Oriente-Médio – Milhares protestam em Tel Aviv contra reforma judicial de Benjamin Netanyahu

Milhares de israelenses se reuniram em Tel Aviv contra uma reforma judicial do governo de extrema direita, antes de uma semana importante que deve ver mais medidas legislativas e protestos em massa.

A última manifestação a atingir o centro comercial de Israel ocorreu dias depois que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, prometeu continuar com as mudanças, apesar do crescente alarme internacional.

“Estamos aqui hoje para aparecer e somar nossa voz às centenas de milhares, senão milhões de israelenses que apóiam os valores sobre os quais este país foi fundado”, disse Daniel Nisman, citando a democracia e a tolerância como as principais preocupações.

“Isto é tudo o que podemos esperar, que [Netanyahu] nos traz de volta à beira do abismo”, disse à AFP.

As manifestações começaram em janeiro, depois que a coalizão anunciou seu pacote de reformas, que o governo diz ser necessário para reequilibrar os poderes entre legisladores e judiciário.

As manifestações atraíram repetidamente dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com estimativas da mídia israelense, e um jornalista da AFP viu milhares já se reunindo em Tel Aviv no início da noite de sábado.

“Mais israelenses estão acordando”, disse Josh Drill, porta-voz do grupo Umbrella Movement.

“Não vamos viver em uma ditadura. Mesmo que aprovem o golpe judicial, esse protesto não vai a lugar nenhum”, afirmou.

Os planos para entregar mais controle aos políticos e diminuir o papel da Suprema Corte foram questionados pelos principais aliados de Israel, incluindo os EUA.

O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou preocupação com as reformas judiciais propostas, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na quarta-feira.

Netanyahu também enfrentou centenas de manifestantes em Londres quando se encontrou com Rishi Sunak na sexta-feira.

Durante as conversações, o primeiro-ministro britânico “enfatizou a importância de defender os valores democráticos que sustentam nosso relacionamento, inclusive nas reformas judiciais propostas”, disse um porta-voz.

Os legisladores israelenses devem votar uma parte central das propostas do governo na próxima semana, que prevê mudar a forma como os juízes são nomeados.

Netanyahu disse na quinta-feira que a legislação “não assume o controle do tribunal, mas o equilibra e diversifica”.

Uma comissão parlamentar alterou o projeto de lei com o objetivo de torná-lo mais palatável para os oponentes, mas a oposição descartou o apoio a qualquer parte do pacote de reformas até que todas as etapas legislativas sejam interrompidas.

Em resposta, os manifestantes anunciaram uma “semana de paralisia nacional”, incluindo comícios em todo o país, protestos fora das casas dos ministros e na quarta-feira fora do parlamento.

Em seu discurso televisionado na quinta-feira, Netanyahu disse que faria tudo “para acalmar a situação e acabar com a divisão na nação”.

Ele disse que seu governo continua “determinado a corrigir e promover com responsabilidade a reforma democrática que restaurará o equilíbrio adequado entre as autoridades”, avançando com a reforma.

Netanyahu foi criticado um dia depois pelo procurador-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, que disse que sua intervenção pública era “ilegal” devido ao seu julgamento por corrupção em andamento.

O principal funcionário legal citou uma decisão judicial anterior de que um primeiro-ministro indiciado não tem o direito de agir sobre um assunto que poderia colocá-lo em um conflito de interesses.

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