O acordo nuclear JCPOA encabeçado por Obama para articular melhores vantagens ao Irã no desenvolvimento de produtos nucleares trouxe um péssimo progresso a longo prazo para toda a região do Oriente-médio e, ainda mais preocupante, ao ocidente que assistiu ao crescente acúmulo de subprodutos e produtos de urânio enriquecido acima de 4,5% nas principais usinas de enriquecimento, como a de Natanz. Sem dúvida, o acordo surtiu efeitos reversos e elevou o programa iraniano a patamares acima da pesquisa e produção de energia.

Na manhã de 11 de abril, a alta cúpula do Irã foi pega de surpresa após o centro da instalação de Natanz sofrer uma grave pane, ninguém sabia ao certo os motivos, e as primeiras informações direcionavam a um ataque cibernético orquestrado que resultou na perda de energia elétrica.
A nação persa havia anunciado que tinha lançado uma rede de 164 novas centrífugas IR-6 em Natanz no sábado, 10 de abril, e iniciariam os testes com centrífugas IR-9, que dizem que enriquecerá o urânio 50 vezes mais rápido que a primeira geração IR-1. Não se sabe até o momento se essas novas instalações foram afetadas.

Segundo o chefe da agência nuclear do país, Ali Akbar Salehi, o acidente na instalação foi decorrente de um ataque, o objetivo do ataque às instalações nucleares é impedir o progresso da indústria nuclear iraniana, e a nação persa tem o direito de responder.
Mesmo diante da falta de provas do agente causador ou o mandante, a própria mídia local e a mídia do ocidente pressionada e financiada por organizações tendenciosas e muitas vezes chinesas, noticiaram que a inteligência do Mossad está por trás do ataque e um artefato explosivo plantado no local foi o responsável.
O ataque causou sérios danos ao coração do projeto de enriquecimento persa, além disso, após os danos, o enriquecimento de urânio na instalação foi interrompido e não há um prazo de retorno.

Os persas não emitiram nenhuma conclusão do agente causador, e estima-se agora que levará muitos meses antes que o Irã consiga reativar as 7.000 centrífugas na instalação.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse durante uma solenidade às forças de segurança que “a luta contra os persas e suas metástases é uma tarefa enorme. A situação que existe hoje não significa que existirá amanhã”, um claro aviso de que o fim das divergências está próximo.
Para o jornalista pró-irã da BBC, Kain Salahi, o canal de televisão iraniano Al-Alam disse que “o ocorrido na instalação de Natanz prova o fracasso dos oponentes do progresso político e industrial no país”.
Para contrastar todas as informações da mídia, o canal Área Militar obteve o relato do chefe do comitê técnico persa criado para investigar o incidente durante entrevista ao Nur News: “os relatos na mídia estrangeira sobre o motivo que levou ao incidente em Natanz são falsos e esclareço que são rumores.
Há uma equipe de investigação na instalação de Natanz desde o início do INCIDENTE e estão sendo examinadas várias possibilidades que levaram a um MAU FUNCIONAMENTO da rede elétrica da instalação. Além disso, os detalhes finais sobre a causa do incidente serão divulgados posteriormente”.

A própria declaração do chefe do comitê persa derruba a tese ocidental das grandes mídias em culpabilizar Israel sobre erros e mau funcionamento da indústria nuclear persa e seu progresso vexatório e fraco no desenvolvimento de armamentos e subprodutos do tipo que ocorre há décadas.
Da questão de energia e produtos bélicos, é importante destacar também que as negociações entre americanos e persas com o objetivo de trazer os EUA de volta ao acordo nuclear de 2015 foram interrompidas dias antes do incidente de Natanz, mais especificamente na última sexta-feira, sem quaisquer sinais imediatos de progresso nas questões.

O Ministro das Relações Exteriores persa, Javad Zarif, disse que os oficiais políticos e militares de Israel declararam explicitamente que não permitiriam o progresso nuclear e agora pensam que alcançarão seus objetivos, mas obterão sua resposta em mais progresso nuclear, pois a instalação de Natanz estará mais forte do que nunca com máquinas mais avançadas, e se Israel achar que a via de negociação está fraca, este ato de ataque fortalecerá a posição iraniana nas negociações, estas visando reaproximar EUA no JCPOA.
O ocorrido é grave, sabemos que as mídias irão fornecer matérias tendenciosas a qualquer preço, mas se o próprio comitê investigativo direcionou o responsável numa provável falha técnica.
Os factoides de canais militares e mídias tendem a manipular a sociedade, além do mais, a mesma situação ocorreu em julho do ano passado e gerou falácias desde ataques de F-35 a sabotagens cibernéticas israelense contra Natanz, mas até hoje as autoridades persas não divulgaram as causas reais da explosão.
- Acompanhe nosso canal no Youtube