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MADRID — A união perfeita em apoio à Ucrânia, fortalecendo a capacidade europeia para proteger os seus cidadãos e promovendo os valores que a UE representa, entre os principais objetivos da agenda espanhola.
A Ministra da Defesa em exercício, Margarita Robles, compareceu hoje por videoconferência perante a Subcomissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para explicar as prioridades da sua pasta durante a Presidência Espanhola da União Europeia para este segundo semestre.
O ministro indicou que Espanha estabeleceu como objetivos “fortalecer a capacidade europeia para proteger os nossos cidadãos” e “projetar segurança no nosso ambiente, através da promoção dos valores que a UE representa” que devem ser oferecidos no exterior. contribuir para a segurança global.
Para tal, Robles sublinhou que é essencial reforçar a unidade entre todos os seus membros, principal motor da construção europeia, e nesse sentido referiu-se à “grande unidade e determinação que a UE tem demonstrado no apoio à Ucrânia e “ao condenação absoluta do presidente russo Putin.”
Na sua apresentação aos parlamentares europeus, a chefe da pasta explicou que o quadro de referência em que Espanha trabalha é o desenvolvimento da Bússola Estratégica, “um marco sem precedentes no processo de integração europeia em questões de segurança e defesa”, baseado em quatro pilares: agir, proteger, investir e parcerias.
“Reforçar a capacidade e a vontade de agir em conjunto para proteger os nossos interesses e defender os nossos valores”, disse Robles, é o que pretende fazer este documento estratégico, que aborda, entre outras questões, a capacidade da UE de agir autonomamente, manter um Geografia 360 graus “frente às ameaças, evitando focar em uma única região” e fortalecendo a base industrial e tecnológica de defesa.
Capacidade de ação rápida
O ministro afirmou que para melhorar a autonomia europeia está a ser desenvolvida a “Capacidade de Reacção Rápida”, com até 5.000 militares, e para a qual Espanha está a dar um contributo notável. No próximo mês de outubro será realizado em Cádiz o primeiro exercício LIEX da nova capacidade de implantação.
Da mesma forma, indicou que Espanha propõe “o reforço do financiamento comum de operações e missões do ‘Fundo Europeu de Apoio à Paz’, que se revelou uma ferramenta muito útil na ajuda à Ucrânia”, mas que “não devemos esquecer o seu objectivos originais”, entre os quais se destacou a ajuda a África.
“A política comum de Segurança e Defesa deve fazer e faz parte da abordagem integrada da União Europeia aos conflitos e crises, exigindo maior solidariedade e compromisso dos Estados-membros”, afirmou o ministro.
Robles falou também da necessidade “não só de investir mais na Defesa, mas de fazê-la melhor”, garantindo a coerência de todas as iniciativas, até desenvolver uma UE mais forte.
Entre as linhas de ação do mandato espanhol na presidência da UE está a de “garantir o acesso aos espaços comuns globais”, e fez referência às conclusões da II Reunião Ministerial do SATCEN (Centro de Satélites da UE). na sua sede em Torrejón de Ardoz, Madrid, no dia 29 de agosto, para “identificar as capacidades necessárias para reagir melhor e mais rapidamente às crises” no espaço.
A promoção de uma ação conjunta e coordenada no ciberespaço e o combate à desinformação neste quadro cada vez mais relevante é outro dos pontos de trabalho de Espanha na UE.
Robles destacou também a importância que a zona Indo-Pacífico e o Golfo da Guiné têm para a Europa, razão pela qual está a ser promovido o Plano de Acção da nova Estratégia de Segurança Marítima. E referiu-se especificamente à região do Sahel, “uma área de interesse prioritário para a UE, a nova fronteira avançada da união”.
Além disso, o Ministro da Defesa indicou como outra prioridade “avançar na agenda futura da União”, que envolve também o desafio das alterações climáticas no domínio da defesa.
E, em particular, destacou a importância de promover a agenda ‘Mulheres, Paz e Segurança’, sublinhando que “os conflitos mundiais não serão resolvidos sem uma maior participação das mulheres”. Portanto, é crucial que a UE incorpore a perspectiva de género nas suas missões e trabalhe no futuro das raparigas que, juntamente com os rapazes, são as principais vítimas dos conflitos.
Robles recordou a dramática situação no Afeganistão e afirmou “que não podemos olhar para o outro lado face à situação das mulheres e meninas afegãs, que foram privadas de qualquer direito e, sobretudo, de educação”.
Por último, o ministro da Defesa destacou que a ideia de autonomia europeia é fundamental, mas tem de ser “complementar com o papel da NATO”, o que representa um reforço da política comum de segurança e defesa e fortalece a união.
“É essencial que tenhamos em mente o fortalecimento da UE para ajudar também a fortalecer a NATO e que a NATO fortaleça de alguma forma a UE, conseguindo uma distribuição mais equilibrada dos encargos na ligação transatlântica”, disse ela.
-termina-