Nova Zelândia e Austrália enviam forças militares para ajudar nos danos do tsunami causado pelo Vulcão em Tonga

Cobertor de cinzas dificulta as comunicações de cidades que se acredita terem sido inundadas por ondas quando os primeiros voos de vigilância partem

O vulcão, Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, de 1.800 metros de altura e 20 km (12,5 milhas) de largura, a 65 km (40 milhas) ao norte de Nuku’alofa entrou em erupção numa das mais violentas já capturadas por satélites e sentidas a milhares de quilômetros.

O serviço geológico de Tonga afirmou que o gás, a fumaça e as cinzas da erupção atingiram 20 km no céu, algo incrível e assustador, e a erupção pode ser ouvida a 2.300 km. 

Por conta da catástrofe triste  e irreversível, a Nova Zelândia e a Austrália enviaram tropas e aviões militares e civis para avaliar os danos da enorme erupção vulcânica submarina e tsunami que atingiu a nação de Tonga, no Pacífico, no último sábado 15 de janeiro.

A erupção enviou um espesso manto de cinzas para o céu, contaminando o abastecimento de água, cortando as comunicações e impedindo inicialmente os voos de vigilância que avaliavam a extensão dos danos.

Porém, nesta segunda-feira, os voos da Nova Zelândia e da Austrália finalmente puderam partir.

Vídeos compartilhados nas mídias sociais após a erupção de sábado à noite mostraram pessoas correndo para terrenos mais altos quando as inundações de um metro de altura atingiram as áreas costeiras e seguiram para o interior enquanto o céu escurecia com cinzas. Um estrondo sônico foi ouvido até no Alasca.

Ainda não havia relatos oficiais de feridos ou mortes até a noite de domingo, com comunicações limitadas.

No entanto, uma mulher do Reino Unido está desaparecida depois de ser levada no sábado. Angela Glover, 50, que morava em Tonga desde 2015 e administrava um estúdio de tatuagem na capital Nuku’alofa com seu marido James, foi arrastada da praia pelo tsunami.

Famílias fora de Tonga esperavam desesperadamente por notícias, já que as comunicações permaneciam inativas na maior parte do país, quase 48 horas desde a enorme erupção do vulcão submarino, que pode ser ouvida e sentida a mais de 2.000 km de distância.

O gabinete de Tonga realizou uma reunião de crise no domingo e pediu ajuda, disse o gabinete de Zed Seselja, ministro australiano para o Pacífico.

Um voo de vigilância partiu da Austrália para Tonga na manhã de segunda-feira para avaliar os danos à infraestrutura crítica, como estradas, portos e linhas de transmissão, e determinar a próxima fase do esforço de resposta. Foi adiado devido à nuvem de cinzas que cobria Tonga, mas acabou decolando.

Um avião Orion da Força Aérea Real da Nova Zelândia também conseguiu partir de Auckland na segunda-feira para avaliar os danos iniciais na área.

Especificamente, trata-se de uma aeronave P-3K2 Orion da Força Aérea Real da Nova Zelândia que deixou a Base da força aérea de Auckland por volta das 08:20 da manhã local.

Os planos da tripulação eram voar primeiro sobre o grupo de ilhas Ha’apai e depois sobrevoar Tongatapu para verificar o status da pista e do porto. A aeronave não está pousando em Tonga e estava programada para chegar à Base de Auckland na noite dessa segunda.

Até agora, não houve um pedido formal do Reino de Tonga para fornecer mais apoio, além deste voo de reconhecimento inicial, mas, como sempre, as nações vizinhas mantendo apoios prontos para responder se solicitado.

Além da aeronave Orion, a Força Aérea da Nova Zelândia tem um C-130H Hércules de prontidão para voar para Tonga nesta terça-feira, 18 de janeiro, a fim de entregar suprimentos de ajuda se for seguro pousar na pista de Tongatapu.

Segundo a Defesa da Zelândia, os militares estão em avisos para se moverem e os navios da Marinha Real da Nova Zelândia estão sendo preparados para implantação e podem ser implantados antes de um pedido formal de assistência, dada a distância de Tonga.

Outros voos militares também são possíveis, para transportar suprimentos e pessoal de socorro, conforme necessário.

Agências de ajuda humanitária disseram que cinzas espessas e fumaça levaram as autoridades a pedir às pessoas que usassem máscaras e bebessem água engarrafada.

As autoridades internacionais afirmaram que o principal cabo de comunicação submarino foi afetado, provavelmente devido à perda de energia. A Federação Internacional da Cruz Vermelha expressou preocupação com o fato de Tonga ser “cortada do resto do mundo”.

Pelas poucas atualizações da tragédia, acredita-se que a escala da devastação pode ser imensa, ainda mais, especialmente para as ilhas mais distantes.

Para o analista e cientistas Dave Snider, coordenador de alerta de tsunami do Centro Nacional de Alerta de Tsunami em Palmer, no Alasca, é muito incomum que uma erupção vulcânica afete uma bacia oceânica inteira, e o espetáculo foi “humilhante e assustador”.

Alertas de tsunami foram emitidos anteriormente para o Japão, Havaí, Alasca e costa do Pacífico dos EUA. O Serviço Geológico dos EUA estimou que a erupção causou o equivalente a um terremoto de magnitude 5,8. Tsunamis gerados por vulcões, em vez de terremotos, são relativamente raros.

Com informações complementares de The Guardian, Defesa da Nova Zelândia, Felipe Moretti

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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