O líder da junta militar de Mianmar e um alto funcionário de segurança da Rússia comprometeu-se nesta segunda-feira, 21 de junho, a melhorar os laços entre os dois países, disse o Conselho de Segurança da Rússia em um comunicado.
Mianmar está em crise desde que os militares derrubaram a líder civil Aung San Suu Kyi e seu governo da Liga Nacional para a Democracia em fevereiro.
O líder da Junta, Min Aung Hlaing, viajou a Moscou para uma conferência internacional de segurança de três dias que começa nesta terça-feira, 22 de junho, e reúne autoridades de defesa de todo o mundo.
O Conselho de Segurança da Rússia disse que seu chefe Nikolai Patrushev se reuniu com Min Aung Hlaing e discutiu a “luta contra o terrorismo, questões relacionadas à segurança regional” e interferência estrangeira em Mianmar.
As autoridades “reafirmaram seu desejo de fortalecer ainda mais a cooperação bilateral” entre a Rússia e Mianmar, acrescentou.
Esta é a segunda viagem conhecida de Min Aung Hlaing ao exterior desde que ele assumiu o poder.
A televisão estatal de Mianmar informou no domingo que o chefe da junta militar estava participando da conferência na Rússia, um aliado e importante fornecedor de armas aos militares de Mianmar.
A repressão brutal da junta contra os dissidentes já matou pelo menos 870 civis desde o golpe de fevereiro, de acordo com um grupo de monitoramento local.
A visita de Min Aung Hlaing ocorre depois que a Assembleia Geral da ONU deu a rara iniciativa na sexta-feira de pedir aos Estados membros que “evitem o fluxo de armas” para Mianmar.
A resolução – que não chegou a exigir um embargo global de armas da ONU- também exige que os militares “parem imediatamente com toda a violência diante de manifestantes pacíficos”.
A Resolução da ONU foi aprovada por 119 países, com 36 abstenções, incluindo China, principal aliado de Mianmar, e Rússia. Apenas um país, a Bielorrússia, votou contra.
Em abril, Moscou disse que se opõe a sanções contra a junta em Mianmar, alertando que medidas punitivas podem desencadear um conflito civil em grande escala no país.
Enquanto o Kremlin disse estar “preocupado” com as baixas civis nos protestos em Mianmar, a Rússia procurou desenvolver laços com a junta.
Em março, um vice-ministro da Defesa da Rússia participou de um desfile anual mostrando as proezas militares de Mianmar, incluindo jatos, blindados e helicópteros de fabricação russa.
The Moscow Times via Redação Área Militar