O Ártico contém uma grande riqueza de recursos petrolíferos e minerais. Atualmente, a região produz cerca de um décimo do petróleo mundial e um quarto do gás natural, só a porção russa possui cerca de 80% desse petróleo e de praticamente todo o gás natural, já as porções canadense, americana e norueguesa são os outros setores que gozam de moderados recursos e exploração.

De acordo com a Arctic, avaliações recentes sugerem que uma fração considerável das reservas de petróleo não descobertas do mundo se encontra no Ártico, e isso demonstra muitas tensões por parte das grandes potências que ali dividem seus terrenos, como EUA e Rússia.
A extração comercial de petróleo começou na década de 1920 nos Territórios do Noroeste do Canadá. Durante a década de 1960, extensos campos de hidrocarbonetos foram descobertos na região de Yamalo-Nenets na Rússia, na encosta norte da cordilheira Brooks no Alasca e no Delta do Mackenzie no Canadá.

Durante as últimas décadas, os territórios árticos da Rússia, Alasca, Noruega e Canadá produziram bilhões de metros cúbicos de petróleo e gás.
No entanto, mais de 400 campos de petróleo e gás em terra foram descobertos ao norte do Círculo Polar Ártico, cerca de dois terços dos campos de produção estão localizados na Rússia, principalmente no oeste da Sibéria.
A principal área de petróleo e gás na Rússia e uma das maiores regiões de petróleo do mundo é a Região Autônoma de Khanty-Mansiysk (KMAR), onde incríveis 57% do petróleo russo é extraído, cuja reserva local combinada é de cerca de 20 bilhões de toneladas.
Além disso, 11 campos de combustível fóssil offshore foram descobertos no Mar de Barents, incluindo 4 campos de petróleo, 3 campos de gás, 3 condensados de gás e 1 condensado de óleo e gás, sendo o maior deles, o de Shtokman, contém 4.000 bilhões de metros cúbicos de gás, assim, os maiores campos de gás estão na área costeira do Alasca, nos EUA, e da Sibéria, na Rússia.

Os destaques minerais na região levantam muitas observações por parte de nações que buscam expandir sua economia, e mais ainda, seu território, como China e EUA.

Com a oportunidade de novas rotas de navegação e possibilidade de acesso mais fáceis aos recursos minerais por conta do desgelo na região decorrente do ciclo natural da terra, a Rússia tem procurado afirmar sua influência sobre amplas áreas do Ártico.
Durante a Guerra Fria, a base aérea russa de Nagurskoye era pouco mais do que uma pista, uma estação meteorológica e um posto avançado de comunicações no arquipélago Franz Josef Land, a apenas 257 quilômetros a leste da parte mais oriental do arquipélago Svalbard da Noruega, território da OTAN.

Neste momento, a base militar no extremo norte da Rússia está repleta de mísseis e radares e sua pista estendida pode lidar com todos os tipos de aeronaves, incluindo bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear, projetando o poder e a influência de Moscou no Ártico em meio à intensificação da competição internacional pelos vastos recursos da região.
A instalação em forma de trevo está disposta em três grandes casulos que se estendem de um átrio central chamado de “Trevo Ártico” e é pintado em branco-vermelho e azul da bandeira nacional.
Outros edifícios na ilha, que se chama Alexandra Land, são usados para radar e comunicações, uma estação meteorológica, armazenamento de petróleo, hangares e instalações de construção.

Os americanos parecem estar preocupados com o avanço e intenso exercício militar russo pelo Ártico, e segundo o secretário de estado americano, Antony Blinken, a permanência destas atividades no polo norte “aumenta os perigos de acidentes e erros de cálculo e prejudica o objetivo comum de um futuro pacífico e sustentável para a região. Portanto, temos que estar vigilantes sobre isso”.

A declaração da autoridade máxima da Administração Biden revela a real intensão do governo americano, não aceitar qualquer manobra militar, posicionamento e investimento de outras nações, a não ser àquelas que lhe garantem divisão de recursos e ofertas mínimas de Royalties e Commodities, sempre pautados pelo interesse próprio.
Os americanos junto com a OTAN já responderam aos movimentos marítimos, aéreos e terrestres da Rússia no Ártico enviando bombardeiros B-1 Lancer à Noruega, bem como promovem um dos maiores exercícios de intervenção e recuperação da Europa em hipotética guerra, o Defender Europe 2021.
A Base de Nagurskoye sofreu grandes investimentos ao longo dos últimos três anos, além de expandir a capacidade de emprego aéreo da Frota do Norte sob comando de Severomorsk, abriga um grupo tático dedicado que opera vigilância eletrônica, meios de defesa aérea e uma bateria de sistemas de mísseis anti-navios Bastion que atinge alvos a 320 km.
A principal pista foi estendida para 3.500 metros a fim de acomodar todos os tipos de aeronaves, incluindo bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear Tu-95 “Bear”, a classe de elite de Putin.

Entretanto, cereja do bolo veio com a segurança e disposição em pousar e decolar o maior cargueiro militar de quatro motores Ilyushin Il-76, uma prova estrutural, tecnológica, secreta e estratégica do crescente poder bélico de Moscou.
Com informações complementares Artic.ru, CNN, BBC, AP, Reuters, TASS, TMT, NYT, Felipe Moretti