Protestos em massa no Kazakistão estão se tranformando em possível revolução (Vídeos exclusivos)

No início do ano de 2022, eclodiram manifestações na região produtora de petróleo de Mangystau, no oeste do Kazaquistão. Centenas de pessoas protestam pelo terceiro dia contra o aumento repentino dos preços do gás natural liquefeito (GNL). Os protestos se espalharam para as regiões vizinhas de Atyrau e Kazaquistão Ocidental, bem como para a capital Nur-Sultan.

Alguns manifestantes faziam reivindicações para exigir a deposição do presidente e mudar todo o governo.

O preço por litro de GNL subiu para 120 tenge (28 centavos dos EUA) nos postos de gasolina em Mangystau no início deste ano, em comparação com 50-60 tenge (12-14 centavos) em 2021.

De acordo com o Ministério de Energia do Cazaquistão, desde 1º de janeiro, os preços são formados na bolsa de valores eletrônicos com base na oferta e na demanda.

As estradas que levam à cidade de Zhanaozen foram fechadas pelas autoridades. Em Almaty, a maior cidade do Cazaquistão, a Praça da República foi fechada ao público e o acesso à Internet móvel foi limitado.

A polícia confirmou a detenção de vários manifestantes. De acordo com fontes da oposição, seu número era de pelo menos 200 detidos.

O presidente Kassym-Jomart Tokayev ordenou a criação de uma comissão especial que inclui membros da administração presidencial para estudar a situação.

Em 4 de janeiro, membros da comissão governamental se reuniram com ativistas na cidade cazaque de Aktau. Eles garantiram aos manifestantes que não seriam responsabilizados por participarem do protesto.

“Na reunião, foram anunciadas as decisões tomadas durante as negociações com o grupo de iniciativa da cidade de Aktau, nomeadamente, sobre a redução do custo do gás liquefeito e a fixação do preço em 50 tenge ($ 0,11. – Nota do Editor) por litro na região de Mangystau como parte da responsabilidade social da empresa nacional “Kazmunaygas”, – diz o comunicado.

O Cazaquistão enfrentou uma onda semelhante de protestos há uma década. Em 2011, a cidade de Zhanaozen foi palco de manifestações em massa sobre salários e condições de trabalho e também sobre o presidente. Eles reclamaram a vida de pelo menos 16 manifestantes.

Em 2011, o apoio informativo aos protestos foi prestado através de meios de comunicação e redes sociais geridas a partir do território da Ucrânia e da Turquia. Certamente os protestos de hoje são outra tentativa de espalhar o caos na Ásia Central com a manipulação de governos estrangeiros.

Porém os protestos no Qazaquistão, que eclodiram em 2 de janeiro, se transformaram em confrontos em massa com as forças de segurança. Os manifestantes usam barras de metal e madeira como cassetetes e também explosivos de fabricação doméstica de pequeno porte. Os tumultos que começaram no sul e oeste do país estão se espalhando por outras cidades. O estado de emergência foi instaurado em Nur-Sultan, Alma-Ata, região de Mangistau.

Em 5 de janeiro, foi denunciado que muitos manifestantes estavam fazendo uso de armas de fogo contra as forças de ordem e contra civis, assim como gritos de ‘Allahu Akbar’ são ouvidos na multidão para incitar as ações mais violêntas.

De acordo com os dados mais recentes, mais de 200 policiais e mais de 100 civis já ficaram feridos. Somente em Alma-Ata, a maior cidade do Qazaquistão, 190 pessoas foram a instituições de saúde, 150 delas foram transportadas em ambulância. Há pelo menos 7 vítimas em estado crítico nas unidades de terapia intensiva, 4 delas são policiais.

“Mais de 500 civis foram espancados, incluindo 130 mulheres e idosos. Como resultado de suas ações ilegais, mais de 120 veículos foram queimados, incluindo 33 carros de polícia, equipes de ambulâncias e caminhões de bombeiros ”, disse o chefe do departamento de polícia de Alma-Ata.

De acordo com os dados recebidos, o gabinete do prefeito de Almaty foi capturado e incendiado. O prédio da procuradoria regional da cidade também está em chamas.

Em Alma-Ata, pogroms começaram em meio aos protestos. Cerca de 400 instalações comerciais diversas foram saqueados e destruídos pelos grupos de vândalos e criminosos.

Imagem via Google.

Aparentemente, a polícia está proibida de usar a força. Os manifestantes são bem coordenados e equipados. Vídeos compartilhados online mostram que câmeras de vigilância de rua estão sendo destruídas propositalmente. Dezenas de carros, incluindo caminhões militares, foram queimados. Em Alma-Ata, os manifestantes apreenderam equipamentos especiais da polícia, incluindo caminhões militares. Aparentemente, algumas das forças de segurança se juntaram aos manifestantes.

Abaixo algumas das imagens dos confrontos que estão circulando nas redes sociais e por aplicativos de mensagens:

  • Com informações STFH Analysis & Intelligence, Assem Zhapisheva, Tonton7, Aingul Pavel, e redes sociais, via redação Orbis Defense Europe/Paris.
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