O presidente russo, Vladimir Putin, disse a líderes estrangeiros que Moscou provavelmente reconhecerá oficialmente a soberania das Repúblicas Populares de Donetsk (DPR) e Lugansk (LPR) no leste da Ucrânia, devastado pela guerra. Moscou declarará as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk como estados soberanos, confirmaram autoridades diplomáticas russas.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira, o Kremlin revelou que Putin notificou o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz que pretende assinar um decreto reconhecendo as duas regiões separatistas do Donbass “no futuro próximo”.
O anúncio segue os pedidos de segunda-feira de Denis Pushilin e Leonid Pasechnik, os líderes do DPR e LPR, e uma reunião televisionada do Conselho de Segurança da Rússia.
As duas repúblicas se separaram do controle de Kiev em 2014, após os eventos do Maidan, quando violentos protestos de rua derrubaram o governo democraticamente eleito na Ucrânia. Isso levou à guerra de Donbass, que foi formalmente encerrada em setembro de 2014 pelo Protocolo de Minsk, mas ferveu desde então em um estado semi-congelado.
De acordo com o acordo assinado em Minsk e um segundo texto de acompanhamento em 2015, a Ucrânia foi obrigada a descentralizar seu governo e dar um status especial a Donetsk e Lugansk. Para grande frustração de Moscou, Kiev não conseguiu implementar essa parte do acordo.
A decisão do presidente russo de declarar a independência da DPR e da LPR ocorre em um momento em que as tensões permanecem altas na fronteira com a Ucrânia. A Rússia é acusada de colocar mais de 100.000 soldados na fronteira, com algumas autoridades ocidentais alegando que planeja invadir seu vizinho ocidental. O Kremlin refutou repetidamente essas sugestões.
Na semana passada, legisladores da Duma russa apoiaram uma moção pedindo ao Kremlin que reconheça a soberania do DPR e do LPR. A proposta, apresentada pelo Partido Comunista, foi apoiada por 351 parlamentares, com apenas 16 parlamentares se opondo à medida.
- Com informações France 24, Reuters, TASS, RT France, France Inter, via redação Orbis Defense Europe/Genebra/Paris.
