Uma soldado russa grávida foi condenada a seis anos de prisão por deserção num caso que abriu um precedente, avança o jornal Kommersant relatado Segunda-feira.
O cabo Madina Kabaloyeva foi considerado culpado de não se apresentar ao serviço durante a mobilização “parcial” da Rússia, que começou em setembro de 2022, um crime de guerra punível com até 10 anos na cadeia.
O Tribunal Militar da Guarnição de Vladikavkaz, no sul da Rússia, condenou Kabaloyeva a seis anos em uma colônia de prisão de segurança geral, de acordo com o Kommersant.
O advogado de Kabaloyeva apelou da decisão, mas um conselho judicial do Tribunal Militar do Distrito Sul manteve a decisão inicial.
Kabaloyeva argumentou em tribunal que a companhia médica da sua unidade recomendou que ela abandonasse temporariamente o serviço durante a gravidez e estava confiante de que os médicos transmitiriam a recomendação ao seu comando.
Os procuradores militares argumentaram que, porque ela continuava a receber subsídios e benefícios militares, Kabaloyeva ainda estava tecnicamente a servir e, portanto, tinha de ser responsabilizada como desertora.
O tribunal concedeu uma suspensão temporária da pena de prisão de Kabaloyeva até 2032, quando o seu primeiro filho, que tem agora cinco anos, completa 14 anos.
Kommersant observa que Kabaloyeva é a primeira mulher soldado da Rússia a ser condenada por deserção desde a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro de 2022.