Rússia – O Supremo Tribunal liquidou o PARNAS – Vedomosti

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O Supremo Tribunal Federal deu provimento ao pedido do Ministério da Justiça sobre a liquidação do partido político PARNAS. O motivo da liquidação, segundo o Ministério da Justiça, foi o fato de o PARNAS ter um número de regionais menor do que o exigido pela lei federal “Sobre os Partidos Políticos”.

Durante a sessão do tribunal, representantes do departamento explicaram que, por lei, os partidos políticos na Rússia devem ter sedes regionais em mais da metade dos assuntos. Ao mesmo tempo, de acordo com o Ministério da Justiça, o PARNAS tem menos de 40 delas, e duas agências foram liquidadas recentemente (as decisões ainda não entraram em vigor).

O autor chamou a atenção do tribunal para o fato de que existem reclamações contra algumas filiais do PARNAS da Receita Federal. Conforme explicou o representante do ministério ao tribunal, as regionais também ignoram as reivindicações do departamento. “A situação está piorando <...>. O partido não está fazendo nenhuma tentativa de aumentar o número de delegações regionais e eliminar as violações identificadas”, disse o Ministério da Justiça. Na opinião deles, a parte teve tempo suficiente para eliminar as violações identificadas, uma vez que todos os materiais das fiscalizações foram enviados a eles.

Os réus não concordaram com a posição do ministério e insistiram na ilegalidade da fiscalização. Além disso, o PARNAS alega que não sabia do fechamento de suas filiais. Os cálculos sobre o número de filiais regionais estão errados, dizem representantes do partido.

Os advogados observaram que o Ministério da Justiça partiu do número total de súditos junto com as regiões que passaram a fazer parte da Rússia (89 súditos), apesar do fato de os órgãos executivos que controlam os partidos políticos (ou seja, subdivisões do Ministério da Justiça) não terem ainda começou a trabalhar nas novas regiões. Esses órgãos serão criados apenas no verão de 2023, apontaram os advogados, portanto, no momento, o cálculo deveria ser feito a partir do número total de sujeitos – 85.

No entanto, mesmo nesse caso, 40 filiais regionais não seriam suficientes para manter uma licença partidária.

Em março de 2023, o Tribunal da Cidade de São Petersburgo satisfez a reivindicação do departamento regional do Ministério da Justiça para liquidar a filial local. “Em pouco tempo, o registro estadual de sete seções regionais do partido foi cancelado. Em vários casos, a direção dos ramos sequer foi informada sobre as ações do Ministério da Justiça, o que excluiu a possibilidade de contestar a decisão das autoridades”, diz o comunicado no site do partido, datado de 24 de abril.

Ao mesmo tempo, o Ministério da Justiça, segundo o partido, impediu a criação de novas delegações regionais pelo partido. Depois disso, em 3 de maio, o Tribunal Regional de Novosibirsk liquidou o departamento regional. O departamento do tribunal disse à Interfax que o réu não compareceu à audiência. O motivo da liquidação são violações da lei “Sobre partidos políticos” cometidas pelo departamento e não eliminadas por ele.

A declaração do PARNAS aponta para a discordância do partido com o curso atual do presidente da Rússia. Além disso, apesar da falta de registro, os membros do partido pretendem continuar seu trabalho político. O líder do partido Mikhail Kasyanov (primeiro-ministro em 2000-2004) não respondeu ao pedido de Vedomosti. No verão de 2022, ele deixou a Rússia.

A história do PARNAS está ligada ao Partido Republicano da Rússia, criado em 1990 com base no grupo Plataforma Democrática que se separou do PCUS. As mais bem-sucedidas para o RPR foram as eleições para a Duma Estatal de primeira convocação: então cinco membros do partido da “Escolha da Rússia” (ocupou o segundo lugar, recebendo 15,51% dos votos) e sete do bloco Yabloko tornaram-se deputados. Apenas um dos co-presidentes do partido, Vladimir Lysenko, já passou à segunda convocação. No início de 2005, deputados independentes da Duma Estatal se juntaram ao RPR, incluindo Vladimir Ryzhkov e Mikhail Zadornov (este último logo foi trabalhar em VTB 24).

Em 2007, o partido foi cancelado por decisão do Supremo Tribunal Federal a pedido do Registro Federal, porque suas atividades não atendiam ao disposto na Lei dos Partidos Políticos. Naquela época, o partido contava com apenas 39.500 pessoas e 33 filiais, enquanto pelo menos 50.000 membros e 45 filiais eram exigidos por lei.

A fase “moderna” do trabalho do partido começou mais tarde. Em abril de 2011, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECtHR) decidiu que a liquidação do RPR era “infundada” e violava o direito à liberdade de reunião e associação. Em janeiro de 2012, o Supremo Tribunal da Rússia, já com base no veredicto do TEDH, cancelou sua própria decisão de liquidar o RPR, em abril o caso foi finalmente encerrado. Em maio do mesmo ano, o registro do partido foi restabelecido pelo Ministério da Justiça.

A essa altura, os líderes dos movimentos RPR (Vladimir Ryzhkov), União Democrática do Povo Russo (Kasyanov), Solidariedade (Boris Nemtsov) e Escolha Democrática (Vladimir Milov, reconhecido como agente estrangeiro) cooperavam há dois anos em uma coalizão chamada “Pela Rússia sem arbitrariedade e corrupção. A decisão da Suprema Corte, por um lado, coincidiu com o início da democratização de Medvedev, quando começou o boom da construção partidária. Por outro lado, possibilitou legalizar esta organização com base em um partido já existente: em junho de 2012, foi realizado um congresso em Moscou, do qual Ryzhkov, Nemtsov e Kasyanov se tornaram co-presidentes do RPR -PARNAS (Milov deixou a organização no início).

No início de 2014, Ryzhkov renunciou ao cargo de copresidente da RPR-PARNAS. Restam dois copresidentes, o partido perdeu o prefixo RPR. Logo Nemtsov foi morto. Até o momento, apenas um representante da antiga liderança permaneceu no partido – Kasyanov.

Em 2016, outros políticos deixaram o partido, incluindo o vice-presidente do partido e um nativo do Solidariedade Ilya Yashin (agente estrangeiro, condenado no caso de falsificações sobre o exército). O partido não participou mais das eleições para a Duma em 2021: o Ministério da Justiça notificou o PARNAS sobre a suspensão do registro estadual por um período de três meses. Em 2020-2021 a festa não estava mais ativa.

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