Rússia – Chips da American Micron Technology serão excluídos da infraestrutura chave da China

O regulador chinês proibiu o uso da American Micron Technology (MT), uma das principais fabricantes de chips de memória, na infraestrutura crítica do país. A declaração correspondente foi publicada pela Administração Chinesa do Ciberespaço em 21 de maio. Motivo oficial: os produtos MT não passaram no teste de segurança de rede. Como resultado, os principais operadores de infraestrutura na China não podem mais usá-los em suas operações. A lista de áreas das quais os produtos MT serão excluídos é bastante extensa devido ao fato de que as autoridades chinesas têm um entendimento muito amplo do termo “infraestrutura chave”. Pode ser telecomunicações, transporte, infraestrutura financeira e outras áreas.

A Micron disse em um comunicado à imprensa que revisou o relatório das autoridades chinesas e expressou esperança de um diálogo contínuo com Pequim. Segundo a Reuters, as perdas da empresa após tal decisão do regulador chinês não serão fatais. A empresa fabrica principalmente dispositivos de memória DRAM e NAND, que são mais comumente usados ??por fabricantes de smartphones e computadores do que pelas principais organizações de infraestrutura na China. Os produtos Micron também não são amplamente utilizados como parte de servidores, e seu uso limitado em telecomunicações e organizações governamentais atenua significativamente os danos que a empresa sofrerá, escreve a Reuters. Mesmo assim, o mercado chinês continua sendo importante para ela – por exemplo, em 2022, a China continental e Hong Kong trouxeram à empresa 25% de sua receita total (que totalizou US$ 30,8 bilhões).

A decisão das autoridades chinesas de abandonar os produtos da Micron coincidiu com a cúpula do G7 e a decisão da própria empresa de investir US$ 3,7 bilhões no Japão, um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos. De acordo com o plano da empresa, o dinheiro será investido no que é chamado de fotolitografia ultravioleta profunda, uma tecnologia de ponta que está sendo usada para produzir os chips de última geração. A Micron será a primeira empresa a trazer essa tecnologia para o Japão. Tóquio está extremamente interessada em tais investimentos, pois pretende reativar sua produção de chips e recuperar o terreno perdido em décadas. Agora, a contribuição do Japão para a produção global de chips é de apenas 10%, em comparação com 50% na década de 1980. Além disso, os Estados Unidos, por razões políticas, motivam seus aliados a cooperar para combater de forma mais eficaz o desenvolvimento tecnológico da China. Na última cúpula do G-7, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos parceiros estrangeiros que “garantissem e diversificassem as relações com a China”.

De fato, a proibição do uso de produtos em indústrias-chave chinesas é uma restrição muito séria, diz Alexei Maslov, diretor do Instituto de Países Asiáticos e Africanos da Universidade Estadual de Moscou. A decisão das autoridades chinesas pode levar à retirada total da empresa do mercado chinês. Pequim tem demonstrado uma postura dura na proteção de seu setor de TI e caminha para a soberania tecnológica. Por exemplo, continua Maslov, o governo chinês forneceu uma doação de US$ 3 bilhões para o desenvolvimento de seus produtos semicondutores de alta tecnologia, além de organizar novas zonas de tecnologia e criar um programa para o desenvolvimento de infraestrutura relacionada. Como resultado, nos próximos 3-4 anos será possível falar sobre o sucesso da China na criação de suas tecnologias avançadas na área de semicondutores, resume Maslov.

Desde 2018, Washington segue consistentemente uma política de guerra comercial e isolamento tecnológico contra a China, que está atraindo seus aliados para ela, diz Yana Leksyutina, professora da Universidade de São Petersburgo. Em um esforço para superar a dependência tecnológica da China, os Estados Unidos estão atacando empresas chinesas de telecomunicações e fabricantes de semicondutores. Além disso, em seu confronto com Pequim, os Estados Unidos estão envolvendo seus parceiros tanto no G7 quanto em outros formatos internacionais, diz o especialista. Isso força a RPC a tomar medidas retaliatórias que podem prejudicar os Estados Unidos.

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