Após um militar sofrer perseguição do Brasil, Israel emite nova ordem militar aos seus soldados

As Forças Armadas de Israel anunciaram novas regras de engajamento com a mídia para seus membros depois que um tribunal brasileiro ordenou uma investigação sobre alegações de crimes de guerra contra um soldado em visita ao país.

As diretrizes, anunciadas na quarta-feira, 8 de janeiro, exigem que os nomes e rostos da maioria de seus soldados, tanto da ativa quanto da reserva, sejam ocultados.

A decisão foi tomada depois que um ex-soldado israelense fugiu do Brasil na semana passada, depois que um tribunal do país sul-americano ordenou uma investigação sobre alegações de uma ONG pró-Palestina de que o soldado estaria envolvido em crimes de guerra em Gaza.

O soldado chegou de volta a Israel na quarta-feira. O canal israelense publicou uma entrevista em áudio com ele na qual ele disse que foi acusado de assassinar “milhares de crianças” em um documento de 500 páginas que continha uma foto dele uniformizado.

Quem está por trás da ONG? Qual a sua relação com o terrorismo?

No entanto, a Fundação Hind Rajab sediada na Bélgica, é uma das organizações antissemitas que recentemente atacou soldados de Israel com campanhas em massa e de divulgação de dados pessoais, baseando suas alegações em imagens publicadas pelos soldados em suas contas de mídia social. Quem está por trás desta fundação? E quais as suas ligações com o terrorismo?

O fundador é nada mais e nada menos que o libanês Dyab Abou Jahjah, um indivíduo com longa história de ativismo antissemita e apoiador do grupo terrorista Hezbollah, inclusive afirmou no passado ter recebido “treinamento militar” do grupo.

Após a eliminação do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em setembro, Jhajah fez seu elogio em uma publicação no X/Twitter, acrescentando que o conheceu em 2001. Em 7 de outubro de 2023, dia do atentado contra Israel, o fundador postou sobre o massacre perpetrado pelo Hamas justificando o ato como defesa dos refugiados.

O militar israelense perseguido pela justiça brasileira foi um sobrevivente do ataque do Hamas ao festival Nova, no qual terroristas do Hamas tiraram a vida de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis inocentes, e fizeram 251 reféns, iniciando a guerra em andamento em Gaza.

“Não voltarei ao Brasil novamente!”, diz soldado israelense que escapou da perseguição judicial no Brasil

O soldado israelense que foi forçado a fugir do Brasil depois que o Tribunal Federal do país ordenou que a Polícia Federal abrisse uma investigação de crimes de guerra contra ele retornou a Israel, de acordo com relatos da mídia hebraica.

O soldado, que foi nomeado como Yuval Vagdani, desembarcou em Israel na quarta-feira de manhã após ser forçado a terminar às pressas suas férias no Brasil . Ele falou com a emissora Kan sobre sua provação após desembarcar.

“Acordei de manhã, abri o telefone e de repente vi oito chamadas, o Ministério das Relações Exteriores, meus irmãos, minha mãe, cônsules”, ele disse a Kan. “Eu sabia que algo estava acontecendo.”

Vagdani disse que estava no Brasil para sua “viagem dos sonhos” após uma longa passagem pela reserva e que havia planejado a viagem por mais de quatro anos.

Ser forçado a fugir do Brasil “foi como levar uma bala no coração”, disse ele.

De acordo com o Canal 12, Vagdani foi “contrabandeado” para a Argentina com a ajuda do Ministério das Relações Exteriores, e de lá conseguiu voar para Miami e depois para Israel.

Ao chegar ao Aeroporto Ben Gurion, Vagdani disse ao Canal 12 que aprendeu com seus erros e não iria postar vídeos de Gaza. “Não voltarei ao Brasil novamente”, acrescentou.

O Itamaraty informou no último domingo, 5 de janeiro, que o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, ordenou que o Setor Consular do ministério e a embaixada no Brasil contatassem o homem e sua família, e eles “o acompanharam durante todo o evento até sua rápida e segura partida do Brasil”.

A queixa ao tribunal brasileiro teria sido apresentada pela Hind Rajab Foundation, que leva o nome de uma menina de 6 anos que foi morta em Gaza. A morte dela foi atribuída à IDF, mas uma investigação inicial conduzida pelo exército disse que não havia tropas na área no momento.

A organização identifica os soldados da IDF por meio do conteúdo de mídia social que eles publicam sobre suas operações em Gaza e, então, alerta as autoridades locais quando eles viajam para o exterior na tentativa de prendê-los e processá-los por crimes de guerra.

Seu feed no X está cheio de soldados que ele identificou por nome e foto e os locais para onde eles viajaram.

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