“Responderemos de forma decisiva!”, Biden ameaça Putin em telefonema

Durante telefone, Biden ameaça Putin com “resposta decisiva” se a Rússia invadir a Ucrânia.

Na quarta-feira, 29 de dezembro, a mídia ocidental havia divulgado que o presidente americano, Joe Biden, ofereceria ao homólogo russo, Vladimir Putin, “uma via diplomática” para tentar resolver a tensão sobre o Leste Europeu, especificamente a Ucrânia, tal questão seria debatia via conversa criptografada por telefone que os dois teriam nessa quinta-feira, 30 de dezembro, a partir de comunicado oficial da própria Casa Branca.

O contexto anunciado soou como uma alternativa na mesa diplomática ao centro de ambos os protagonistas, tendo o time americano favorito na casa de aposta e o único a definir o ritmo e o destino dos povos euroasiático no extremo leste.

Enquanto o governo americano se gaba da riqueza e da fartura alimentar do Natal e das festividades do ano novo, tentam definir as regras do tabuleiro que envolvem as questões étnicas, territoriais e energéticas entre Rússia, Ucrânia e Europa, à medida que os EUA impõe, por meio da OTAN, o fortalecimento da defesa ucraniana com equipamentos bélicos e incentivos diplomáticos no cenário internacional, enquanto o povo no Leste europeu permanece à mercê de um possível conflito sem precedente que pode se tornar global.

Como já analisado aqui no Área Militar, as estratégias da Ucrânia é ceder a todo custo aos mandamentos da OTAN para se tornar submissa e ao mesmo tempo “protegida” pelo artigo 5º sobre defesa mútua entre os membros, para isso buscou fortalecer sua base bélica nos últimos meses e provocou uma narrativa grave contra a Rússia que, na figura de Vladimir Putin, solicitou soluções em segurança imediatas na OTAN, que o ignorou.

O presidente Vladimir Putin ameaçou uma resposta militar para conter a expansão da OTAN em direção às fronteiras da Rússia, mas disse que esperava uma solução diplomática para as tensões crescentes, já que os EUA disseram estar prontos para discutir suas demandas de segurança, que poderiam então ser debatidas na reunião telefônica entre as partes.

Acredita-se que Putin tenha enviado 265.500 tropas de blindados, infantaria, artilharia, forças especiais da unidade spetsnaz, defesa aérea, especialistas em guerra eletrônica, motoristas, engenheiros, logística, tropas médicas e outras especialidades russas prontas para qualquer ação. Após isso, há a Força Aérea, a Marinha, a Guarda Nacional e os paramilitares de etnia chechenas.

Tentando evitar possível invasão russa, Biden propôs uma conversa franca por telefone com Putin, o que de fato ocorreu nessa quinta-feira, mas as coisas não saíram tão bem quanto ao interesse do presidente americano.

O telefonema entre os chefes de Estado aconteceu duas semanas antes das negociações entre os dois países, marcadas para 10 de janeiro, sobre os tratados de controle de armas nucleares e a situação na fronteira russo-ucraniana, em que o Ocidente acusa Moscou de concentrar tropas para um possível ataque.

Joe Biden e Vladimir Putin trocaram advertências por telefone sobre a crise na Ucrânia durante 50 minutos preciosos, mas insuficientes para baixar a temperatura política entre as partes.

A Rússia alarmou os EUA e seus aliados ao reunir dezenas de milhares de soldados perto de sua fronteira com a Ucrânia nos últimos dois meses. Isso se fortaleceu em exercícios regulares de Putin, principalmente após a tomada da península da Crimeia na Ucrânia em 2014 e seu apoio aos separatistas no Leste da Ucrânia.

Para as narrativas do ocidente, são deposições militares com o intuito de invadir a vizinha já fragilizada, do lado russo a narrativa se dá por exercícios militares objetivando adestrar tropas diante da crescente presença da OTAN e de militares ucranianos na região de Donbass.

As conversas de quinta-feira, solicitadas por Putin, foram a segunda conversa dos líderes neste mês, mas, segundo a Casa Branca, consistiu em ambos os homens reafirmarem suas posições, incluindo o alerta de Biden das graves consequências se Putin decidir invadir, uma ameaça evidente.

De acordo com o secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, “o presidente Biden exortou a Rússia a diminuir as tensões com a Ucrânia, e deixou claro que os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma decisiva se a Rússia invadir ainda mais a Ucrânia”.

Em uma teleconferência com repórteres, um alto funcionário do governo acrescentou que Biden havia traçado “dois caminhos”: um de diplomacia e deescalonamento, o outro nada amistoso que se referia uma dissuasão “incluindo sérios custos e consequências”, como sanções econômicas, fortalecimento da postura de força da OTAN e assistência militar mais robusta à Ucrânia.

O Kremlin, por sua vez, insistiu que Putin havia usado o apelo para fazer sua própria ameaça, dizendo a Biden que novas sanções poderiam romper totalmente os laços entre a Rússia e os EUA e representar um erro colossal.

De acordo com o conselheiro de política externa de Putin, Yuri Ushakov, o presidente Putin respondeu imediatamente às ameaças que se o Ocidente decidir nesta ou em outras circunstâncias impor tais sanções sem precedentes que foram mencionadas, isso poderia levar a um colapso completo nos laços entre os dois países e causar os mais graves danos às relações entre a Rússia e o Ocidente da história.

Em outras circunstâncias, Biden não ofereceu melhores possibilidades de atenuar a crise impondo um freio aos planos da Ucrânia em expandir sua área rumo a Donbass e fortalecer seu arsenal bélico como ameaça à Rússia, e Putin também não agradou os mais esperançosos, pois não ofereceu clareza sobre se planeja invadir ou não a Ucrânia.

Para o Área Militar, o que importa neste momento está longe de ser as promessas, sorrisos ou encontros amistosos, mas sim nas ações e atitudes de ambas as partes que estão além de qualquer demonstração de pacificação e retardamento de planos bélicos.

Com informações Felipe Moretti, via Redação Área Militar

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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