 do aeroporto de Cabul.

Entretanto, algumas imagens chocantes passaram a circular nas redes sociais que mostravam dezenas de cães supostamente militares sendo abandonados pelos EUA e por forças afegãs na tentativa de escaparem a todo custo do país, a soma da evacuação passou de 110 mil civis e militares.

Um grupo de direitos dos animais criticou a administração Biden depois que os militares dos EUA foram acusados de deixar seus cães contratados para trás antes de sair de Cabul, mas os militares contra-atacaram, classificando os relatórios como “errôneos”.

“Estou arrasado com relatos de que o governo americano está saindo e deixando para trás bravos cães de trabalho contratados pelo exército dos EUA para serem ceifados da pior forma pelas mãos de nossos inimigos”, foi o que disse o presidente e CEO da American Humane Society, Robin Ganzert, em um comunicado.

Ainda acrescentando ao comunicado, Ganzert disse que “esses bravos cães fazem o mesmo trabalho perigoso e salva-vidas e mereciam um destino muito melhor do que aquele a que foram condenados”.

A organização acusadora afirma que “trabalha lado a lado com os militares há mais de 100 anos para resgatar animais militares”, acrescentando que o grupo “traz para casa cães militares aposentados de trabalho e junta veteranos com cães de serviço salva-vidas”.

“Pedimos ao Congresso que tome medidas para classificar os cães trabalhadores contratados no mesmo nível que os cães trabalhadores militares. Deixar de fazer nada menos é uma falha da humanidade e uma condenação de todos nós”, acrescentou Ganzert.

Entretanto, todo esse drama parece ser um sensacionalismo cruel e sem destino. Enquanto esses grupos de resgate de animais supostamente “correm” para tirar cães do Afeganistão, as autoridades do Pentágono se pronunciaram a respeito das acusações:

“os militares dos EUA não deixaram nenhum de seus cães de trabalho para trás”.

Fotos virais que pretendem mostrar cães trancados em gaiolas no Aeroporto Internacional de Cabul despertaram a ira de legisladores dos EUA e também de amantes de cães. Mas as fotos não são de cães de serviço militar, como sugeriram a American Humane Society e outras organizações.

“Para corrigir relatos errôneos, os militares dos EUA não deixaram nenhum cão em gaiolas no Aeroporto, incluindo os relatados “cães de trabalho militar”. As fotos que circulavam online eram de animais sob os cuidados do grupo Kabul Small Animal Rescue”.

Trata-se de uma clínica veterinária e organização de resgate de animais que opera há anos no país e, segundo o próprio grupo em um post na sua página no Facebook, “atualmente estamos trabalhando para ajudar qualquer pessoa que queira evacuar seus animais”.

A porta-voz do Comando Central dos EUA, tenente-coronel do Exército Karen Roxberry, disse em um e-mail que a “missão prioritária dos militares era a evacuação de cidadãos dos EUA, SIV (imigrantes especiais) e afegãos vulneráveis”.

Ainda em seu comunicado, Roxberry enfatizou que “apesar de uma missão retrógrada perigosa e complicada que estava em andamento, as forças dos EUA fizeram de tudo para ajudar a organização de Resgate em Cabul tanto quanto possível”.

A conclusão que fica é que o Pentágono, da mesma forma dos humanos, evacuou todos os seus cães de trabalho.

No final de 2013, um caso terrível ocorreu no país. Um cão militar de forças especiais foi perdido durante confronto e, infelizmente, caiu nas mãos dos insurgentes, permanecendo visivelmente assustado durante gravação dos inimigos. O desfecho do cão? Já sabemos!

Com informações complementares de TNYT, DefenseOne, NBCNews, Pentagon, Felipe Moretti

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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