Desde o início da crise na Ucrânia em 2014, a Europa recebeu raros refugiados da região, fossem de origem russa ou ucraniana. A princípio estes povos possuem pouca ou nenhuma intenção de deixar suas terras natais mesmo com todos os perigos da guerra, e outra, pelas políticas de recepçao de migrantes ilegais e/ou autodenominados refugiados que são oriundos da Africa e Oriente Médio, que tem todas as preferências dos governos de orientação neoliberal/progressita.
Porém agora que a crise pode se transformar em um conflito de grandes proporções, milhares de civis já abandonam suas regiões preventivamente e pelas informações que chegam ao ocidente via testemunhos em redes sociais, a própria Ucrania não possui uma organização interna para remover e realojar suas populações das regiões em risco de conflito maior caso a crise se agrave e evolua para uma guerra aberta.
Na sexta-feira, 18 de fevereiro, a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson (Swedish Social Democratic Youth League ) explicou que, no caso de uma invasão russa da Ucrânia, a Suécia “não tem planos para receber refugiados ucranianos”. Ela é a primeira líder européia a tocar publicamente no assunto, já se antecipando em “uma quase certa negativa” da União Européia em receber refugiados ucranianos ou russos da região em conflito, já que a EU pouco fez pelos ucranianos desde 2014.
“Outros países podem assumir a responsabilidade pelos refugiados ucranianos” declarou a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson (Swedish Social Democratic Youth League ).
Sua declaração veio logo após relatos de que, de acordo com o Christian Science Monitor e outras ONGs de apoio à refugiados, os países da Europa Oriental estão se preparando para potencialmente centenas de milhares de pessoas fugirem da Ucrânia se a crise com a Rússia aumentar, com algumas cidades polonesas já listando vagas disponíveis e a Romênia considerando campos de refugiados.
Ao contrário da grande onda de refugiados que chegou à Europa em 2015, explica o primeiro-ministro sueco , desta vez outros países teriam que assumir uma responsabilidade maior. Depois de discutir a possibilidade de uma onda de refugiados ucranianos, Andersson pareceu favorecer uma política em que a União Européia imponha cotas de refugiados aos Estados membros.
A Suécia tem uma história recente de imigração de refugiados significativa. Nos últimos três anos, o país acolheu 410 mil refugiados , incluindo familiares. Em 2016, no auge da onda de requerentes de asilo da década de 2010, a Suécia aceitou 710.571 indivíduos sob a definição de refugiado da Convenção de Genebra.
A recusa do governo sueco em aceitar refugiados ucranianos seria uma reviravolta da última guerra em solo europeu. Em 1991-93, os primeiros três anos das guerras iugoslavas da década de 1990, a Suécia recebeu aproximadamente 111.000 requerentes de asilo dos Balcãs. Eles representaram 73% de todos os refugiados que a Suécia recebeu durante esse período.
A primeira-ministra Andersson foi criticada por sua aparente hostilidade aos refugiados ucranianos em detrimento de refugiados da Africa e Oriente Médio. Em uma declaração no Twitter , Jan Ericson, membro do Parlamento sueco pelo partido moderado de centro-direita, expressou preferência por requerentes de asilo da Europa em vez de “pessoas do outro lado do planeta” com diferenças culturais significativas e inclinação evidente ao radicalismo islâmico, crime organizado e até mesmo terrorismo.
A primeira-ministra sueca Magdalena Andersson no passado foi uma ardorosa defensora da imigração em massa de povos não caucasianos para países da comunidade européia, defendendo as idéias neoliberais e progressistas que a Europa precisa de diversidade e miscigenação para a evolução social e econômica devido ao envelhecimento da população e baixa taxa de natalidade dos nativos europeus.
Vale lembrar que hoje a Suécia é o país europeu com a maior taxa de crimes de estupro, com índices de mais de 90% dos atos cometidos por imigrantes ilegais e exilados oriundos da Africa e Oriente Médio, enquanto o envolvimento de imigrantes do leste europeu é raro.
Självklart kan det inte tillåtas bli som 2015. Men rent känslomässigt tar jag hellre emot flyktingar från Europa och vårt närområde än folk från andra sidan jordklotet med helt annan kultur. Kiev ligger faktiskt inte mycket längre från Göteborg än vad Kiruna gör. pic.twitter.com/EV6p8wUT32
— Jan Ericson (@Ericson_ubbhult) February 19, 2022
Até o momento os únicos países que se prontificaram publicamente a receber refugiados ucranianos são a Polônia, Hungria e Romênia
Inacreditavelmente, a aparente vilã da história que é a Rússia, foi a primeira a organizar e receber refugiados do Dombass antes mesmo do começo dos conflitos.
A Polônia, que abriga entre 1 milhão e 2 milhões de ucranianos, que em sua maioria vieram ao país para trabalhar e estudar, disse nesta segunda-feira que está se preparando para o pior cenário. O vice-ministro das Relações Exteriores, Marcin Przydacz, disse à emissora católica Radio Plus que estava “se preparando para grandes números para estar melhor preparado” e que farão os melhores esforços possíveis para ajudar.
A Romênia, que também compartilha uma longa fronteira com a Ucrânia, finalizou um plano de ação no domingo, disse o ministro do Interior, Lucian Bode, à emissora de televisão privada B1.
“Sabemos que a Polônia está se preparando para receber 1 milhão de migrantes. A Romênia está pronta para receber centenas de milhares de refugiados em um influxo descontrolado?”, disse ele.
“Levamos várias hipóteses em consideração. … Estamos atualmente analisando quantos campos de refugiados podemos instalar em um tempo relativamente curto, 10, 12, 24 horas. Estamos a analisar as capacidades de alojamento existentes nos concelhos fronteiriços mas também estamos a discutir a segunda fase, com os concelhos vizinhos, e a terceira fase em todo o país.”
O ministro da Defesa da Eslováquia disse que pode haver dezenas de milhares de refugiados mesmo sob um conflito limitado. O ministro do Interior, Robert Mikulec, disse que o governo está se preparando para vários cenários com suas forças armadas e está em contato próximo com as autoridades da Ucrânia.
A Hungria, que tem mais de 150.000 húngaros étnicos vivendo na Ucrânia e dezenas de milhares de trabalhadores imigrantes da Ucrânia, também está se preparando.
“Também temos uma cartilha e um plano de ação em caso de guerra”, disse o primeiro-ministro Viktor Orban no sábado, enfatizando que “os interesses da Hungria são claros: em primeiro lugar, a guerra deve ser evitada”.
O Sr. Orban sinalizou a possibilidade de centenas de milhares de refugiados chegarem em caso de guerra.
“Pense na década de 1990, quando dezenas de milhares de pessoas chegaram dos antigos territórios iugoslavos. Isso também não foi fácil – mas muitos mais viriam da Ucrânia, provavelmente sem esperança de retorno”, disse ele.
- Com textos resumidos das matérias de Luiza Ilie em Bucareste, Romênia; Alan Charlish e Pawel Florkiewicz em Varsóvia, Polônia; Jan Lopatka em Praga, República Tcheca; Andrea Sytas em Vilnius, Lituânia; Maria Kiselyova em Moscou; Andreas Rinke e Sarah Marsh em Berlim; e Stephen Coates para a matéria original do CS Monitor.com via redação Orbis Defense Europe/Genebra/Paris/Berlim.
- Link de referência:
- https://www.csmonitor.com/World/Europe/2022/0214/As-Ukraine-crisis-looms-Europe-prepares-for-another-refugee-wave
- https://www.dn.se/varlden/magdalena-andersson-andra-lander-far-ta-ansvar-for-ukrainska-flyktingar/