“O Irã Está Mais Perto De Uma Bomba Nuclear Do Que Nunca!”, Ex-Chefe Da IDF

As negociações oficiais em Viena, na Áustria, entre as grandes potências e o Irã para salvar o Acordo Nuclear JCPOA encabeçado por Obama em 2015 parece estar patinando num gelo sujo e com indícios de violações constantes por parte dos persas e flexibilidade horrenda pela liderança americana.

O ex-chefe de gabinete das Forças de Defesa de Israel (IDF), Gadi Eisenkot, disse que o Irã está mais perto do que nunca de produzir uma arma nuclear, embora pareça sugerir que a saída dos Estados Unidos do acordo em 2018 foi um erro, entretanto não mencionou que Trump descartou a permanência do acordo após constatar violações graves por parte dos persas em questão de estoque e enriquecimento acima dos patamares exigidos de até 3,67%.

Yossi Cohen e o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (à esquerda)

Durante uma conferência no Centro Peres para a Paz, o ex-chefe da IDF também pareceu criticar o ex-chefe do Mossad, Yossi Cohen, e o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por ações “irresponsáveis” contra a República Islâmica.

Em sua íntegra, a fala de Eisenkot é forte: “Podemos ver hoje que a saída [do governo Trump] do acordo e a campanha de pressão máxima e ações contra o Irã levaram a algumas conquistas, mas não podemos negar o fato de que o Irã está o mais perto que esteve a uma bomba, em suas capacidades, desde que lançou o programa [nuclear]”.

Ainda como presidente do Irã, Hassan Rouhani, advertiu na quarta-feira, 14 de junho, que seu país poderia enriquecer urânio em níveis de 90%, ou seja, um patamar que permite a possibilidade de desenvolver armamentos, embora ainda quisesse salvar seu acordo nuclear com as potências, para assim minimizar os danos econômicos advindos dos embargos críticos do ocidente.

Os comentários do presidente Hassan veiculados pela agência de notícias estatal IRNA, vieram enquanto ele também criticava a teocracia mais ampla do Irã por não permitir que seu governo chegasse a um acordo em breve para restaurar o acordo atômico de 2015.

Ebrahim Raisi. AP Photo/Ebrahim Noroozi

Seus comentários sinalizam que o Irã pode adotar uma abordagem mais beligerante com o Ocidente, já que o presidente eleito da linha-dura, Ebrahim Raisi, deve assumir o cargo no próximo mês, em agosto.

Como já amplamente explicado pelo Área Militar, os primeiros passos de enriquecimento até 5% são os mais complicados, caros e exigentes de grandes somas de energias, bem como reivindica grandes quantidades de complexos de centrífugas tecnológicas e seguras, ao ultrapassar esse patamar, cientistas acreditam que cerca de 80% dos problemas com a busca de armamento nuclear já estariam solucionadas.

A saída dos americanos e as ações israelenses contra os persas sobre o Programa Nuclear não foram minimizadas pelo ex-chefe da IDF. Para Eisenkot, o resultado final neste momento é que “o negócio é do interesse dos EUA.

O objetivo para Israel deve ser alcançar um diálogo íntimo com os americanos e outros países para garantir que o Irã não tenha capacidade nuclear – [para garantir] que seja um negócio melhor, de mais longo prazo com inspeções mais duras” por parte da Agência Internacional de Energia Atômica.

A realidade é que desde os segundos posteriores ao acordo em 2015 o Irã não respeitou as cláusulas do documento, e hoje o líder supremo da nação, Ali Khamenei, possui um subproduto da fusão Tecnologia Persa e Experiência Persa Nuclear: 60% de urânio enriquecido e um passo para 90%.

Atomic Energy Organization of Iran via AP, File

Rouhani durante reunião executiva mostrou a capacidade persa em enriquecer urânio a 90% para um reator caso haja necessidade um dia, e não possui nenhum problema em fazer isso.

O acordo nuclear de 2015, que viu o Irã obter alívio dessas sanções esmagadoras, limitou o programa de Teerã ao enriquecimento de apenas 3,67% – o suficiente para abastecer um reator nuclear civil. Agora ele enriquece uma pequena quantidade de urânio em até 60%, um pequeno passo em relação aos níveis adequados para armas.

Não há criteriosas e documentais provas da atuação de Israel nos mais recentes incidentes envolvendo as principais usinas de enriquecimento e pesquisa dos persas, como Natanz, que perdeu grande parte de suas novas centrífugas.

As críticas foram dirigidas a Netanyahu quando Israel reconheceu mais abertamente ou sugeriu fortemente os ataques ao programa nuclear do Irã nos últimos anos, talvez esse foi o erro de Benjamin, anunciar suas manobras.

Alguns relatos de caças F-35 israelenses e ataques cibernéticos surgiram como poeiras contagiosas sem origem, rumores criados pelos famintos ditadores persas e pelas mídias árabes e ocidentais que buscam solapar a imagem de Israel que se encontrava admirada no governo de Trump, agora tudo mudou, haja vista que os EUA são liderados por um presidente senil e faminto em agradar a linha radical para ganhar simpatia.

No passado, as grandes potências bélicas davam as cartas nas mesas de negociações, porém, como sinal da inversão de valores que o mundo está submerso, é o Irã que instiga o caminho que as negociações devem andar, não foi a toa que um enviado especial executivo do Irã às Nações Unidas disse ao Conselho de Segurança que uma condição essencial para reviver o acordo nuclear de 2015 é o compromisso oficial dos EUA de nunca mais se retirar unilateralmente do acordo.

Momento que mísseis Hellfire de um drone MQ-9 Reaper Americano atingem o comboio do líder da Força Quds Qassem Soleimani que morreu na hora:

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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